Translate

Mostrar mensagens com a etiqueta PSD. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta PSD. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A Noite das Eleições



por estatuadesal
(Pedro Santos Guerreiro, in Expresso, 16/09/2017)
PSG
Pedro Santos Guerreiro
Todos descobrirão vitórias, como sempre, mas as de uns serão mais clamadas pelos próprios do que aclamadas por outros. Na noite das autárquicas haverá derrotas e consequências menos imediatas.
A duas semanas, as sondagens indiciam que António Costa, Jerónimo de Sousa e Assunção Cristas terão boas noites. Porque o PS deverá liderar em número de votos, o PCP consolidar e a líder do CDS ter ela própria entre um bom resultado (mais do que 8% será mais do que Portas conseguiu em Lisboa), um resultado ótimo (encurtar sobremaneira a distância para o PSD) ou, o que é muito improvável, um resultado escandalosamente positivo (ficar ‘em cima’ ou, em delírio, acima de Teresa Leal Coelho). Já Catarina Martins nunca terá uma noite má, porque comparará sempre com um resultado autárquico anterior muito baixo. Ainda assim, o BE precisa de ganhar vereações se quer mostrar implantação. À esquerda, a questão essencial para um futuro é a revelação entre PS e PCP. Nas grandes cidades, o PS ‘entregou’ Évora aos comunistas, veremos o que acontece em Beja.
Passos Coelho terá provavelmente a noite mais difícil, não só porque o objetivo inicial de ter mais câmaras do que o PS está distante, como luta por não ser humilhado em Lisboa (não descer dos 22%) e Porto (ter pelo menos dois vereadores). Como diz Miguel Relvas hoje ao Expresso, o PSD pode ficar um partido de implantação rural e dependente de líderes ou herança fortes em algumas cidades (Viseu, Braga, Cascais, Funchal...).
Pior, André Ventura pode ser um dos ‘vencedores’ do PSD da noite, se subir muito a votação do partido, o que ou será bastante embaraçoso para o PSD ou, o que será mais grave, galvanizador. O voto das grandes cidades não é importante apenas pelo mediatismo, mas também pela sua influência em eleições legislativas. Faltam dois anos.
A solidez de Passos Coelho na liderança com o PSD poderá ficar com a consistência de um queijo sem que ele tenha a faca na mão. Não falta quem afie a sua, mas falta quem saiba em que momento quer avançar para desafiar o presidente do PSD. 2018 poderá ser cedo demais, pois António Costa está a beneficiar de um ciclo económico e a gerir um ciclo orçamental que são favoráveis a uma reeleição em 2019. É por isso que o líder do PSD eleito em 2018 poderá ser transitório e então os adversários de Passos podem preferir ir a jogo em 2018 para perder, posicionando-se para ganhar depois das legislativas.
Vencedores serão também alguns dos muitos independentes, começando por Rui Moreira no Porto, que só tem de saber se terá maioria ou se precisa de fazer pazes pragmáticas com quem está em guerras táticas. Isaltino pode ter um regresso que é mais difícil para Narciso. Mesmo não ganhando, como se verá em Coimbra, os independentes têm força para alterar os equilíbrios que existiriam sem eles. É por isso que os independentes não são uma excentricidade, mas uma tendência. Votada.






domingo, 17 de setembro de 2017

Um Eixo anti Passos Coelho



por estatuadesal
(Por Estátua de Sal, 17/09/2017)
eixox
Estive a ver o Eixo do Mal. Interessante. Traziam um guião afinado, desde o Luís Pedro Nunes até mesmo ao Daniel Oliveira. O Eixo anti Passos.
A direita anda preocupada. Com Passos, um cavalo morto, que só ele não sabe que está morto, a direita não vai a lado nenhum. Passos é uma passadeira vermelha para António Costa e para o partido socialista. A esperança da direita é que Passos seja defenestrado e, com outro líder mais macio, seja possível uma reedição do Bloco Central, a aliança entre o PS e o PSD, já tão distante no tempo. Balsemão encomendou-lhes o guião. Com Passos a liderar o PSD a Geringonça vai durar até à eternidade.
E pior, Passos anda a virar xenófobo, racista e troglodita apoiando o candidato a Loures, André Ventura. Ou seja, como dizia o Pedro Marques Lopes, quem não gostar da Geringonça que alternativa de voto terá, sendo de direita? Votar num PSD xenófobo, não subscrevendo tais posturas? Pois.
Quer dizer. A campanha para as eleições legislativas de 2019 já começou. E qual o programa da direita? Apenas um: evitar uma Geringonça II e o afastamento de Passos é fundamental para que esse programa possa almejar ter sucesso.
A segunda parte do programa seguia o mesmo guião de forma sub-reptícia. Era o dossier Fernando Medina. Todos consideraram que usar uma campanha negra para atacar um adversário político - e ainda sem qualquer fundamento, ao que parece e foi documentado -, é o limite máximo da sujeira. Ora, ainda que o não tivessem dito, a sujeira só pode vir da direita, a saber do PSD, ou seja de Passos. E com isto se pretendeu provar que Passos e seus acólitos não sabem fazer oposição séria, e não são credíveis para enfrentar António Costa em 2019, na pior hipótese. Quando os comentadores da direita e do centro tem necessidade de vir a terreiro defender um alto dirigente socialista em época de pré-campanha eleitoral, é estranho, e tal só prova que o contexto político nacional e internacional é, no mínimo, uma tela surrealista. São precisas inovadoras grelhas de leitura para a conseguir ler e descodificar. E, infelizmente, tardam em surgir.
Ainda deram uns toques na proibição de existirem ou não jogos de futebol em dia de eleições. Nada de importante.
Mas enfim. Coitado do Passos. É, neste momento, tão insignificante que não tem quem o empurre do seu lado esquerdo mas os empurrões surgem dos seus pares do lado direito.
Ora, eu que tanto zurzo e zurzi no Coelho, só posso esboçar um sorriso de satisfação.
Até ando com uma certa comiseração dos próceres da direita. Serviram-se do Passos para fazerem a travessia da troika que ele cumpriu com afã e desvelo. Agora estão aflitos para o chutar para canto. Seria fácil se a direita tivesse um nome credível e alternativo a Passos para liderança do PSD. Mas, até ver, só surgem fogos-fátuos e promessas sem garra.
Meu caro António Costa, pode dormir descansado. E a esquerda, BE e PCP, não abdicando dos seus valores e princípios, que não estiquem demasiado a corda, empurrando o PS para os braços da direita, com Passos ou sem Passos. A política é a arte do possível. E, quase sempre, o possível fica sempre aquém do desejável.

