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terça-feira, 14 de novembro de 2017

Da geringonça à passarola

Posted: 13 Nov 2017 02:57 AM PST

«A temível geringonça fez agora dois anos. A designação, usada para definir aquilo que parecia ser uma disforme máquina voadora, e que, na opinião dos seus detractores, acabaria por se desintegrar no pó, continua a voar.
Não tão elegantemente como no passado recente, mas de forma inesperada. Voa com propulsão da economia, combustível julgado impossível de alimentar uma invenção de uma maquineta de esquerda. Talvez por isso se tenha transformado numa passarola, aquela invenção de Bartolomeu de Gusmão, que hipnotizou a corte de D. João V em 1709, quando o balão aquecido a ar subiu até ao tecto da sala e só foi destruído com varas porque havia o medo de poder incendiar o recinto. É esse o receio: que este modelo possa frutificar numa Europa desorientada. Cercada por todos os lados, a solução governativa liderada por António Costa conseguiu um equilíbrio digno de um aprendiz do Chapitô: contenção orçamental para lograr um défice sustentado, com uma política de mãos largas para alimentar as clientelas políticas do BE e do PCP. Sabe-se que esta passarola não voará para sempre. O PCP, depois da derrota autárquica, viu ressurgir o lado sindical, que sempre foi contra o acordo governativo. E este só conhece a guerra.
É por isso que todos olham para 2019. Para ver qual será o futuro do PS e qual será a reacção do PSD. Porque, por enquanto, uma das forças do Governo é a inabilidade do PSD. Olhe-se, nos últimos dias, a forma como o PSD se auto-imola. Não bastava a frase do especialista em fazer contas de somar e subtrair, António Leitão Amaro, transfigurado em humorista ("Foi pela lei anterior que a legionela passou a ser totalmente proibida, passou a ser zero"). Basta ler a entrevista de Maria Luís Albuquerque ao Público: "Afectos? Acho que os portugueses precisam, sobretudo, é de ter uma alternativa." A galinhola do PSD poderá voar? Não. O PSD ainda não aprendeu: foi o discurso da insensibilidade que o perdeu. E isso é a proteína deste Governo, que percebeu, tal como Marcelo, o valor do afecto.»




sábado, 11 de novembro de 2017

Era uma vez

por estatuadesal

(Isabel Moreira, in Expresso Diário, 11/11/2017)

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Era uma vez um governo de coligação entre o PSD e o CSD do qual Assunção Cristas fez parte, embora agora finja que não. Era uma vez esse governo de direita que fez da troika o pretexto para a implementação do seu programa ultraliberal. Era, portanto, uma vez um governo de direita que sem nenhum memorando que o obrigasse a isso cortou pensões e salários em violação da Constituição, cortou nas prestações sociais mais importantes para idosos e crianças e destruiu os serviços públicos que integram dimensões essenciais do Estado social, como o SNS. Era uma vez um governo de coligação entre o PSD e o CDS que empobreceu o país para crescer, dizia, que fez o maior aumento de impostos de que há memória e que convidou os jovens a emigrarem. Era uma vez Passos e Cristas num governo que afirmava uma, duas e as vezes que fossem necessárias que não havia alternativa àquela austeridade furiosa em face dos compromissos internacionais, que afinal não foram cumpridos. Era uma vez um governo de direita que fazia orçamentos regulares e retificativos violando a lei fundamental, como se nela não estivesse incluída a proteção dos direitos sociais.

Era uma vez uma alternativa. A alternativa surgiu e a esquerda uniu-se para apoiar o governo do PS. O irrevogável Portas apelidou a democracia de geringonça e a direita cruzou os dedinhos à espera de uma queda do Executivo que, ups, não aconteceu.

Era uma vez uma alternativa real, uma política que conjuga crescimento económico, cumprimento das regras orçamentais e dos compromissos internacionais e devolução de rendimentos e direitos. Era uma vez a devolução ao país de paz institucional, de sinais positivos quanto a crescimento económico, à descida do desemprego e à subida do emprego.

