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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A evasão fiscal de Isabel II, a Caloteira

Aventar

por João Mendes

O mundo ficou por estes dias a conhecer um novo conjunto de papéis, 13 milhões de conjuntos, para ser mais preciso, sobre malta empreendedora que faz uso dos chamados paraísos fiscais para levar o seu dinheiro de férias e evitar a maçada dos impostos.

Entre as vítimas deste violento atentado à privacidade contam-se antigos e actuais colaboradores de Donald Trump e Justin Trudeau, oligarcas ligados a Putin, gente simpática da Líbia, da Rússia e do Irão, que chumbou em auditorias governamentais que colocam em causa os seus procedimentos de prevenção de branqueamento de capitais, tipos que faziam negócios de armamento com o saudoso Saddam e mais uma série de indivíduos recomendáveis onde se incluem fundos de capital de risco e bancos, que como sabemos é malta que prima pela transparência e pelas melhores práticas.  Ler mais deste artigo

sábado, 8 de julho de 2017

A Rússia



por estatuadesal
(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 08/07/2017)
AUTOR
                                Miguel Sousa Tavares
A minha geração cresceu na convicção de que qualquer eventual loucura vinda dos lados da Rússia seria detida pelos Estados Unidos. Hoje, com a chegada de Donald Trump ao poder, põe-se a impensável possibilidade de fazer a pergunta oposta: no caso de uma eventual loucura americana, poderia a Europa contar com a protecção da Rússia? Esta hipótese absurda ocorreu-me durante um jantar oferecido por um russo no Pushkin, em Moscovo (talvez o mais bonito restaurante onde alguma vez estive). E.B. (as iniciais do anfitrião), tem 42 anos de idade, é natural do Turquemenistão, e trabalha para Putin — actualmente e numa aventurosa vida passada, onde terá desempenhado missões que poderemos classificar como de agente secreto, que lhe valeram inclusivamente duas prisões de dois anos cada, em outras tantas ex-repúblicas soviéticas. Surpreendentemente, é também um conhecedor razoável e entusiasmado de Portugal — sobretudo do fado, da literatura portuguesa e do Solar dos Presuntos. Fala como um russo: exuberantemente, empenhadamente, agitando os braços e olhando a direito, fumando muitos cigarros e bebendo muito whisky com Coca-Cola.
Quando lhe digo que nós, na Europa, temos medo da loucura de Trump e lhe pergunto se eles não têm também medo, sai uma resposta à russa:
— Não! Nós, os russos, não temos medo de nada! E vocês, na Europa, não tenham medo do Trump: ele não passa de um palhaço e nós cá estaremos para lhe fazer frente, se for preciso.
A história da Rússia confirma a sua bravata: quer no que eles chamam a Guerra Patriótica, em que enfrentaram Napoleão, quer no que chamam a Grande Guerra Patriótica, em que enfrentaram Hitler, os russos deram provas extremas daquilo a que Pasternak, reflectindo sobre o estalinismo, chamava “a nossa maldita capacidade de resistência ao sofrimento”. Mas as virtudes patrióticas e militares dos russos não se esgotaram na resposta às duas invasões sofridas e que, nos contra-ataques vitoriosos, levaram Alexandre I até Paris e Estaline até Berlim. Durante os trezentos anos que durou o reinado dos Romanovs, a Rússia esteve em permanentes guerras com a Polónia, a Finlândia, a Suécia, a França, a Prússia, a Inglaterra, a Polónia, a Turquia ou até o Japão, no Extremo Oriente, além de inúmeros e constantes combates contra os levantamentos nacionalistas das suas possessões do Cáucaso, da Ásia Menor, da Ucrânia ou dos Balcãs. E durante esses trezentos anos, acumulou vitórias sobre vitórias, acrescentando em média 142 quilómetros quadrados todos os dias ao seu território: em meados do século XIX dominava um sexto do planeta. A questão não está, pois, na capacidade e na vontade militar da Rússia, particularmente quando sentem o cerco ou a ameaça à “Mãe Rússia” — desde sempre o fundamento essencial do nacionalismo russo e o erro mais evitável em que a NATO persiste, desde o fim da URSS. A questão é saber se, fora dessas circunstâncias ou do seu instinto imperial, a Rússia estaria disposta a fazer de escudo à liberdade dos europeus. E essa questão é de resposta mais complexa.

terça-feira, 11 de abril de 2017

O golpe de força é um golpe de mestre ou apenas bluff?

