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sexta-feira, 29 de julho de 2016

O Bom, o Mau e o Vilão


Este é o título de um filme que vi na minha juventude, mas cujo nome continua a ser atual, porque neste mundo ainda continuam a haver bons, maus e vilões e é baseado nisto que vou escrever este artigo, depois de conhecida a decisão da Comissão Europeia sobre o não cumprimento do nosso défice relativamente às contas do Estado do ano de 2015.
Muita água correu debaixo das pontes, até que fosse encontrada uma solução para uma situação que nos foi imposta e que falhou redondamente.

No lado Bom tenho que colocar o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, que não cedeu às pressões dos “eurocratas”, tendo reconhecido que a Comissão foi,
Jean Claude Juncker
também, uma parte do problema. Deste lado bom tenho que colocar o nosso primeiro ministro, António Costa, o ministro das finanças, Mário Centeno, e Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que fizeram um enorme trabalho, para que as sanções prometidas e, quase, dadas como inevitáveis, tivessem sido colocadas de lado. Embora, do meu ponto vista, esta Europa continua a ser forte contra os fracos e fraca contra os fortes, mas a situação está a alterar-se devido aos muitos erros e omissões cometidos ao longo do tempo, essencialmente, após a saída de Jacques Delors.


No lado Mau está o FMI que não acertou uma e, apesar dos seus “altos quadros” estarem em Portugal em quase regime de permanência e pagos a peso de ouro, nunca se aperceberam que as suas receitas, em vez de curar, iam matar o doente e de uma forma
Cristhine Lagarde (diretora do FMI)
muito rápida. Os portugueses sentiram as alergias que lhes provocavam os medicamentos que lhes eram impostos e que, se não houvesse alteração da medicação, a suas vidas estavam por um fio. Neste lado tenho que colocar os “médicos e enfermeiros” que compunham o governo PSD/CDS que, quando viam os doentes entrarem em convulsão lhes diziam que a medicação estava certa e iriam melhorar brevemente. A maioria dos doentes, quando se apercebeu que tinha uma porta do hospital aberta, em 6 de Outubro de 2016, fugiu por ela e procurou outras formas de tratamento. O “diretor do hospital” queixa-se, agora, de que roubaram o hospital e a maioria dos seus doentes e estes, por sua vez, aconselham-no a fazer um tratamento psiquiátrico, como revelam os últimos inquéritos de opinião. Afinal a doença tinha cura, mas não com a medicação que lhes estava a ser ministrada. Basta ler o relatório do Independent Evaluation Office, um órgão independente do FMI, mas que faz a análise das suas políticas.


No lado do Vilão tenho que colocar o Eurogrupo, uma organização não estatutária, mas
Jeroen Dijsselbloem
que influencia muito, presidido por um “pirómano” Jeroen Dijsselbloem,  que se diz socialista, mas talvez a sua doutrina política tenha sido aprendida ao lado os fundadores da “terceira via”, como Tony Blair e Shroëder que abriram o caminho para a implantação, na Europa, do neoliberalismo de Milton Friedman e da Escola de Chicago, cujos efeitos nefastos se fizeram se fizeram sentir no Chile, nos EUA, no Reino Unido e, desde há mais de uma dúzia de anos, na nossa Europa.




Mas, como dizia Lenine “em muitas décadas não se passa nada, mas numa década podem passar-se muitas décadas”.


Ovar, 29 de Julho de 2016
Álvaro Teixeira
 

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