Era uma vez a possibilidade de termos uma oposição que explicasse do seu programa. Mas isso só em ficção, porque o programa da direita era a queda do governo “das esquerdas radicais” (como eu gosto do populismo semântico).

Que fazer, terá pensado a direita?

Ser populista, viver de casos, colando-os uns aos outros, ainda que sem nexo algum ente os mesmos, incutindo no povo (que tem por iletrado) sentimentos de medo e de insegurança quanto ao funcionamento do Estado.

Foi assim com a legionella. Pegar num caso evidentemente grave e fazer dele o espelho da ação do governo, num populismo radical, perigoso e talvez apostado na amnésia do tal povo que tem por iletrado. É ver Cristas e o que resta do PSD a fazerem exigências e a apontarem para um alegado desinvestimento no SNS.

A sério? Era uma vez um governo de direta do qual Cristas fez parte que revogou a legislação que torna as vistorias a sistemas de ventilação, nomeadamente nos hospitais, obrigatória e que continua até hoje a opor-se à repristinação do regime jurídico tido por adequado por todas as entidades do sector. Era uma vez uma oposição de direita convencida de que o “povinho” não se recorda do surto de legionella de 2014 em Vila Franca de Xira.

Era uma vez um governo que apresentou uma alternativa ao país e demonstrou que a mesma era possível. Por isso a história de uma direita que se agarra a casos como uma lapa abusando da paciência de quem sabe o quanto custa repor a qualidade dos serviços púbicos massacrados pela austeridade entusiasmada de PSD e CDS e de quem sabe que aquilo que foi orçamentado e executado no SNS em dois anos é o dobro do que o governo anterior tem para mostrar.

Era uma vez um orçamento de estado para 2018, mais uma vez de esquerda, mais uma vez a prometer uma direita de casos.

Era uma vez.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Marcelo, as culpas e as desculpas

Estátua de Sal


por estatuadesal

(Por José Gabriel, in Facebook, 17/10/2017)

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(Marcelo falou ao país. O que pode e deve o Presidente dizer e fazer, foi esse o mote.)


Marcelo manda pedir desculpa - mas desculpa pedida por ordem de outrem nada vale.

Marcelo quer que a Assembleia da República avalie a continuidade do governo - mas a direita não precisa de empurrões e a seráfica Cristas, ex-ministra da treta, já se chegou à frente; está no seu direito, levará o PSD atrás e não precisavam de ajuda de Marcelo.

Marcelo quer clarificação - mas tudo hoje, a nível político e com a sua ajuda, parece uma tanto escuro.

Marcelo continua a falar em "novo ciclo" - já o fazia antes dos fogos e pensa que há novas razões e nova oportunidade.

Marcelo podia dissolver a AR, já que a renovação de mandato para o governo que ele pede à AR está nas suas mãos e não em encomendas a terceiros - mas Marcelo sabe o que isso (lhe) pode custar e fenece-lhe a coragem.

Marcelo podia dirigir-se a todos a quem pode ser imputada responsabilidade - mas Marcelo escolheu como alvo exclusivo o governo.

Marcelo quis ser firme no tom - mas foi apenas sonso no modo

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Anomalias?