A opinião de

Francisco Sena Santos
Francisco Sena Santos

A barbaridade em Khan Sheikoun tem tudo para nos revoltar. Quando vemos as imagens daquelas crianças, daquela gente de todas as idades, a morrer em asfixia pelo gás tóxico, saímos da rotina do desfile de imagens de guerra que, pelo efeito de repetição, quase desarma a nossa sensibilidade. A utilização de armas químicas mortais, como ficou evidente ter acontecido na semana passada na Síria, tudo indica que por acção da aviação do regime de Damasco, é um crime de guerra e um ataque à humanidade. É mais uma atrocidade na crueldade infinita, com vários autores, nesta guerra que já levou, em seis anos, umas 400 mil vidas e que gerou milhões de refugiados. A retaliação de Trump, enviada em 59 mísseis Tomahawk, gera uma primeira impressão de castigo merecido, algo de vitória moral sobre o regime brutal do insustentável Assad. Mas a eficácia da acção afigura-se inconsequente, a não ser no espectáculo e na propaganda de Trump. Em contrapartida, do ponto de vista estratégico de procura da paz, estes mísseis podem fazer disparar os riscos de escalada. Rússia e Irão já avisaram que responderão com contundência se houver novo episódio.
Os factos destes dias encaixam em cheio no que Zygmunt Bauman, sábio a dar-nos a entender o que acontece à nossa volta, definiu para o tempo actual como sociedade líquida: uma realidade em que todas as metas mudam a cada momento. Resulta uma sociedade imprevisível, desconcertante, onde o que é passageiro se impõe ao que é estável.
Trump, em toda a campanha eleitoral e nas primeiras semanas da sua presidência, repetiu que a sua América não se meteria no tema da Síria e que a prioridade externa é a de derrotar o inimigo comum, o terrorismo do califado Islâmico. Trump virou costas aos sírios e anunciou-nos uma América isolacionista, a ligar pouco ao resto do mundo.
No tempo de Obama, Trump tinha argumentado contra a hipótese de resposta militar americana a um igualmente chocante bombardeamento químico pelos caças de Assad. Então, Trump recomendou a Obama que guardasse a pólvora. Como interpretar esta mudança abrupta ao lançar fogo Assad que combate o terrorismo do Estado islâmico? Trump impulsivo? Ou um Trump a mudar de perfil, a tentar encaixar na prioridade “America First” (em que tem sofrido revezes) o velho papel de xerife do mundo, uma espécie de “America is back”? Há uma estratégia consistente para promover a paz?
O tempo tem mostrado que Trump tem apurado sentido da oportunidade. O horror global pelo ataque químico na Síria ofereceu-lhe uma ocasião mesmo a calhar. Num momento de popularidade interna em quebra e de alta da impopularidade externa, Trump, com esta cascata de mísseis, conseguiu elogios de opositores democratas nos EUA e de dirigentes europeus que lhe recusavam benevolência. Colocou-se como homem de acção, recuperou a confiança de alguns eleitores desiludidos e deve ter entusiasmado os falcões e o lóbi das guerras ao mostrar que a América continua a usar o bastão.
Com o golpe de força através dos mísseis lançados à distância sobre uma base principal de Assad, Trump, para além da propaganda, também pode estar a enviar mensagens para vários destinatários. Deixou no ar a possibilidade de acção semelhante contra um outro sinistro déspota, o norte coreano Kim, que se supõe beneficiar de tolerância da China, cujo presidente jantou nessa mesma noite com Trump. É plausível que tenha pretendido dizer a Pequim que tem de fazer parar os planos nucleares da Coreia do Norte, ou entram em acção os mísseis americanos.
Também terá passado uma mensagem aos que acusam de demasiada proximidade com Putin, precisamente quando avança nos EUA a investigação sobre o envolvimento suspeito de gente do staff de Trump com o aparelho de Putin no Kremlin. Trump mostrou indirectamente os músculos a Putin, em vésperas de uma cimeira diplomática em Moscovo entre a Rússia e os EUA. Significará que Trump sai do proclamado isolacionismo e adere à negociação diplomática?
Alguma esperança? O que está em causa na Síria não é uma guerra civil. É uma guerra global, jogada por representantes. De um lado, à cabeça, os dos Estados Unidos, da Turquia e da Arábia Saudita. Do outro, os da Rússia e do Irão. Está em causa a hegemonia numa região estratégica no equilíbrio geopolítico global. É uma guerra com muitas guerras dentro e em que não há bons, são todos maus. Sobram as tantas vítimas.
A Nobel da Literatura Svetlana Aleksievic lastimava outro dia que Trump seja uma catástrofe semelhante a Putin. Svetlana lamenta que a Rússia tenha perdido um certo romantismo, ainda que ingénuo, que avançou no tempo de Gorbachov. Hoje há pouco espaço para ilusões.
É de admitir o benefício da dúvida a Trump com este seu golpe de força na Síria. Pode vir a revelar-se um golpe de mestre. À partida, parece mais um bluff para a propaganda. Sendo que a imprevisibilidade é perigosa em tempo de conflitos muito complexos. A frota naval americana a abeirar-se do mar da Coreia levanta inquietações.
 