A grande anedota nacional

por João Mendes

Imagem encontrada no Facebook/autor desconhecido
É claro que a decisão dos terroristas da Standard & Poor’s não se deveu em exclusivo à acção deste governo. Nem deste nem de governo nenhum, que agências de rating são empresas privadas que tomam decisões em função dos seus interesses momentâneos, sejam eles quais forem. Que o diga o Lehman Brothers, cujo triplo A cintilava na constelação financeira no dia imediatamente anterior ao pontapé de saída do crash de 2008. Ler mais deste artigo

Fonte: Aventar

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PSD, na vanguarda da instrumentalização de idosos para fins eleitoralistas

Qualquer semelhança com Ovar será mera coincidência

14/09/2017 por João Mendes


Ok, é possível que outros partidos façam o mesmo. Se conhece mais algum caso, caro leitor, envie para cá. Terei todo o gosto em divagar e conversar sobre ele. Contudo, é natural que me debruce mais sobre o que se passa na, concelho onde tenho família a viver, onde há quatro anos governa uma coligação PSD/CDS-PP, que, em quatro anos, elevou o eleitoralismo para um novo patamar de pouca-vergonha. Torna-se sufocante e um tipo tem que ter um escape.
Já escrevi sobre vários casos, do “jornal” por eles controlado, um pasquim partidário disfarçado de órgão de comunicação social, à utilização de recursos públicos para promover a imagem do autarca, passando por inaugurações de arromba, que ganham prémios no Má Despesa Pública, ou pela azáfama que tomou conta da minha cidade, nestas semanas que antecedem as eleições, com alcatrão novo em tudo o que é rua. Ontem tive conhecimento que o autarca, Sérgio Humberto (PSD), usou as comunicações do município para enviar um SMS para todos os encarregados de educação do concelho, onde endereça votos de um excelente ano escolar, algo que nunca tinha acontecido e que, curiosamente, acontece pela primeira vez a menos de 3 semanas das eleições autárquicas.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

E lições de moral sobre o caso Portucale, deputado Carlos Costa Neves? Também tem alguma para dar?

12/09/2017 por João Mendes


Foto via Dinheiro Vivo

Carlos Costa Neves, que foi quase ministro daquele segundo governo Passos/Portas que morreu à nascença, foi o escolhido para comentar a entrevista de Azeredo Lopes, no que ao caso Tancos diz respeito:
Sim, a entrevista de Azeredo Lopes tem muito que se lhe diga, e o ministro fez uma triste figura. Mas é irónica, a escolha de Costa Neves, para dar esta lição de moral ao governo. É que, ao fim destes anos todos, eu também não sei como classificar aquele frete que o então ministro fez ao BES, em conjunto com Nobre Guedes e Telmo Correia. E não me lembro do PSD estar tão empenhado no “exercício daquilo que são as suas responsabilidades em democracia“, bem como no esclarecimento e no assumir de responsabilidades do polémico Caso Portucale, que eram, tal como neste caso, responsabilidades políticas.
Já era tempo do PSD e de Costa Neves partilharem com os portugueses aquilo que sabem sobre aquele despacho, aprovado com o governo do qual fazia parte já em gestão, e a poucos dias da tomada de posse do governo Sócrates, que resultou no abate de milhares de sobreiros, que, legalmente, só poderia ser autorizado para dar lugar a projectos de imprescindível utilidade pública, como hospitais, auto-estradas e barragens, ou projectos agrícolas de grande interesse para a economia nacional. Não era o caso. Mas era o BES quem mais ordenava. Ordenava de tal forma que, juntamente com os seus colegas, Carlos Costa Neves mentiu ao país, alegando no despacho por si assinado que o empreendimento se revestia de “imprescindível interesse público“, invocando um parecer do ICN que afinal não existia. Uma excelente escolha para dar lições de moral a Azeredo Lopes, portanto. Este PSD não facilita.

Fonte: Aventar.eu

____________________________________________________________________________
Queres entrar no Mundo do E-Commerce e do Marketing Multi-Nível?
Clica no Botão:->

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Sem ironia, isto é chocante



por estatuadesal
(Isabel Moreira, in Expresso Diário, 10/09/2017)
ISA_MOR
Não é verdade que em política se deseje a desgraça dos outros. A nossa democracia representativa precisa de partidos estruturados, espelhos reais da diversidade social, ativos nas propostas para o país. Não é bom para ninguém que a estabilidade governativa não encontre a alternativa de uma oposição atenta, com substância.
A universidade de Verão do PSD serve para falar de política. É para isso que iniciativas destas foram criadas. A universidade de Verão é um espaço de formação de quadros políticos, jovens que felizmente estão interessados em fazer política.
A universidade de Verão retratou um PSD vazio, mesquinho, ressabiado, populista e isto é chocante. O maior Partido da oposição ainda não fez as pazes com a circunstância de não ser Poder, o PSD ainda perde tempo a agitar fantasmas, a sua verborreia confirma a inexistência de alternativa à solução governativa atual e isto é chocante.
De bandeira na lapela, uma espécie de afirmação de inconformismo perante o normal funcionamento da democracia, os “sociais-democratas” são o palco de Cavaco Silva, o ex-presidente mais impopular da nossa história, desesperado com a popularidade do atual Presidente, desesperado por a democracia ter feito dele o PR que empossou o atual Governo, desesperado perante o fracasso de anos da sua vida dedicados à tentativa de destruição da esquerda e de favorecimento do seu Partido. Foi este Cavaco Silva que falou aos jovens quadros políticos de uma alegada revolução socialista em curso, de “pios” e da realidade imaginária do orador, a tal que trava as nossas ideologias perigosas.
De bandeira na lapela, os “sociais-democratas” são o palco de Paulo Rangel, o reacionário populista de serviço que não hesitou em afirmar que as políticas do atual governo já mataram De bandeira na lapela, os “sociais-democratas” são o palco de Poiares Maduro, o ex-governante que compara a credibilidade de Costa ao cabelo de Trump, todo um momento de elevação política aplaudido pelos jovens que querem ser os atores políticos de amanhã.
Nada disto é normal, tudo isto é chocante, não temos memória de um PSD entregue ao populismo primário e à desistência do seu papel histórico na governação de Portugal.
Passos enfurece-se com as críticas, acena a bandeira da liberdade de expressão (como se alguém tivesse silenciado os seus convidados), confirma o seu apoio ao candidato a Loures e mostra o saco vazio das suas propostas.
A verdade é que não há ideologia sem realidade, a verdade é que a realidade se mostra com factos, a verdade é que esses factos são a prova de que existia alternativa a Passos. O PSD sabe dos resultados da alegada “revolução socialista”, sabe do défice mais baixo da história, sabe do crescimento sem paralelo do investimento, sabe do aumento das exportações, sabe do estancar da perda de jovens para a emigração, sabe da diminuição dos níveis de desemprego e sabe do aumento dos níveis de criação de emprego, sabe dos níveis recuperados de confiança, sabe.
O PSD sabe e prefere recusar qualquer consenso, o PSD sabe e prefere o maldizer à apresentação de alternativas, o PSD sabe e escolhe falar em eleitoralismo em vez de dar voz a um eleitorado que existe.
Hoje, ninguém sabe de uma única proposta do PSD para o país. A universidade de Verão do PSD foi um espelho assustador do que é atualmente a alternativa destruída ao governo socialista.
Isto não é só mau. É mesmo chocante.
____________________________________________________________________________
Queres entrar no Mundo do E-Commerce e do Marketing Multi-Nível?
Clica no Botão:->

