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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

A realidade não existe – imprecação

por estatuadesal

(José Gabriel, 15/02/2020)

Não, a realidade não existe. Nunca existiu um ministro das finanças sociopata que, de braço dado com o seu 1º ministro corrupto, extinguiu as reduções fiscais a doentes com incapacidades superiores a 80% e com despesas de retaguarda incomportáveis impostas pelas suas doenças, com consequências dramáticas para muitos deles.

Não, nunca uma ex-ministra das finanças sugeriu o fim do pagamento da hemodiálise a doentes com mais de 70 anos, o que motivaria uma espécie de homicídios em cadeia patrocinados pelo Estado.

Não, nunca houve um deputado a defender que o problema do país era a “peste grisalha”, sobre a qual era preciso tomar medidas, nem aconteceu, longe disso, o homem ter sido promovido a cabeça de lista do seu distrito.

Não, nunca houve mortes por um ministério ter adquirido produtos perigosos para os doentes hemodialisados para poupar uns cobres, perante o entusiasmo dos seus colegas de governo e respectivo 1º ministro de então.

Não, nunca houve uma ministra a saudar as vantagens económicas de um vírus eclodido num outro país.

Não, nunca houve um primeiro ministro a contemplar os seus concidadãos mais sofredores com o epíteto de piegas enquanto lhes sugava a vida.

Não, nunca houve companhias a de seguros a determinar soluções terapêuticas mais vantajosas para os seus lucros que para a vida dos doentes.

Não, nunca houve pessoas que não puderam beneficiar de tratamentos sofisticados para doenças potencialmente fatais por não terem condições económicas para manter as necessárias condições – de assepsia, por exemplo – em sua casa.

Não, nunca houve doentes que morreram por não terem recursos financeiros para continuar a viver.

Não, nunca houve na Assembleia da República deputados que defendem o fim puro e simples do SNS ou a sua destruição em favor de terceiros.

Não, não são nem nunca foram pessoas como estas que, com a respectiva bênção eleitoral, nos governaram, governam e continuarão a governar.

Não, a puta da realidade não existe. Podemos continuar a confiar, está tudo bem.

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