Ovar, 11 de Abril de 2017
Álvaro Teixeira

Síria: Fissão Tóxica (estatuadesal)

 

(Por Pepe Escobar, in Brasil247, 07/04/017)
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"Esses atos odiosos do regime Assad não podem ser tolerados." Assim falou o presidente dos EUA. Tradução instantânea: Donald Trump – e/ou toda a sopa de letras das agências de inteligência dos EUA, sem qualquer investigação detalhada –, estão convencidos de que o Ministério de Defesa da Rússia está simplesmente mentindo.
É acusação gravíssima. O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, major-general Igor Konashenkov, reforçando que se tratava de informação "absolutamente objetiva e verificada",  identificou  um ataque da Força Aérea Síria lançado contra um depósito "rebelde moderado" a leste da cidade de Khan Sheikhoun usado pelos rebeldes para produzir e estocar ogivas carregadas com gás tóxico.  Konashenkov acrescentou que os mesmos produtos químicos foram usados pelos "rebeldes" em Aleppo no final do ano passado, conforme amostras recolhidas por especialistas militares russos.
Pois mesmo assim Trump sentiu-se compelido a telegrafar a linha que, hoje, virou sua pessoal linha vermelha na Síria: "Militarmente, não gosto de dizer quando e o que faço. Não estou dizendo que não farei coisa alguma de um modo ou de outro, e com certeza não diria a vocês (à mídia.)"
Por seu lado no gramado da Casa Branca, o patético reizinho de Playstation da Jordânia elogiava a "abordagem realista [de Trump] para os desafios na região."
Poderia passar por sketch de Monty Python. Desgraçadamente é de verdade.
O que está em jogo em Idlib.  Histeria à solta – mais uma vez –, a opinião pública ocidental esquece convenientemente que as armas químicas que Damasco declaradamente  possuía foram destruídas  faz tempo, em 2014, a bordo de um navio dos EUA, sob supervisão da ONU.
E a opinião pública ocidental convenientemente esqueceu que antes que Barack Obama transpassasse teoricamente a linha vermelha das armas químicas, um relatório secreto da inteligência dos EUA  já deixara bem claro que Jabhat [Frente] al-Nusra, codinome: al-Qaeda na Síria, já dominava todo o ciclo de produção e emprego do gás sarín e era capaz de produzi-lo em quantidade.
Para nem dizer que o governo Obama e seus aliados Turquia, Arábia Saudita e Qatar firmaram um pacto secreto em 2012 para lançar um ataque com gás sarín e culpar Damasco, criando o cenário indispensável para um replay da operação "Choque e Pavor". O dinheiro necessário para o projeto veio da conexão OTAN-CCG combinada a uma conexão CIA -MI6 também conhecida como linha de rato, para transferir todos os tipos de armas, da Líbia para jihadistas-salafistas na Síria.
Assim sendo pois, aquelas armas tóxicas que "desapareceram" – em massa – dos arsenais de Gaddafi em 2011 terminaram por ser 'um upgrade' para a al-Qaeda na Síria (não para o Estado Islâmico/Daech), rebatizado como Jabhat [Frente] Fatah al-Sham e amplamente descrita em toda a Av. Beltway do Departamento de Estado dos EUA, como "rebelde moderada".
Encurralados na província Idlib, esses "rebeldes" são hoje o principal  alvo do Exército Árabe Sírio (EAS) e da Força Aérea Russa. Damasco e Moscou, diferentes de Washington, estão empenhadas em esmagar toda a galáxia jihadi-salafista, não exclusivamente o Daech. Se o Exército Árabe Sírio continua a avançar, e se esses "rebeldes" perdem Idlib, é fim de jogo.
