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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Uma dica para emails sem arrependimentos

4.0 Tecnologia, inovação e empreendedorismo

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  João Pedro Pereira 

16 de Outubro de 2017

Uma dica para emails sem arrependimentos

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Há algumas semanas, uma leitora notou (num simpático email) que esta newsletter dizia, erradamente, que o primeiro iPhone tinha sido lançado em 2017. A intenção era escrever 2007. O lapso tinha seguido para dezenas de milhares de caixas de correio, sem qualquer possibilidade de correcção.

Provavelmente já todos os leitores passaram pelo embaraço de enviar um email problemático. O caso mais clássico é a ausência de anexo, que obriga logo de seguida a um segundo email apressado, este sim com o indispensável ficheiro. De tão comum, tornou-se um erro pouco grave.

Gralhas, nomes trocados e destinatários errados são outras possibilidades, umas mais embaraçosas do que outras. Há palavras que são inócuas (e muito legíveis) com menos uma letra, ao passo que outras podem provocar ataques de pânico (apenas uma letra separa a palavra “pedido” de uma gaffe terrível). 

A caixa de email de um jornalista parece propensa a emails que são um potencial embaraço. Um caso recorrente é o do convite que chega dirigido a um jornalista de outra publicação, porque quem o enviou se esqueceu de mudar o nome no topo. Tem mais piada quando se trata de uma promessa de um qualquer exclusivo.

Como bem nota esta coluna do Financial Times, uma das piores coisas que se pode fazer é pedir para recuperar o email (trata-se de uma funcionalidade recôndita de alguns sistemas de email, como o Outlook, da Microsoft). Estes pedidos de recuperação – que são eles próprios um email – têm a inevitável consequência de atrair a atenção do receptor para um email que se calhar nem teriam aberto.

Existem soluções melhores.

No Gmail há uma opção nas definições (acessíveis através de um ícone com uma roda dentada no topo superior direito) que cria um compasso de espera: depois de carregar no botão “enviar” passa a haver uma janela de alguns segundos que permite anular o envio (entre cinco e 30 segundos, ao gosto do utilizador).

Já no Outlook (na versão de programa para computador) é possível criar uma regra que atrasa o envio dos emails durante um qualquer número de minutos. Os emails passam então a ficar na caixa de saída a aguardar envio e podem tranquilamente ser apagados.

Digno de nota

- Um investigador belga descobriu uma falha num protocolo de segurança muito usado nas redes wi-fi. A técnica permite que o atacante descodifique os dados que normalmente circulam encriptados na rede. As versões mais recentes do sistema operativo Android são particularmente vulneráveis.

- Para alguns, um carro é um veículo. Para outros, um símbolo de estatuto. E há também quem se afeiçoe aos carros, companheiros de viagens e aventuras, por vezes ao longo de milhares de quilómetros. A Toyota acredita que a inteligência artificial pode tornar esta relação mais forte. “Ao usar tecnologia de inteligência artificial, queremos expandir e melhorar a experiência de condução, tornando os carros outra vez num objecto de afecto”, afirmou à agência Reuters um executivo da marca.

- O PÚBLICO conversou com Martin Cooper, o engenheiro que inventou o telemóvel. Apesar de toda a evolução, Cooper não parece satisfeito com os aparelhos actuais: “Faz sentido que quando queres comunicar tenhas de levantar um braço, mantê-lo numa posição desconfortável e tenhas de colocar este telefone plano numa face curva?" Um brinco, diz, talvez fosse uma melhor solução.

4.0 é uma newsletter semanal dedicada a tecnologia, inovação e empreendedorismo. O conteúdo patrocinado nesta newsletter não é responsabilidade do jornalista. Críticas e sugestões podem ser enviadas para jppereira@publico.pt. Espero que continue a acompanhar.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