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Vai pôr cobro a esta pouca-vergonha no seio do seu partido, Dr. Pedro Passos Coelho? Ou será que a sua palavra não vale rigorosamente nada?

08/09/2017 por João Mendes


Pois bem, já que o caríssimo líder da oposição decidiu trazer este tema à baila, aproveito a deixa para, encarecidamente, pedir a alguma alma bondosa da capital que faça chegar esta mensagem ao Dr. Passos Coelho, porque algo de muito grave se está a passar na distrital portuense do seu partido. Não, não me refiro às tropelias da entouragede Marco António Costa e da sua compincha da Webrand. No que a este caso diz respeito, já sabemos tudo, como sabemos que nada irá acontecer, porque, nesta bela pátria à beira-mar plantada, o poder quase absoluto continua a garantir a impunidade dos esquemas subterrâneos. Penso que só temos direito a 1 caso Sócrates a cada 100 anos.
Mas ainda há esperança a norte do Douro. E porque há esperança, escrevo estas linhas, na esperança que cheguem a quem de direito antes que algo me aconteça, – e as ameaças já foram algumas, feitas publicamente por militantes do seu partido, que aqui pela Trofa a velha máxima socialista foi adaptada para “quem se mete com o PSD, leva” – para reportar algumas irregularidades morais, éticas e legais que têm servido de combustível eleitoralista a uma estrutura sob tutela do Dr. Passos Coelho. Se as suas palavras têm algum valor, caro Dr. Passos Coelho, estou certo que porá cobro a esta pouca-vergonha.
Saiba o Dr. Passos Coelho que, no concelho da Trofa, a população é manipulada por um jornal de propaganda, criado pela coligação no poder, era esta ainda apenas uma máquina eleitoral, que recebeu dezenas de milhares de euros dos cofres da autarquia, de forma directa e indirecta, e que foi oficiosamente cancelado pela ERC, sem, contudo, deixar de chegar às bancas pela módica quantia de absolutamente nada. Paga-se sozinho, que, como sabemos, a imprensa escrita vive tempos áureos.
Esta espécie de jornal, caro Dr. Passos Coelho, dedica-se quase em exclusivo a promover o executivo PSD/CDS-PP e a perseguir e insultar quem se atreva a questionar o seu poder absoluto. Um jornal onde, até há poucos meses atrás, o director acumulava a função com a de assessor do PSD de Santo Tirso, algo que, como o Dr. Passos Coelho bem sabe, é ilegal. Um jornal onde vale literalmente tudo e onde o descaramento é tal que a sua equipa ocupou a sede de campanha da coligação (se é que algum dia de lá saiu), dias após o acto eleitoral de 2013, transformando-a na sua própria sede. Existem muitos milhares de euros dos nossos impostos aplicados nesta manobra, e estou certo que concordará que os impostos dos portugueses não devem servir para manobras de propaganda. A menos que o Dr. Passos Coelho aprove estes esquemas e a sua palavra não tenha valor. Ou, parafraseando um famoso discurso da sua bancada parlamentar, a menos que palavra dada não seja honrada? A sua palavra é honrada, Dr. Passos Coelho?
Mas a esta máquina, tão poderosa que é, não lhe chega um jornal. Existe ainda uma página no Facebook, travestida de órgão de comunicação social, que simula publicidade que nunca lhe foi encomendada e que partilha frequentemente os mesmos conteúdos que são publicados pela página oficial do concelho e da candidatura da coligação, não raras vezes com apenas um minuto de diferença, deixando no ar a ideia, difícil de refutar, de estarmos perante uma actuação coordenada, que apela directamente ao voto na coligação. Parece bizarro, mas é verdade. Se tem dúvidas, eu dou-lhe os factos, basta seguir este link.
Dir-me-á que é apenas uma página de Facebook e eu reforço que esta página se faz passar por jornal, tem acesso a eventos do públicos como se de um OCS se tratasse, e ainda conta com a colaboração de altas individualidades do seu partido na Trofa, responsáveis eleitos em cargos-chave no concelho. Deixo-lhe aqui dois exemplos, para perceber o que está em causa. E muito mais poderia ser dito sobre esta página, mas temos que avançar.
À parte destas manobras de propaganda, uns quantos milhares dos nossos cofres públicos têm sido utilizados para propaganda indirecta em outdoors e outras estruturas que glorificam obras públicas e outros “conseguimentos” deste executivo, uma inutilidade que apenas serve o propósito da promover os candidatos do seu partido. Tal como o aproveitamento de eventos públicos, nos quais o autarca Sérgio Humberto aproveita a deixa para fazer campanha, apesar de serem eventos da autarquia e não do seu partido. Tal como o caso do aproveitamento de um importante conteúdo multimédia, pago pelos cofres públicos, usado pela página oficial do autarca, a partir da qual a página do município o partilhou, quando deveria ser ao contrário. Tal como a maior obra pública deste executivo, a Alameda da Estação, inaugurada com toda a pompa possível, ao melhor estilo de um comício eleitoral, apesar de não estar concluída, poucos dias antes do arranque da campanha da coligação. Como as inúmeras intervenções na rede viária, em muitos casos situações na ultracongestionada EN14, que se arrastavam desde o início do mandato. Se as suas palavras valem de alguma coisa, Dr. Passos Coelho, faça o favor de mostrar que é um homem de palavra e tome uma posição sobre aquilo que se passa na Trofa. Isto é uma pouca vergonha e irá influenciar decisivamente o resultado das eleições na nossa terra.
Finalmente, que a missiva já vai longa, termino com um exemplo que lhe permitirá perceber o quão baixo pode descer este executivo liderado pelo seu partido. O quão baixo e o quanto o exemplo que se segue é ilustrativo do mais vergonhoso eleitoralismo que grassa neste país. Desde que este executivo chegou ao poder, manteve-se uma prática que vinha de trás, e a meu ver bem: o passeio anual sénior. Desde que o executivo liderado pelo seu partido chegou ao poder, realizaram-se quatro passeios sénior, sempre por volta do mês de Setembro, vá-se lá saber porquê. E se em 2014 não é possível descortinar o valor gasto neste evento, por estar diluído num ajuste directo mais amplo, note bem os valores que se seguiram: em 2015, o passeio custou 5.524,53€. Já em 2016, subiu para quase o dobro: 9.900,00€! Mas, repare bem neste fenómeno, em 2017 a um mês das eleições, o valor da mesma actividade disparou 610% face a 2015 e 296% face a 2016. Sim, leu bem, são mesmo esses valores. Este ano, o executivo decidiu gastar a módica quantia de 39.228,00€. E porquê? Porque ao invés de assumir apenas o custo do transporte, ficando o farnel ao cuidado dos participantes como era habitual, o executivo Sérgio Humberto decidiu pagar uma grande almoçarada na famosa Quinta da Malafaia.
Se isto não é eleitoralismo em todo o seu esplendor, Dr. Passos Coelho, não sei o que será. É eleitoralismo, é usar os idosos para obter vantagem eleitoral, que, é bom ter em conta, representam cerca de 25% dos eleitores do nosso concelho, e tudo feito com o dinheiro dos nossos impostos. Uma festa onde, aos idosos em convívio, se juntaram o presidente da junta da maior freguesia do concelho, Luís Paulo (PSD), a presidente da Assembleia Municipal, Isabel Cruz (PSD), o vereador da Cultura, Renato Pinto Ribeiro (CDS-PP), a vereadora da Acção Social (a única cuja presença ali fazia algum sentido), Lina Ramos (PSD), o todo-poderoso autarca, Sérgio Humberto (PSD) e a sua chefe de gabinete, Zita Formoso (PSD). Para quê? Que fazem eles lá? Não haveria trabalho a fazer na Trofa naquele dia? Ou estariam a fazer campanha paga pelos cofres públicos? A julgar pelas fotos, é o que parece. Presidente a cantar com os idosos, a dançar com os idosos, aos abracinhos com os idosos… E que tal fotografar os idosos e deixar a campanha eleitoral para a página da coligação PSD/CDS-PP?
Quanto vale a sua palavra, Dr. Passos Coelho? Se vale alguma coisa, sugiro que tome uma posição sobre este caso tão ilustrativo daquilo que o apoquentava há uns dias atrás. Porque isto é uma pouca vergonha. Deixo-o com algumas fotografias do evento na Quinta da Malafaia, onde um presidente de câmara do seu partido é promovido ao mais alto nível na página de Facebook da autarquia (em 21 fotos no álbum, 12 promovem o autarca), que sendo da autarquia e paga pelos impostos de todos os trofenses, deve servir a autarquia e não o seu partido. Mas por cá funciona assim. Vale quase tudo para promover a imagem da vossa repartição na Trofa. E se o silêncio for a sua resposta, caro Dr. Passos Coelho, então a sua palavra não vale mesmo nada. É tão oportunista como quem se aproveita de idosos para fazer campanha eleitoral.
Fonte: Aventar
____________________________________________________________________________
Queres entrar no Mundo do E-Commerce e do Marketing Multi-Nível?
Clica no Botão:->