Assim sendo, a ofensiva de Damasco tinha de ser impedida, custasse o que custasse, e bem à vista de toda a opinião pública global.
Mesmo assim, absolutamente não faz sentido que apenas dois dias antes de nova conferência internacional sobre a Síria, e imediatamente depois de a Casa Branca ter sido forçada a admitir que "cabe ao povo sírio escolher o próprio destino" e que ninguém mais falaria de "Assad tem de sair", Damasco lançaria um ataque com gás tóxico que absolutamente   contrário a todos os seus próprios interesses e antagonizaria todo do universo OTAN.
A coisa aí anda – e fala – mais como o velho tsunami de mentiras que anunciou o início da operação Choque e Pavor em 2003, e com certeza anda e fala como alguma mesma velha campanha da "al-CIAda" returbinada. A [Frente] Jabhat al-Nusra nunca deixou de ser a garotinha da CIA, no cenário preferencial de mudança de regime sírio.
As crianças de vocês não são suficientemente tóxicas A embaixadora de Trump à ONU, quadro da Heritage Foundation, Nikki Haley, girou como neomíssil embriagado, como se poderia prever, monopolizando todo o ciclo ocidental de noticiosos de TV. Apagado, também previsivelmente, foi o vice-embaixador da Rússia à ONU Vladimir Safronkov, que reduziu a pó de traque a "obsessão do ocidente com mudar o regime" na Síria, que é o que sempre emperra esse Conselho de Segurança".
Safronkov repetiu que o chamado 'ataque químico em Idlib estava baseado em "relatórios falsificados dos Capacetes Brancos" – organização "há muito tempo desacreditada". Pura verdade. Mas agora os Capacetes Brancos até já ganharam um Óscar , e essa medalha de honra da cultura pop   os torna inacusáveis – para nem dizer que os imuniza contra os efeitos do gás sarín.
Inventem Trump e o Pentágono o que quiserem, analista independente da inteligência dos EUA, avesso a pensar corporativamente é bem claro: "Ataque aéreo contra a Síria, só se for coordenado com a Rússia, e a  Rússia não permitirá ataques aéreos contra Assad. A Rússia tem os mísseis de defesa bem ali e pode bloquear o ataque. Terão de negociar.  Não haverá ataque, porque qualquer ataque pode precipitar uma guerra nuclear."
As "crianças sírias" mortas são agora peões de jogo muito maior, muito mais perverso. O governo dos EUA pode ter assassinado um milhão de homens, mulheres e crianças no Iraque – sem qualquer 'indignação' manifesta entre as "elites" em todo o espectro OTAN. Há uma criminosa de guerra ainda à solta, que admite diante das câmeras   que o assassinato direta e indiretamente de 500 mil crianças iraquianas foi "justificado".
Por seu lado, Barack [Nobel da Paz] Obama instrumentalizou a Casa de Saud para que pagasse – e armasse – coisa como 40 grupamentos "selecionados" pela CIA na Síria. Vários desses grupamentos já estavam fundidos, ou haviam já sido absorvidos pela Jabhat [Frente] al-Nusra, atualmente Jabhat [Frente] Fatah al-Sham. E todos eles dedicados aos seus próprios massacres de civis.
Enquanto isso, o Reino Unido segue alegremente armando  a Casa de Saud, em sua empenhada luta para reduzir o Iêmen a uma vasta terra devorada pela fome, semeada de "danos colaterais" em seus túmulos. Ninguém no espectro da OTAN chora por aquelas crianças iemenitas mortas.
São crianças mortas pouco tóxicas.
 