(re)Volta ao mundo em três economias



por estatuadesal
(Sandro Mendonça, in Expresso Diário, 03/08/2017)
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Sandro Mendonça
Sobre desportos de alta velocidade diz-se por vezes que quem pestaneja perde tudo. Mas a economia global é mais como um lento jogo de Xadrez…. Neste caso quem não esfregar os olhos de vez em quando é quem perde a noção do que está a ver. Muitas vezes é mesmo preciso meter de molho as velhas ideias e mandar os pressupostos ir de férias.
Não faltam exemplos sobre grandes surpresas em câmara lenta que deveriam levar o mais atento observador a pensar que está na hora de actualizar as suas premissas. Senão vejamos.
ALEMANHA: O PAÍS DOS CARTÉIS ANTI-TECNOLÓGICOS
Um país tão poderoso baseado numa indústria de bandeira pertencente ao século XIX é um declínio à espera de acontecer. O sector automóvel representa 1/5 das exportações e quase um milhão de empregos na Alemanha. Porém, guiar pelo retrovisor não é prudente. Por exemplo, mudanças na mobilidade (desde os veículos autónomos da Google até à aposta da electricidade chique da Tesla) já não são sinais fracos de mudança: são alertas fortes de que a verdadeira concorrência vem agora de fora da indústria.
Depois de se ter percebido que o construtor n.º 1 (a VW) desenvolvia novas maneiras ardilosas para mentir a testes de poluição, descobre-se agora que várias grandes marcas fizeram um conluio negativo para evitarem concorrência tecnológica entre si. E continuam: tentam à força salvar soluções do passado. Portanto, Sr. Schäuble: o orgulho é mau combustível… Tanta fé nas habilidades germânicas de conduzir a economia para quê?!
CHINA: MAIS QUE UM PAÍS FABRIL E DE TURISTAS OBCECADOS COM COMPRAS
Antes era barato e rápido, mas agora a China quer vender qualidade e inovação. Essa é a campanha “Made in China 2025”. Também muitos países se queixavam que os turistas chineses tinham dinheiro mas não maneiras, mas agora ir às compras está a deixar de ser a sua prioridade: e, sim, terem experiências e conhecer. Por exemplo, os jornais que se referiram aos chineses que vieram no primeiro voo assumiram demasiado facilmente que seria o simples turismo a sua motivação dominante. Porém, não se aperceberam que muitos vinham fazer negócios a Portugal e que outros tantos vinham de propósito para programas de estudo e trabalho de investigação em Portugal.
EUA: O GRANDE PERDEDOR DA GUERRA FRIA?
Pensava-se que a Rússia tinha sido a clara derrotada do confronto Este-Oeste. Pura ficção! Quando se olha para a América e se vê um (im)provável caso de um “traidor” (como atira o economista Paul Krugman) ter usurpado a Presidência com uma “pequena ajuda” da potência rival, então, de repente parece que a vingança se serve fria! Nixon foi apenas um acepipe… e agora sim temos o prato principal. E é de se lhe tirar o chapéu: uma klepto-russo-cracia à distância e com toda a gente a ver é obra. Ao terem inventado o sub-prime bem se viu os bons exemplos económicos que a América inventou. Mas agora com a casa branca ter-se transformado num “surreality show” estamos a elevar a credibilidade do “Mundo Livre” a novas profundezas. A implicação para Portugal é simples: isto não é altura de levantar a questão da Base das Lajes, e muito menos de dar ideias esquisitas a gente que parece vir de uma série como Os Sopranos. Por vezes não-acção é melhor que acção. Por vezes, o melhor que a política externa tem a fazer é mesmo ir de férias durante uns tempos.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

“O MP não guarda paióis”, diz a sotôra



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 13/07/2017)
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A procuradora Maria José Morgado tentou responder às críticas do silêncio do MP a propósito da denúncia de um possível assalto a Tancos com um argumento ridículo, afirmou com ar de quem estava a gozar com todos os que criticam o MP que esta instituição "não guarda paióis".
Mas quanto ao que o MP deve ou não fazer e tendo em consideração o alto cargo que lá desempenha, talvez não fosse má ideia saber. Se, por acaso, desconhece o Estatuto do Ministério Público pode ficar descansada porque ainda não será desta vez que vai ser obrigada a lê-lo, basta ir até à alínea i) do artigo 3.º, que estabelece as competências do MP vem lá escarrapachado:
«i) Promover e realizar acções de prevenção criminal; »
A procuradora foi muito clara na sua intervenção, afirmou que a acção do MP só se inicia partir de um fato criminoso, isto é, sem a existência de factos criminosos não tem nada que fazer. Pois cara procuradora, mas não é isso que consta no estatuto do MP e é uma pena que uma das suas mais altas dirigentes e uma das personalidades mais ativas na comunicação social desconheça uma das regras mais elementares que supostamente norteia a sua ação.
Disse também a procuradora que quando o processo chegar ao seu fim os senhores jornalistas (e, já agora, qualquer cidadão que o requeira) pode consultar o processo e ver o que lá está. Enfim, parece que há um pelo menos um processo no MP que está guardado a sete chaves e que nem o Correio da Manhã, o Sol ou a TVI conseguirão saber o que lá está muito antes da conclusão do que quer que seja.
É uma pena  que em processos em que em vez de estar em causa o MP estão políticos, até se fica com a impressão de o seu conteúdo é publicado em dazibaos, os jornais de parede da Revolução Cultura chinesa, um órgão de agit prop muito apreciado pela Dra. Maria José Morgado quando, em vez de estudar andava a promover a ditadura do proletariado orientada pelo grande educador Arnaldo Matos.
Tem razão, ainda que tenha concluído o meu curso sem passagens administrativas, estou entre aqueles que, por falta de recursos intelectuais,  são estúpidos por questionarem porque motivo o MP tem estado calado. De fato, o MP não tem nada a acrescentar e por isso não deve abrir uma excepção, mas em vez de publicar comunicados manda um dos seus dirigentes à TV dizer que não tem competências na prevenção do crime, que não lhe cabe guardar paióis definindo como estúpida a interrogação para a qual muitos portugueses queriam e querem resposta, pois a procuradora só foi para a TV dizer uns disparates na esperança de disfarçar o incómodo da situação.
Para terminar, alguém com educação e sentido de Estado devia explicar à sotôra que não é bonito atirar responsabilidades para terceiros, como os serviços de segurança ou outros. Ou também é competência do MP apurar responsabilidades em direito na TV?