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O PSD e a vacuidade de uma oposição trauliteira e miguelista


por estatuadesal
(Carlos Esperança, in Facebook, 04/09/2017)
wgate
O Curso de Castelo de Vide terminou certamente com a aprovação dos alunos e a clara reprovação dos professores, sem qualquer utilidade para o País nem para o próprio PSD.
Do ex-PR, que jamais explicou as relações com o BPN, ao ex-PM que se julga ungido para governar, à revelia da Assembleia da República, ulularam docentes, alguns com qualificação académica, e que preferiram diatribes comicieiras à docência e à decência.
Quando se pensava que a revelação das redes de corrupção em autarquias do Norte teria reflexos no conclave, ecos na comunicação social e um comunicado da PGR, que viesse tranquilizar os portugueses quanto a investigações sobre 20 (vinte páginas) de denúncias da revista Visão, reinou o mais sepulcral silêncio, dentro e fora do conclave.
Que forças se moveram por trás do silêncio ensurdecedor às acusações a Marco António Costa, Luís Filipe Meneses, Agostinho Branquinho, Hermínio Loureiro, Virgílio Macedo e Valentim Loureiro que os próprios deviam estar interessados em esclarecer para salvaguarda do seu bom nome?
Os porta-vozes dos interesses desta direita limitaram-se a atenuar os danos para o PSD da inenarrável homilia de Cavaco Silva que não poupou o sucessor que lhe outorgou o Grande Colar da Ordem da Liberdade, como se tivesse lutado por ela, nem o Governo cuja legitimidade só um salazarista poderia pôr em causa.
Cavaco e Passos Coelho têm o direito de criticar quem os reduziu à sua insignificância, mas não têm legitimidade para falar de democracia ou de liberdade, quando lhes falta a credibilidade e a coragem cívica e ética para lutarem por esses valores.
O maior partido da AR, incapaz de apresentar um OE para ser confrontado com o que o PS apresentará, depois de negociado com o BE, PCP e PEV, só respondeu ao repto de António Costa para o desafiar para eventuais consensos na Justiça, Segurança Social e Saúde, quando, no Governo, pretendeu respetivamente violar a CRP, criar um teto aos descontos, para inviabilizar a SS e entregá-la aos privados, e destruir o SNS.
Este PSD não está interessado em defender a Constituição e a democracia, quer alterar a natureza do regime e esvaziar as bases programáticas da CRP que Cavaco Silva e Passos Coelho abominam.
Foi deprimente ver o ex-PR no comício partidário como agitprop da direita reacionária e vassalo de um líder esgotado, e este a defendê-lo depois.