Ovar, 11 de Abril de 2017
Álvaro Teixeira

sábado, 8 de abril de 2017

Trump rendeu-se; Putin será o próximo a render-se? O ataque químico é um evento orquestrado por Washington (estatuadesal)

 

( Dr. Paul Craig Roberts, in GlobalResearch.org, 07/04/2017, trad. Estátua de Sal)
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Washington reabriu o conflito com um ataque com mísseis Tomahawk contra as bases da Força Aérea Síria. Os sistemas de defesa aérea russo / sírio não evitaram o ataque.

O establishment de Washington reassumiu o controlo. Primeiro Flynn e agora Bannon. Todos os que restam no governo Trump são os sionistas e os generais enlouquecidos que querem guerra com a Rússia, China, Irão, Síria e Coreia do Norte.
Já não há ninguém na Casa Branca que consiga detê-los.
Um beijo de adeus às relações normalizadas com a Rússia.
Foi dado o tiro de partida para o conflito sírio ser reaberto. Esse é o significado do ataque químico, assacado ao regime sírio por Washington, apesar da ausência de qualquer evidência que tal comprove. É completamente certo que, segundo relatos, o Secretário de Estado dos EUA, Tillerson, advertiu a Rússia de que já estão sendo dados passos para remover do poder o presidente sírio Assad. Trump concorda.
O afastamento de Assad permitirá que os EUA imponham outro fantoche de Washington aos povos muçulmanos, removendo outro governo árabe com uma política independente de Washington, removendo outro governo que se opõe ao roubo da Palestina por Israel e permitindo que Tillerson da Exxon e os hegemonistas neoconservadores interrompam a compra de gás natural russo pela Europa, e substituindo-a por um gasoduto controlado pelos EUA, que ligará o Qatar à Europa via Síria.
Ignorando todas essas vantagens dos EUA, o governo russo hesitou em completar a libertação da Síria do Estado Islâmico, que é consabidamente apoiado por Washington. Os russos hesitaram, porque tinham esperanças, totalmente irrealistas, de conseguir uma parceria com Washington através de um reforço da luta conjunta contra o terrorismo.
Essa era uma ideia ridícula, pois o terrorismo é a arma de Washington. Se Washington puder afastar a Rússia do caminho, ou com ameaças ou com mais equívocos dos russos de esperanças de "cooperação" com Washington, o terrorismo será dirigido contra o Irão em grande escala.
E quando o Irão cair, o terrorismo começará a operar na Federação Russa e na província chinesa que faz fronteira com o Cazaquistão. Washington já deu à Rússia uma amostra do poder do terrorismo apoiado pelos EUA na Chechênia. Mais está por vir.
Se o governo russo não tivesse hesitado em limpar o Estado Islâmico da Síria quando a Rússia inesperadamente assumiu a liderança desse combate do Ocidente, a Síria não enfrentaria os riscos de ser retalhada nem a renovada determinação dos EUA de derrubar Assad pelas razões acima expostas. Mas os russos, hipnotizados por sonhos de cooperar com Washington, colocaram a Síria e colocaram-se a si próprios numa posição difícil.
Os russos agarraram a iniciativa e surpreenderam o mundo, aceitando o convite do governo sírio e entrando no conflito. Washington estava desamparado. A intervenção russa de imediato levou o Estado Islâmico a somar derrotas. Só que, de repente, Putin anunciou uma retirada russa, afirmando como Bush no porta-aviões, "Missão Cumprida".
Mas a missão não estava cumprida, e a Rússia voltou a entrar, mantendo ainda a iniciativa, mas recuou um pouco após a sua retirada irracional. E, se nos recordamos, este entrar e sair no terreno sírio aconteceu um par de vezes. Então, quando a Rússia já tinha a guerra contra o ISIS ganha, é no final que ela recua, na vã crença de que Washington iria finalmente cooperar com a Rússia na eliminação do último baluarte do ISIS. Só que, em vez disso, os EUA enviaram forças militares para bloquear os avanços russos / sírios. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros queixou-se, mas a Rússia não usou a sua superioridade militar no terreno para afastar as simbólicas forças militares dos EUA em presença, e pôr fim ao conflito.
Agora, Washington dá "advertências" à Rússia para não se meter no caminho de Washington. Será que o governo russo ainda não aprendeu que a cooperação com Washington tem apenas um significado: assinar como um vassalo?
Agora, a única alternativa da Rússia é dizer a Washington para ir para o inferno, e que a Rússia não irá permitir que Washington afaste Assad. Mas a Quinta Coluna russa, que está aliada com o Ocidente, vai insistir que a Rússia pode finalmente chegar à cooperação com Washington se decidir sacrificar Assad. Naturalmente, a aquiescência da Rússia destruirá a imagem do poder russo e será usada para privar a Rússia das divisas provenientes da venda de gás natural à Europa.
Putin disse que a Rússia não pode confiar em Washington. Esta é uma dedução correta dos fatos, logo por que razão se coloca Rússia num dilema procurando a cooperação com Washington?
"Cooperação com Washington" tem apenas um significado. Significa render-se a Washington.
Putin apenas em parte conseguiu limpar a Rússia. O país continua repleto de agentes secretos americanos. Será que Putin se vergou ao poder do Establishment de Washington exatamente como Trump?
É extraordinário como a imprensa russa parece entender tão mal o perigo que a Rússia está a correr.
 
