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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O imprudente e o ditador



Celso  Filipe
Celso Filipe | cfilipe@negocios.pt09 de agosto de 2017 às 23:00

O imprudente e o ditador

As comparações entre Donald Trump e Kim Jong-un são manifestamente exageradas e descabidas, embora a megalomania seja um traço de carácter de ambos. Entre um e outro existe uma diferença substantiva: Trump foi
O que aproxima os dois líderes é o motivo que subjaz à troca de ameaças entre os EUA e a Coreia do Norte. Trump e Kim Jong-un usam uma linguagem bélica porque a identificação de um inimigo é um factor de coesão interna e uma indisfarçável manifestação de poder.
Trump, que tem tido uma presidência errática, marcada por escândalos e excessos verbais, olha para a Coreia do Norte como um pretexto ideal para recuperar popularidade e ganhar o respeito dos norte-americanos.
Kim Jong-un eriça a crista, porque se sente encurralado e intui que a a China, até agora um silencioso aliado, se está a afastar do regime de Pyongyang, uma trajectória verificável no facto de Pequim ter votado favoravelmente o endurecimento das sanções à Coreia do Norte propostas pelo conselho de segurança.
A questão é que não se pode esperar uma mudança súbita do regime da Coreia do Norte pressionada por uma ameaça bélica. Antes pelo contrário. Os EUA têm de marcar a diferença pela via militar e não usando uma linguagem apocalíptica, a qual tem um duplo efeito negativo: encurta as possibilidade de Kim Jong-un sair bem deste braço-de-ferro e assusta os aliados dos EUA no continente asiático.
Este facto é salientado pelo Boston Globe em editorial. "O mundo – especialmente o Leste Asiático – entende perfeitamente as capacidades dos militares americanos. Mas esta retórica vaidosa ameaça a confiança, construída ao longo de décadas, de que os Estados Unidos estão empenhados em usar esse poder com sabedoria, responsabilidade e apenas como último recurso".
Por ser diferente de Kim Jong-un, Trump tem um dever acrescido: o de mostrar prudência e sensibilidade diplomática diante de um cenário grave de ameaça nuclear como o que está criado Na realidade, até agora não tem mostrado esses predicados, preferindo antes uma imprudente retórica de confronto. Para ganhar o respeito do mundo e dos aliados, o presidente dos EUA tem que ter uma actuação que o torne o aposto do Kim Jong-un. E é isso que o fará ganhar esta guerra.
eleito democraticamente, Kim Jong-un é um ditador dinástico. Nos Estados Unidos existe liberdade e pluralidade, na Coreia do Norte os cidadãos são controlados ferreamente e não têm opção de escolha.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O establishment dos EUA contra o resto do mundo



por estatuadesal
(Por Thierry Meyssan, in Rede Voltaire, 01/08/2017)
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É um escândalo sem precedentes. O Secretário-geral da Casa Branca, Reince Priebus, fazia parte do complô encarregue de desestabilizar o Presidente Trump e de preparar a sua destituição. Ele alimentava as fugas de informação quotidianas que perturbam a vida política norte-americana, nomeadamente as do pretenso conluio entre a equipa Trump e o Kremlin [1]. Ao despedi-lo, o President Trump entrou em conflito com o “establishment” do Partido Republicano, do qual Priebus foi ex-presidente.
Saliente-se, de passagem, que nenhuma destas fugas sobre as agendas e os contactos de uns e outros trouxe a menor prova das alegações avançadas.
A reorganização da equipe Trump que se seguiu, deu-se exclusivamente em detrimento de personalidades republicanas e em proveito de militares opostos à tutela do Estado profundo. A aliança que fora concluída, fazendo das tripas coração, pelo Partido Republicano com Donald Trump aquando da convenção de investidura, em 21 de Julho de 2016, está morta. Está-se, portanto, dentro da equação de partida : de um lado o presidente outsider da «América Profunda», do outro toda a classe dominante em Washington apoiada pelo “Estado Profundo” (quer dizer, a parte da administração encarregada da continuidade do Estado para além das alternâncias políticas).

sábado, 8 de julho de 2017

A Rússia



por estatuadesal
(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 08/07/2017)
AUTOR
                                Miguel Sousa Tavares
A minha geração cresceu na convicção de que qualquer eventual loucura vinda dos lados da Rússia seria detida pelos Estados Unidos. Hoje, com a chegada de Donald Trump ao poder, põe-se a impensável possibilidade de fazer a pergunta oposta: no caso de uma eventual loucura americana, poderia a Europa contar com a protecção da Rússia? Esta hipótese absurda ocorreu-me durante um jantar oferecido por um russo no Pushkin, em Moscovo (talvez o mais bonito restaurante onde alguma vez estive). E.B. (as iniciais do anfitrião), tem 42 anos de idade, é natural do Turquemenistão, e trabalha para Putin — actualmente e numa aventurosa vida passada, onde terá desempenhado missões que poderemos classificar como de agente secreto, que lhe valeram inclusivamente duas prisões de dois anos cada, em outras tantas ex-repúblicas soviéticas. Surpreendentemente, é também um conhecedor razoável e entusiasmado de Portugal — sobretudo do fado, da literatura portuguesa e do Solar dos Presuntos. Fala como um russo: exuberantemente, empenhadamente, agitando os braços e olhando a direito, fumando muitos cigarros e bebendo muito whisky com Coca-Cola.
Quando lhe digo que nós, na Europa, temos medo da loucura de Trump e lhe pergunto se eles não têm também medo, sai uma resposta à russa:
— Não! Nós, os russos, não temos medo de nada! E vocês, na Europa, não tenham medo do Trump: ele não passa de um palhaço e nós cá estaremos para lhe fazer frente, se for preciso.
A história da Rússia confirma a sua bravata: quer no que eles chamam a Guerra Patriótica, em que enfrentaram Napoleão, quer no que chamam a Grande Guerra Patriótica, em que enfrentaram Hitler, os russos deram provas extremas daquilo a que Pasternak, reflectindo sobre o estalinismo, chamava “a nossa maldita capacidade de resistência ao sofrimento”. Mas as virtudes patrióticas e militares dos russos não se esgotaram na resposta às duas invasões sofridas e que, nos contra-ataques vitoriosos, levaram Alexandre I até Paris e Estaline até Berlim. Durante os trezentos anos que durou o reinado dos Romanovs, a Rússia esteve em permanentes guerras com a Polónia, a Finlândia, a Suécia, a França, a Prússia, a Inglaterra, a Polónia, a Turquia ou até o Japão, no Extremo Oriente, além de inúmeros e constantes combates contra os levantamentos nacionalistas das suas possessões do Cáucaso, da Ásia Menor, da Ucrânia ou dos Balcãs. E durante esses trezentos anos, acumulou vitórias sobre vitórias, acrescentando em média 142 quilómetros quadrados todos os dias ao seu território: em meados do século XIX dominava um sexto do planeta. A questão não está, pois, na capacidade e na vontade militar da Rússia, particularmente quando sentem o cerco ou a ameaça à “Mãe Rússia” — desde sempre o fundamento essencial do nacionalismo russo e o erro mais evitável em que a NATO persiste, desde o fim da URSS. A questão é saber se, fora dessas circunstâncias ou do seu instinto imperial, a Rússia estaria disposta a fazer de escudo à liberdade dos europeus. E essa questão é de resposta mais complexa.