MACRON, MON AMOUR


por estatuadesal
(Soares Novais, in a Viagem dos Argonautas, 03/09/2017)
soares-novais-ii

O Dr. Cavaco saiu de Albufeira às seis e meia da manhã para ir dar uma “aula” a Castelo de Vide. Foi o que disse ao Dr. Passos quando este lhe abriu a porta do carro que usa e nós pagamos. A “aula” do Dr. Cavaco não foi uma “aula”, dando de barato que ele tem dotes para leccionar. Foi, isso sim, um rosário de asneiras, mentiras e pesporrência.
Disse, o “prof” reformado da Aldeia da Coelha, segundo a RR:
1. “[Tenham] a força e a coragem para combaterem o regresso da censura.”
2. “Apesar das coisas estranhas que têm acontecido no nosso país, apesar de vozes credíveis afirmarem que a censura está de volta, estou convencido que os portugueses ainda valorizam a verdade, a honestidade, a competência, o trabalho sério, a dedicação a servirem as populações.”
3. “[As fake news] Não existem apenas na América do senhor Trump, mas também na generalidade dos países europeus e em Portugal.”
4. “[Na zona euro] A realidade acaba sempre por derrotar a ideologia”
5. “[A realidade] Tem uma tal força contra a retórica dos que, no governo, querem realizar a revolução socialista, que eles acabam por perder o pio ou fingem apenas que piam, mas são pios que não têm qualquer realidade e reflectem meras jogadas partidárias”.
6. “Se perguntassem aos partidos da coligação que defendem a saída de Portugal do euro para onde iria Portugal se saísse dessa galáxia, talvez respondessem para a galáxia onde se encontra agora a Venezuela.”
7. “[O Estado português] Não é só indisciplinado [economicamente], mas também demasiado gordo”.
8. “Na política não há certezas, ninguém deve esperar da política gratidão ou reconhecimento”
9. “Se o poder político conseguir controlar estas entidades [como o Conselho das Finanças Públicas] o retrocesso na transparência da nossa democracia será muito significativo.”
10. “[Emmanuel Macron] Contrasta com a verborreia frenética da maioria dos políticos europeus dos nossos dias, ainda que não digam nada de relevante.”
Sabe-se: o Dr. Cavaco tem muita dificuldade em expressar-se e graves problemas de dicção, apesar das aulas que recebeu da “mestra” Glória da Matos. Mas sobra-lhe rancor e perfídia. Tanta que esqueceu as condecorações e os elogios com que tem sido brindado pelo seu sucessor em Belém.
Para o Dr. Cavaco o mundo gira à volta do seu umbigo e das suas certezas. Ele é o “maior” e o “mais sério”. Apesar das suas relações de amizade com o impoluto Oliveira e Costa, do BPN; e das mais valias das acções preferenciais da Sociedade Lusa de Negócios que teve o seu ex-amigo Dias Loureiro como “cabeça de cartaz”. Só para citar dois exemplos.
Apesar de os alunos da dita “universidade” serem siameses do ex-doutor Relvas, a verdade é que não mereciam ter uma “aula” com um “prof” de tão baixo nível. Já lhes basta ter de ouvir o “sotôr” Rangel e a agência de empregos ser presidida pelo “sotôr” Coelho.
A “aula” só teve um mérito: a declaração de amor a Macron. O filho do senhor da “bomba” de Boliqueime gosta do petit. Talvez por ele gastar 288 euros por dia em serviços de maquilhagem. (A revelação foi feita pela revista “Le Point” e o Palácio do Eliseu confirmou.)
Percebo a declaração de amor de Cavaco: ele, que é um habitué em cosmética, sempre usou máscara anti-politico…

A ideologia de Cavaco

01/09/2017 por João Mendes



Houve um tempo em que ideologia falou mais alto que a realidade. Cavaco Silva, um daqueles saudosistas que, à semelhança do outro indivíduo que figura na imagem em cima, fez uso de um partido para o qual se estava nas tintas, apenas para se perpetuar no poder, defendia, no longínquo ano de 1992, que a Europa não era para toda a vida, fazendo jus à ideologia isolacionista na qual se sentia orgulhosamente integrado, e cujos sabujos condecorou como heróis de guerra. Agora, dá o ar da sua graça em Castelo de Vide, dando lições de europeísmo a quem teve pachorra para o ouvir.
O regresso do Cavaco-vivo, para fechar a silly season com chave de ouro, é sempre de saudar. Para que nunca nos esqueçamos do que a casa gasta. E assenta-lhe, que nem uma luva, ser cabeça-de-cartaz na universidade de brincar do PSD. Vá lá que agora não temos que o ouvir na TV, a apelar aos portugueses para confiar num banco falido, para uns dias depois se desmentir e fazer figura de parvo. Pena que ainda vamos pagar durante muitos anos a porcaria que este indivíduo e respectiva entourage andaram a fazer, com o alto patrocínio dos mais fraudulentos bancos deste país, que tanto contribuíram para a dívida que não pára de crescer, e que hoje gozam dos proveitos das suas aventuras no cavaquistão da Coelha. Por falar em cavaquistão da Coelha, será que Cavaco já pagou o que deve ao fisco? Ou continuará a viver a realidade ideológica de um caloteiro?

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Um certo sarro de tempos longínquos

por José Gabriel


Ontem foi dia de festa na "universidade" (não uso minúscula mais pequena porque não há). Aníbal, o Cavaco, falava. E do que disse escorreu bílis, sobrou mediocridade, soprou vacuidade. Há nele um certo sarro de tempos longínquos, uma desconformidade com o que de mais nobre tem a democracia. Há nele aquele ódio que gela o espírito dos que pensam ser médium de uma qualquer verdade absoluta que paira no ar e, ao fim de muitos anos, começam penosamente a suspeitar de que talvez se enganem e, pior, que talvez tenham perdido a capacidade de enganar os outros. Em nós há a náusea, a incontível náusea.