Posted: 06 Sep 2017 05:09 PM PDT

Ao resistirem à tentação de entrar no governo de Costa, optando por extrair concessões modestas mas tangíveis em troca do apoio parlamentar, o BE e o PCP traçaram um caminho entre o fechamento sectário e a neutralização política, mantendo a oportunidade de colocar em cima da mesa soluções mais radicais [da reestruturação da dívida à saída do Euro] para as dificuldades do país quando a próxima crise da Zona Euro chegar.
Excerto da principal conclusão política de uma análise com fôlego à evolução histórica recente da formação social portuguesa, “anomalias lusas”, publicada pelo historiador irlandês Daniel Finn na que é para mim a melhor revista de pensamento político em sentido amplo do mundo anglo-saxónico, a New Left Review.
A crónica de Owen Jones no The Guardian, talvez suscitada pela leitura deste artigo, ilustra também o renovado interesse no caso português. É uma crónica interessante, mas prejudicada pelos hábitos voluntaristas e europeístas típicos do comentário progressista. Esquece-se das circunstâncias políticas específicas do tempo e do lugar que tornaram possível a actual solução e que tornam difícil a sua repetição noutros contextos, incluindo a extensão do recuo histórico anterior, de resto em larga medida por reverter, dada a natureza necessariamente limitada do que foi conseguido. E lembra-se de colocar às esquerdas contraproducentes tarefas de reforma com escala europeia, que estas não estão em posição de prosseguir nessa escala, e de sobrestimar as mudanças no PS, cujas elites ainda dominantes não fizeram o tipo de ruptura ideológica de Corbyn e companhia com a Terceira Via.
Entretanto, do último número da New Left Review consta também uma extensa entrevista a Catarina Martins que vale a pena ler pelas perguntas e pelas respostas. Se exceptuarmos um momento de injusto paternalismo em relação a um PCP de que está próxima nas áreas fundamentais, incluindo direitos e liberdades, e uma sobrestimação do papel bloquista no arranque da solução governativa, a verdade é que Catarina Martins está em grande forma na avaliação da conjuntura e da estrutura nas várias escalas. Sem ilusões em relação à social-democracia realmente existente, revela uma aguda consciência da economia política europeia.
Com esta direcção, o BE está em condições de evitar o triste destino do Syriza, não se deixando cooptar, nem condicionar por uma certa opinião euro-liberal dita de esquerda, muito presente na comunicação social, mas sem grande relevância política fora dela: intransigência estratégica e flexibilidade táctica, função de uma correlação de forças que pode e deve ser mudada.

Fonte: Ladrões de Bicicletas

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terça-feira, 18 de julho de 2017

Presidente e Governo criaram "novo sentido de esperança em Portugal"

O presidente do conselho de administração da Mota-Engil, António Mota, considerou hoje que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Governo do PS criaram, no último ano, "um novo sentido de esperança em Portugal".


Presidente e Governo criaram
© Lusa

António Mota falava na presença do Presidente da República e do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, durante a cerimónia de inauguração dos escritórios da Mota-Engil na Cidade do México.
"Vossa excelência, senhor Presidente, e o atual Governo criaram, no último ano, um novo sentido de esperança em Portugal. Esperamos, é nisso que apostamos, que tenhamos uma economia mais ágil em Portugal em pouco tempo", declarou.
"Somos tão bons como os melhores. Eu costumo dizer que temos de ser um bocadinho melhores, porque somos mais pequenos", defendeu.
Minutos antes, António Mota tinha ouvido o Presidente da República sustentar que "Portugal sozinho já é imbatível", que "o México sozinho, pensem o que pensarem alguns, é imbatível" também, e que os dois países juntos são "definitivamente imbatíveis".
No final da sua intervenção, dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa e a Manuel Caldeira Cabral, o presidente da Mota-Engil acrescentou: "senhor Presidente, senhor ministro, agradeço a vossa presença, mas acima de tudo agradeço o que têm feito na recuperação do orgulho português".
Sobre a Mota-Engil, António Mota referiu que a construtora tem "26 mil colaboradores no mundo inteiro" e é "o maior empregador português fora de portas, com 1.700 portugueses a trabalhar por esse mundo espalhados", mas queixou-se da "dificuldade em fazer formação em Portugal para renovar esses quadros".
"É bom que o setor em Portugal recupere", observou.
Em declarações aos jornalistas, António Mota congratulou-se com a presença do Presidente da República nas instalações da Mota-Engil no México, no mesmo dia em que, em Portugal, "o senhor primeiro-ministro esteve a inaugurar o Aeroporto de Faro, que é uma obra feita pela Mota-Engil para a ANA".
"Por isso, é um dia grande para a Mota-Engil", considerou.
António Mota disse que "o continente americano é a maior zona de negócio da firma", que "o México é o maior mercado do grupo neste momento" e adiantou: "No presente ano de 2017, mais uma vez, voltaremos a crescer".
No seu entender, "nada disto teria sido possível sem o apoio da diplomacia portuguesa", a quem agradeceu, após elogiar os parceiros locais da Mota-Engil e os quadros portugueses.

Fonte: Notícias ao Minuto