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quarta-feira, 5 de julho de 2017

Vem aí uma nova Europa?

Celso  Filipe
Celso Filipe | cfilipe@negocios.pt 05 de julho de 2017 às 00:01

França arquitectada por Emmanuel Macron é um dado novo que promete desviar ainda mais o eixo do poder da União Europeia para a latitude alemã. Por razões ideológicas ou de conveniência, a França vinha sendo, até à eleição de Macron, um contra-poder à Alemanha. Macron pretende mudar este posicionamento e para mostrar a Angela Merkel que está empenhado em concretizar a sua visão promete uma reforma do trabalho em França, destinada a tornar o país mais competitivo.


Macron-Presidente
Emmanuel Macron
França arquitectada por Emmanuel Macron é um dado novo que promete desviar ainda mais o eixo do poder da União Europeia para a latitude alemã. Por razões ideológicas ou de conveniência, a França vinha sendo, até à eleição de Macron, um contra-poder à Alemanha. Macron pretende mudar este posicionamento e para mostrar a Angela Merkel que está empenhado em concretizar a sua visão promete uma reforma do trabalho em França, destinada a tornar o país mais competitivo.
Philippe Aghion, economista e conselheiro de Emmanuel Macron na elaboração do programa eleitoral, é claro nesta matéria. "A prioridade [do Presidente francês] é o mercado de trabalho e ganhar a confiança da Alemanha", disse Aghion numa entrevista ao Negócios publicada esta terça-feira.
A estratégia de Macron foi legitimada pelos franceses, sobretudo nas eleições legislativas, onde o partido do Presidente francês, "En Marche" obteve uma vitória esmagadora. Mais, numa atitude de inequívoca confiança, anunciou a possibilidade de recorrer a referendos para pôr em marcha a reforma das instituições que propõe, entre as quais a redução do número de parlamentares nas duas câmaras e o fim do Tribunal de Justiça da República.
"Ele virou do avesso o sistema político francês, juntando todos os reformistas da direita e da esquerda. Por isso tem uma grande representatividade eleitoral para reformar", sublinhou Philippe Aghion na referida entrevista.
A França de Macron é, neste quadro, uma novidade absoluta e um desafio para países como Portugal, Espanha, Itália e Grécia, que têm vindo a apostar naquele país como uma força de bloqueio a uma linha dura de férreo controlo das contas públicas sempre defendida pela Alemanha.
Para Macron, o alinhamento com Berlim é fundamental para a França recuperar o seu peso político e o estatuto de potência. Paris não quer ser o rosto dos países do Sul, mas co-líder da União Europeia, estatuto que perdeu há muito.
É claro que Angela Merkel só comprará esta aliança depois do Presidente francês passar das palavras aos actos, mas o que aí vem, caso Emmanuel Macron atinja os seus objectivos, é uma União Europeia reforçadamente ortodoxa em matérias económicas e mais flexível ao nível do mercado de trabalho, sendo que a incógnita é o casamento dos interesses da França e da Alemanha na questão da política externa. Macron quer ser líder do mundo livre, por oposição a Donald Trump. À Alemanha basta-lhe ser líder da Europa.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

O TRATADO ORÇAMENTAL e os seus malefícios na economia da União Europeia


O nosso primeiro ministro, dr. António Costa, afirmou hoje, numa sessão de esclarecimento, ou
prestação de contas, a umas centenas militantes socialistas que o Tratado Orçamental é o maior entrave ao crescimento económico da União Europeia.

Desde a crise financeira de 2008, a União Europeia nunca mais recuperou, salvo uma ou outra exceção, e a direita neoliberal pensou ter descoberto a pólvora com a aplicação do Tratado Orçamental, que, na realidade se chama Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação, aprovado, quando entrou em vigor, em 2013, por 16 países e que delegou num “Directório” a condução das finanças dos países da União que passaram a ser dominados pelo eixo franco-alemão e que está a condicionar a governação desses mesmos países.



Este chamado “Tratado Orçamental” nunca foi discutido e votado no Parlamento Europeu e os “zeladores” que obrigam ao seu cumprimento são pessoas não eleitas pelos cidadãos, bem como o referido Tratado foi objeto de qualquer discussão pública. A sua aprovação final contou com os votos contra do Reino Unido e da República Checa.

Há cerca de um mês, a Coordenadora do Bloco de Esquerda colocou o dedo na ferida, afirmando que,
se Portugal viesse a ser alvo de sanções por não ter cumprido a meta estabelecida para o défice orçamental (3%), deveria ser encarada a hipótese de ser convocado um referendo nacional, para que o povo português decidisse abandonar ou não esse Tratado. A sugestão da Catarina Martins causou polémica junto de todos os nossos agentes políticos.

Hoje ouvi o dr. António Costa afirmar que o famigerado Tratado está a contribuir para a falta de crescimento económico da União Europeia.

Vamos lutar para que esse Tratado seja posto de lado, porque, enquanto ele não for revogado, só teremos mais desemprego, mais pobres e os ricos cada vez mais ricos.

Venha lá o Referendo.

Ovar, 14 de Julho de 2016

Álvaro Teixeira