Fonte: Aventar

O discurso xenófobo de Passos Coelho e os vistos gold

por João Mendes

Foto@Público
Quando o deputado Passos disse à sua claque que não queria qualquer um a viver no nosso país, será que se referia aos oligarcas do Partido Comunista Chinês, entre outras figuras de igual envergadura ética e moral, a quem atribuiu vistos gold a torto e a direito?
Já agora, não havia um ex-ministro do governo do mesmo Passos, a ser julgado por vários crimes, relacionados com esses mesmos vistos gold, sobre o qual a imprensa controlada pela Geringonça soviética não pára de falar? Ah, espera lá, afinal não fala. Nunca. Apesar do julgamento decorrer há vários meses. Estes soviéticos modernos, o Estaline que descubra e vai tudo parar ao gulag...

Fonte: Aventar

O mestre da perfídia


por estatuadesal

(Por Estátua de Sal, 30/08/2017)
Mumia
Cartoon in Blog 77 Colinas
Confesso que nunca percebi muito bem esse acontecimento que dá pelo nome pomposo de "Universidade de Verão do PSD". Fico na dúvida se será uma fábrica de doutores que conseguem um canudo apenas a estudar durante um verão - na senda dos feitos doutorais do famigerado Miguel Relvas, esse doutor de alta prestação -, ou se será apenas uma reciclagem de doutores já feitos, jotinhas fresquinhos a precisar de actualizar o seu parco e anquilosado software.
Em qualquer dos casos, como as "aulas" não ocupam o verão inteiro e não duram mais que uma semana, são necessários mestres de grande qualidade e eloquência para em tão pouco tempo dar conta do recado. E assim tem sido. Por lá tem passado todas as pequenas e grandes sumidades da direita, desde Durão a Moedas, desde Passos a Maria Luís, tendo cabido desta vez a tarefa ao ressuscitado Cavaco Silva. A palestra foi triste e deprimente e,  como sempre ao bom estilo de Cavaco, uma peça de insidiosos recados. (Ver aqui)
A esquerda - nomeadamente o PS -, está encarniçada contra Cavaco. Pensa ela que a maioria dos recados de Cavaco lhe foram dirigidos. Talvez em parte. Cavaco, ressabiado como é, ainda não engoliu totalmente o sapo que foi ter que dar posse ao governo actual, ao qual vaticinou as maiores agruras e insucessos,  e que apesar de todas as pragas que lhe rogou, está a apresentar os melhores resultados económicos deste século. Quando um político fundamenta os seus discursos nos seus pequenos ódios em vez de os fundar na realidade, só podemos - para sermos magnânimos - receitar-lhe a aposentação. Eu sei que Cavaco já está aposentado - e bem -, mas seria bom que se convencesse disso em definitivo, o que parece que ainda não sucedeu.
Mas Cavaco não se ficou pelos recados ao Governo a quem ele continua a rogar pragas. Marcelo também não foi poupado. É o "presidente da verborreia". Comparar Marcelo a Macron, pela negativa, não lembra ao diabo, mas foi o que Cavaco fez para, de forma sibilina, se comparar ele próprio a Macron. Ora Macron é uma construção artificial em plástico dos meios de comunicação social franceses, a soldo dos grandes interesses financeiros internacionais, que o venderam ao eleitorado,  santificado, e ungido pelos deuses, uma espécie de reizinho gaulês descido dos céus. Pois bem, ficámos a saber que é nesse papel celestial que Cavaco sempre se reviu enquanto Presidente. O rei Cavaco era parco em palavras e distante da povo porque, para Cavaco, os reis não falam com a plebe, apenas a mandam ajoelhar quando esta se apresenta ao beija-mão real.
Mas a parte mais pérfida e oculta dos recados não foi em grande parte descodificada à esquerda. Tratou-se de uma mensagem para os jotinhas, e directamente dirigida para o interior do PSD. E a mensagem é simples: não alinhem nos cantos das sereias que vos querem vender propondo-vos nova liderança, meus jovens: eu sou grande, eu sou o vosso líder até à eternidade e Passos Coelho é o meu profeta.
E é nesse contexto que deve ser entendido o ataque de Cavaco à comunicação social, aos jornalistas, aos comentadores. Sim, porque os comentadores são praticamente todos de direita, e a orientação das televisões é empolar as falhas e limitações do actual governo e, ao mesmo tempo, minimizar ou ocultar mesmo,  os seus sucessos, e por isso Cavaco devia colocá-los no altar em vez de os denegrir. Mas não. A razão é simples: a direita já iniciou o processo de destituição de Passos Coelho, porque não quer apostar de novo num cavalo perdedor. Desde o Expresso/SIC, passando pelo Observador, até ao pequenote Marques Mendes, todos estão a trabalhar com denodo para acelerar a queda de Passos Coelho a curto prazo. E é por isso que Cavaco zurze nos comentadores e nos jornalistas. Estão a atacar o seu prosélito, dilecto filho e obediente seguidor.
Se isto foi uma aula, foi uma aula de perfídia e de insensatez. Nada que os jotinhas não admirem, mas que não mereceu mais do que sorrisos amarelos e aplausos tíbios.
Porque, para encerrar com pompa, Cavaco tirou da cartola, a segunda edição da sua célebre máxima da "asfixia democrática". Incentivou os jotas a lutar contra a censura que, segundo ele, está instalada em Portugal. Perante esta tirada, ocorreu-me de imediato a pergunta: o que é que ele anda a tomar? Alguma droga que lhe provoque alucinações? Cocaína adulterada porque o dinheiro da reforma não chega para comprar da pura?
Depois reflectir cheguei à conclusão seguinte: Se o governo tem sucessos e Cavaco não gosta é porque existe "censura" que oculta os insucessos da governação pois os supostos sucessos que vem nos jornais não podem ser reais.
Eu pensava que apenas Passos Coelho é que padecia de esquizofrenia grave, tendo continuado durante muitos meses a julgar que ainda era primeiro-ministro e a comportar-se como tal. Afinal, Passos está semi-perdoado. Apenas seguiu as instruções e as práticas do seu querido e dilecto mestre, o qual continua a achar que ainda é Presidente da República, e sobretudo que a forma como exerceu o cargo ficará para os anais da história como tendo sido exemplar.
Um personagem que não consegue ainda interiorizar que, fosse ele rei como gostaria ter sido, ficaria na história com o cognome de Cavaco, o de triste memória, como mostram os níveis de popularidade que tinha quando se retirou, não tem da realidade mais do que uma distorcida visão. Visão com que insensatamente persiste em incomodar o país, sempre que sai do seu refúgio dourado que todos pagamos.
Era bom que Cavaco se convencesse de uma vez por todas que se deve apenas dedicar a escrever as suas memórias. Mas que as guarde para si e para os seus descendentes e não as publique nem as partilhe com a Nação. Porque as memórias de Cavaco são tristes memórias que Portugal se esforça por esquecer, um pecadilho e uma falha dos portugueses que elegeram mais que uma vez para os governar  um personagem de tão limitadas qualidades e de tão mesquinho e provinciano ideário.

