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quarta-feira, 16 de junho de 2021

 


O PR e a irreflexão de Marcelo

por estatuadesal

(Carlos Esperança, 15/06/2021)

O PR não governa, mas Marcelo, na sua obsessão mediática, tudo faz para fingir que as decisões boas são da sua autoria e as más do Governo.

Descoroçoado com o estado da sua direita, enquanto a fascista sobe, sabe que é ele a única oposição credível, que se esforça por manter, enquanto não aparece um líder a galvanizar as hostes que deram maiorias a Cavaco e levaram Passos Coelho a S. Bento.

Marcelo sabe de tudo, comenta tudo, e está simultaneamente na rádio, nos jornais, nas televisões e redes sociais, num excesso alheio às prerrogativas da função e aos estragos que faz entre banhos de multidão, da Guiné à Madeira, de Belém ao resto do Mundo.

Que diga da seleção de futebol, onde não joga, “nós somos os melhores do mundo”, não prejudica ninguém, mas que afirme perentório que, “comigo o país não volta atrás, no confinamento”, insistindo “comigo nunca mais”, revela uma insensatez, que nenhum virologista subscreve, e obriga António Costa a prevenir o país contra os riscos que ainda corre.

O narcisista Marcelo, sem competência para avaliar a pandemia, não se conformou com a sensatez do PM, sobre quem recaem todas as responsabilidades, e não hesitou, ele que não comenta assuntos internos no estrangeiro, a advertir, autoritário, a partir da Hungria, onde se deslocou em viagem de lazer, “Por definição, o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro. Quem nomeia o primeiro-ministro é o Presidente, não é o primeiro-ministro que nomeia o Presidente”, num exagero de quem dá posse a quem depende da AR.

Não sei se Marcelo, de quem há muito se espera a encomenda de vichyssoise para o PM, tem consciência de que a pressa de levar a direita ao poder pode comprometer o futuro do país, mas é tempo de ser avaliado com isenção na pertinaz intromissão nas funções do Executivo.

Não falta quem atire setas ao Governo nos arraiais da direita antidemocrática.

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