Ovar, 8 de abril de 2017
Álvaro Teixeira

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Os “governantes” da União Europeia e o caminho estreito que lhes resta

Os “governantes” da União Europeia, que não foram eleitos para exercerem os cargos que desempenham, estão a comportar-se como um grupo de internados num manicómio e, de repente, colocados num recreio ao mesmo tempo.

Jean Claude Juncker

A União Europeia ainda não tomou consciência das consequências do Brexit, há malucos à solta a cometerem as maiores barbaridades e o DAESH continua a exercer a sua influência e a reivindicar atentados. Na Turquia está à vista de todos a forma como o Erdogan vai eliminando os seus adversários e nos Estados Unidos da América os escândalos da campanha da senhora Clinton só estão a dar mais força àquela figura sinistra, chamada Donald Trump. Os atentados do Daesh no Iraque não param e a guerra na Síria esta para durar.

Vladimir Putin

Perante tudo isto, o “czar” Putin vai esfregando as mãos de contente, porque já não se fala na guerra civil na Ucrânia nem da anexação da Crimeia e o seu poder vai-se estendendo às antigas repúblicas que integravam a antiga URSS.

Enquanto tudo isto se passa, os “governantes” não eleitos da União Europeia vão discutindo, entre si, quais as sanções a aplicar a um país (Portugal) que ultrapassou em duas décimas o défice previsto no Tratado Orçamental com as políticas que esses mesmos senhores “não eleitos” aplicaram ao País.

No mínimo, deveriam ter vergonha por aquilo que estão a fazer e reconhecerem que erraram grosseiramente.

Os portugueses devem orgulhar-se de terem um Primeiro Ministro que não vira as costas às dificuldades e que encara, de frente, os problemas.

Dr. António Costa - PM de Portugal

Os senhores “não eleitos” não aceitam isso, porque o Dr. António Costa foi eleito pelo voto popular e essa “gentinha” não se sujeitou a qualquer veredicto popular.

Vamos ver se os “senhores” que mandam na União Europeia ainda irão a tempo de emendar a mão, mas o caminho começa a ser muito estreito.


Ovar, 25 de Julho de 2016
Álvaro Teixeira