O regresso do cavaco-vivo

30/08/2017 por António Fernando Nabais



A universidade de Verão de Castelo de Vide está para o Ensino Superior como as notas do Monopólio estão para o dinheiro, o que quer dizer que as aulas que ali decorrem não são, portanto, aulas, concluindo-se, portanto, que os docentes não são professores e que os alunos, portanto, os alunos, dizia eu, não estão ali para aprender. Pronto, confesso: é um rodízio de comícios.
Cavaco Silva foi um dos “professores” convidados e, de modo coerente, confirmou aquilo que de pior tem em si, que é, afinal, o melhor que pode dar ao mundo. O político que fingiu, durante anos, não ser político deu mais uma lição de vacuidade, o que, afinal, faz sentido na universidade de Verão de Castelo de Vide.
Cavaco regozijou-se com a perda de pio do socialismo e criticou, mais uma vez, um alegado anti-europeísmo , o que confirma o primarismo clubístico que está no cerne na sua visão do mundo, feita de ódios e nunca de análises, por muito que ponha um ar professoral.
Interessa-me, apesar de tudo, realçar, no cavacal discurso, a oposição entre realidade e ideologia. Para Cavaco, a ideologia é uma coisa má, insensata, especialmente se socialista (fica-se, até, com a impressão de que a ideologia só existe à esquerda, porque a direita é tão virtuosa que só pode ser realista). A esquerda, intoxicada de ideologia, acaba, segundo Cavaco, por ser contrariada pela realidade e a realidade só pode ser governada à direita, levando a que o socialismo perca, assim, o pio.
No entanto, é a ideologia defendida por Cavaco que dá cabo da realidade, da realidade dos cidadãos, dos trabalhadores, dos desfavorecidos. No fundo, a ideologia de Cavaco resume-se de maneira muito simples: o mundo, os países ou o Estado existem para servir as multinacionais e os grandes grupos financeiros, o que deve levar a que, entre outros aspectos, os direitos laborais ou os salários sejam sacrificados em nome de outros deuses. Cavaco é, naturalmente, um entre muitos, como Luís Montenegro ou Pires de Lima: as pessoas são preocupações menores das ideologias; a realidade dispensa pessoas.
Saúdo e saudarei sempre os reaparecimentos de Cavaco, porque é importante não esquecer quem contribuiu para a ruína dos portugueses, o que, de resto, lhe é indiferente, porque está convencido de que salvou o país. Não deixa de ser ridículo, mesmo que o riso seja amargo.

Fonte: Aventar

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

O ensaio Ventura

28/08/2017 por João Mendes 25 comentários


Foto: Diário de Notícias
Li por aí algures, não me recordo bem onde, que a finalidade do candidato Ventura é a de permitir ao PSD de Passos Coelho ensaiar um novo tipo de discurso, a anos-luz da matriz social-democrata que o passismo fechou a sete chaves numa gaveta, para ver o que sai dali. Começou com generalizações sobre a comunidade cigana e os apoios sociais, ao melhor estilo da extrema-direita nacional, e foi cavalgando ondas de populismo, até chegar à reintrodução da pena de morte.
A polémica ganhou dimensão mediática, que, presumo, seria precisamente aquilo que André Ventura e a direcção do PSD pretendiam, custou-lhe o apoio do CDS, algo estranho considerando a quantidade de saudosistas do Estado Novo que militam no partido, porém, sem grandes surpresas, garantiu-lhe um novo aliado, ainda que temporariamente: o PNR. José Pinto Coelho, considerou Ventura “um dos meus” e até lhe dirigiu um convite para se juntar ao seu partido. No entanto, alguns dias e muitas críticas depois, Ventura demarcou-se do PNR e o líder fascista respondeu, acusando Ventura de roubar o discurso ao seu partido, afirmando ainda que o candidato do PSD lhe terá enviado a seguinte mensagem:
Importa, portanto, saber se o PSD subscreve as propostas e o discurso do seu candidato a Loures, nomeadamente no que diz respeito à reintrodução da pena de morte. Para quem tanto puxa dos galões europeus para disparar chumbo grosso sobre PCP e BE, seria bom recordar a direcção do PSD que a União Europeia há muito baniu a pena capital e a ela se opõe, mesmo quando os alvos são “pedófilos homicidas” ou terroristas. Porque hoje são os “pedófilos homicidas” e os terroristas, amanhã estamos todos sujeitos.
É urgente que PSD esclareça o país sobre se vai seguir o exemplo do seu parceiro húngaro no PPE na cruzada pelo retrocesso civilizacional. Até ver, é apenas cúmplice deste perigoso ensaio populista, demagogo e radical. E, a julgar pela recente tomada de posição do antigo governante social-democrata, Feliciano Barreiras Duarte, o problema é mais grave do que aparenta.

Foto: Nuno Fox/Lusa@Diário de Notícias
Fonte: Aventar

domingo, 20 de agosto de 2017

Sobre o crescimento do racismo e da xenofobia na cúpula do PSD

PSD

por João Mendes

Foto: Público
Feliciano Barreiras Duarte, antigo secretário de Estado do PSD, constatou aquilo que já todos sabíamos mas que social-democrata algum tinha tido ainda a coragem de constatar publicamente: que existem elementos racistas e xenófobos no seu partido que estão a ganhar peso e a influenciar o discurso do PSD (clique, para ler a entrevista). A ascensão de indivíduos como o candidato Ventura, ou as intervenções públicas infelizes que se multiplicam, como foi o caso do discurso proferido por Pedro Passos Coelho no Pontal, não auguram nada de bom para o maior partido político português. Não auguram nada de bom para o país. Será que ainda vamos assistir a uma coligação com o PNR, abençoada por Viktor Orbán, o fascista de serviço no PPE?

