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quarta-feira, 28 de junho de 2017

Se eu me chamasse Constança

Junho 26, 2017 A Ovelha Perdida

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Se eu me chamasse Constança e a oposição andasse a sugerir a minha demissão de ministra, devido à catástrofe de Pedrógão Grande, se enviasse o grilo falante do PSD (mais conhecido por Marques Mendes) pedir directamente que me fosse embora, eu diria que sim.
Mas primeiro teriam que começar por me provar que, em 26/11/2015, na data de posse do actual governo:
O governo Passos/Portas tinha entregue o SIRESP a funcionar perfeitamente;
O governo Passos/Portas tinha entregue uma floresta ordenada;
O governo Passos/Portas tinha entregue uma floresta com predominância de espécies autóctones e sem sobrecarga de plantação de eucaliptos;
O governo Passos/Portas tinha entregue um interior ocupado e não desertificado;
O governo Passos/Portas tinha entregue um país em que os proprietários florestais privados mantinham a sua floresta sempre limpa; 
O governo Passos/Portas tinha entregue um país em que os proprietários das casas e empresas privadas mantinham as suas propriedades sempre limpas de mato à volta, no perímetro mínimo de 50 metros, de acordo com a lei;
O governo Passos/Portas tinha entregue um país em que todas as estradas mantinham as bermas limpas e sem árvores no espaço previsto na lei.
Se assim fosse, demitia-me. Mas como não é, o que podemos concluir é da responsabilidade de todos os governos nos últimos 40 anos. Sem excepções. A verdade é que, apesar de todas as conquistas sociais – e foram muitas e significativas – o país não foi capaz de travar a desertificação do interior e o desequilíbrio territorial, com todas as consequências que tal facto acarreta.
Pedir a demissão dum governante, nesta situação e nestas condições, é pura demagogia.
Mas para já, Passos Coelho ultrapassou todos os limites ao afirmar ter havido suicídios na sequência da catástrofe, que simplesmente não existiram. Terá sido induzido em erro, mas um ex-primeiro-ministro têm a obrigação de confirmar as fontes antes de produzir afirmações tão graves. Não vale tudo. Estamos à espera de ouvir o seu pedido de desculpas.
Como disse João Quadros “O Passos que diz que pessoas se suicidaram por falta de apoio psicológico, é o mesmo Passos que tirou os apoios as crianças do ensino especial”. E eu acrescento, e foi o mesmo Passos que promoveu a pobreza dos socialmente mais vulneráveis quando governava. Quantos se terão então suicidado?

Fonte: ovelhaperdida.wordpress.com (publicado no Facebook)

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