Fonte: Aventar


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O que Cavaco vai ensinar aos jotas

Cavaco Silva semeou alcatrão por todo país, que ainda hoje pagamos e continuaremos a pagar, enquanto mandava matar agricultura e pescas.

Qualquer iniciativa partidária de aproximar os jovens da política e de lhes dar melhor formação é de louvar. Todos o fazem, por cá e lá fora, e a bondade das suas intenções é positiva. Li que na próxima Universidade de Verão da JSD, uma organização de muitos anos de um político de bem que é o Carlos Coelho, terá como convidado Cavaco Silva numa intervenção que terá por título: «A política da verdade vs. a da ideologia». E vou escrever o que ele deverá ensinar com a sua experiência.
Comer, mas fazer de conta que não gosta – Toda a vida política de Aníbal Cavaco Silva, a sua mitologia, é baseada no homem despojado, de serviço público, que não tinha nada a ver com politiquices. Era um homem providencial que, por mero atalho dos deuses, foi fazer a rodagem do seu novo Citroën e acabou entronizado líder do PSD num congresso. Nunca gostou da política, mas comeu, viveu dela, na carreira de poder mais longa do pós-25 de Abril. Apesar da cara de enjoado, nunca se enjoou do poder. Comeu e gostou. Espero que o diga em Castelo de Vide. Com verdade.


quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Deixem o Miguel Macedo em paz!

16/08/2017 por João Mendes


Imagem via Submarino Amarelo
Viver num país sovietizado tem destas coisas. Com estes vândalos estalinistas no poder, que controlam em absoluto a imprensa, do Correio da Manha ao Observador, passando pelo Sol, I, Eco, Jornal Económico e JN, apenas para citar os exemplos mais flagrantes, Miguel Macedo não tem um segundo de descanso. A violenta perseguição política a que o ex-ministro e homem forte de Pedro Passos Coelho tem sido sujeito é vergonhosa e um atentado à democracia sem paralelo.
Em julgamento desde Fevereiro, acusado de três crimes de prevaricação e de um de tráfico de influências, a imprensa tem sido cruel e implacável com Macedo, não havendo um dia em que o ex-ministro não faça manchete nos supracitados órgãos de comunicação social, controladas pelo regime madurista que governa Portugal com mão de ferro, pouca-vergonha que se torna ainda mais intolerável se considerarmos o alarido que a imprensa fez em torno das ligações ao ex-patrão do eterno e todo-poderoso deus socialista, ou não fosse Sócrates o grande responsável por toda a corrupção, prevaricação e tráfico de influências que corroem este país.
A canalhice não tem limites. Enquanto os crimes da elite são abafados, sendo o caso de José Sócrates o mais ilustrativo deste sistema de dois pesos e duas medidas, a imprensa controlada pela esquerda totalitária não deixa cair no esquecimento o mais insignificante dos casos que coloquem a direita em cheque. É preciso colocar um ponto final nesta pouca-vergonha. É preciso deixar Miguel Macedo em paz. Chega de perseguir o homem, seus comunas! Ide mas é escrever sobre as pensões douradas dos vossos barões.

Fonte: Aventar

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Carta aberta à deputada do PSD, Maria Germana Rocha

Senhora deputada,
Acabo de visualizar o vídeo em que a senhora deputada apela ao voto no seu colega de partido e presidente da autarquia onde que resido, a Trofa, onde afirma conhecer bem o edil há mais de 20 anos, bem como o seu percurso político. Pois bem, uma vez que conhece e que acompanha o percurso deste indivíduo, aproveito a oportunidade para lhe dar a conhecer alguns aspectos da sua governação, que com certeza não serão do seu conhecimento, ou não fosse a senhora membro suplente da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e da Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas. Caso fossem, estou certo que já teria agido.
Começando pela questão do reforço da transparência no exercício de funções públicas, saiba a senhora deputada que, na antecâmara das Autárquicas de 2013, a campanha eleitoral do seu amigo Sérgio Humberto decidiu criar um jornal de propaganda, de seu nome Correio da Trofa, dedicado a promover a sua campanha e a atacar os seus opositores, com recurso a um editorial não assinado, dedicado, não raras vezes, a explorar a vida pessoal da sua opositora. Um detalhe: o seu amigo, tal como a sua entourage, nunca assumiu a paternidade de um jornal que, dias depois da vitória eleitoral, se mudou de armas e bagagens para a até então sede de campanha do PSD/CDS-PP.
Claro que nada de ilegal existe nestes esquemas de propaganda dissimulada. Qualquer partido ou caudilho é livre de aldrabar quem quiser, da maneira que quiser, estando sujeito às eventuais consequências que daí decorram. Mas quando mexe no dinheiro dos nossos impostos, a coisa muda de figura. É que, desde que chegou ao poder, o seu amigo Sérgio Humberto já entregou perto de 100 mil euros – em ajustes directos, claro – a ex-colaboradores e proprietários desse jornal. Por exemplo, aos dois jornalistas que adquiriram o jornal após as eleições, tendo trabalhado arduamente na sua campanha e depois dela, desta feita pagos pela autarquia, o senhor presidente atribuiu mais de 19 mil euros + IVA para que estes cavalheiros organizassem um concurso de fotografia – um flop que resultou na exposição de meia-dúzia de fotografias, sem menção do seu autor, para o qual foi preciso melhorar a qualidade do prémio a meio do processo, tal era a procura do mesmo – e criassem uma revista que nunca ninguém viu.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A vantagem do demagogo é acreditar que só há burros na plateia


por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 08/07/2017)
daniel2

Nunca lutes com porco, ficas sujo e ainda por cima o porco gosta”. O artigo de Fernanda Câncio de ontem começa assim. Nunca menciona o candidato apoiado pelo PNR que concorre à Câmara de Loures pela sigla do PSD, mas suspeito que é nele que está a pensar. Talvez não o mencione porque é disso mesmo que ele depende: “Quando estamos, ao rebater um demagogo populista, a fazer o que ele mais quer – dar-lhe oxigénio, atenção, fazê-lo conhecido, acicatar a sua possível base de apoio através daquilo que ele qualificará como a ‘censura’ dos ‘elitistas’ e ‘politicamente corretos’ – e quando temos mesmo de o combater. É um dilema terrível, como o fenómeno Trump demonstrou – e os seus imitadores tentam explorar.” Como Ventura é um fenómeno inédito no PSD, é impossível não falar do assunto.