sábado, 17 de junho de 2017

A ternura dos 71



por estatuadesal
(João Quadros, in Jornal de Negócios, 16/06/2017)
quadros

Donald Trump celebrou, na passada quarta-feira (14 de Junho), o seu aniversário. Trump fez 71 anos. Também na quarta-feira Trump foi acusado de obstrução à justiça. Se fosse Presidente dos EUA, seria grave.
O procurador especial Robert Mueller, que está a investigar Donald Trump, acusa o Presidente dos EUA de obstruir a justiça, segundo o Washington Post. Cheira a "impeachment", o que acaba por ser um presente de anos original para o Trump, porque é tramado dar uma prenda a quem já tem tudo.
Trump pode alegar, como Clinton, que não chegou a obstruir a justiça. Se Trump pressionou e apertou com o director do FBI, então, desta vez, em lugar do vestido vermelho manchado da Monica Lewinsky, queremos ver as calças molhadas de chichi do James Comey. Se Trump se limitou a dar-lhe uns berros para ele parar com a investigação, mas não lhe chegou a roupa ao pelo, no fundo, não houve consumação, acabou por ser apenas uma cena oral. Não sei onde isto vai parar, mas ainda pode acabar com o Presidente dos Estados Unidos a pedir asilo político na Embaixada da Rússia.
O Trump, para 71 anos, até está bastante bem. Não tem a energia do nosso Presidente,mas o professor Marcelo também não tem uma primeira-dama. Mas o Trump é muitopostiço, se mergulhasse no mar do Estoril, perdia metade da cor e dois terços do cabelo. Acho que o nosso Presidente ganha. Com aquela idade, tem uma energia tal que estou convencido que o professor Marcelo é o único português que poderia pertencer aos Rolling Stones.
Tenho de dizer uma coisa que me está aqui atravessada. No meio das trapalhadas todas do Trump, aquela cena da filha ter uma marca de roupa é o que mais me faz confusão. Porque eu não consigo imaginar a filha do Trump com roupa. É uma coisa minha. Por mais que tente, não dá.
Voltando ao "impeachment". Se Trump fosse afastado da presidência dos EUA, eu fazia uma festa com foguetes "made in" Correia do Norte. Confesso que o Trump assusta-me. Tenho um bocado de medo que venha para aí uma terceira guerra mundial que acabe com o mundo e, pior que tudo, que impeça o SCP de vencer o campeonato para o ano. Por outro lado, estive a pensar, e se é para o mundo acabar, é capaz de ser a melhor altura. O mundo acabava com Guterres na ONU, Portugal campeão da Europa de futebol e vencedor do festival Eurovisão da canção. O mundo acabava, mas nós saíamos por cima. Só faltava o Centeno ir para presidente do Eurogrupo e acabaríamos ao nível dos Descobrimentos.
Por acaso, o António Costa é que dava um bom Presidente do Estados Unidos. Se ele conseguir convencer o Mário Nogueira a desistir de uma greve dos professores, também consegue convencer o Kim Jong-Un a desistir dos mísseis.

TOP 5
Festas de anos
1. Presidente da TAP diz que Lacerda Machado conhece a empresa melhor do que ele - mas pagam-lhe, há 17 anos, como se ele percebesse mais que todos.
2. Presidente executivo da Uber tira licença sem vencimento - vai para a Rádio Táxis.
3. Cristiano Ronaldo pode pagar mais de 28 milhões de euros e ter prisão efectiva por fuga ao fisco - com 3 filhos de aluguer nos EUA e o Cristiano Ronaldo ainda não foi acusado de fuga de esperma.
4. Isaltino Morais ter-se-á candidatado à Câmara de Oeiras quando ainda devia ao Estado e com bens penhorados - também devem ser bens que, em tempos, pertenciam a Câmara.
5. O melhor amigo do primeiro-ministro, nas palavras do próprio António Costa, Lacerda Machado, vai ser administrador da TAP - se for de novo à borla, acho fixe.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Donald Trump: Obstrução à justiça? Esta é a maior caça às bruxas a que a América já assistiu

O presidente norte-americano recorreu à rede social Twitter para se defender dos rumores publicados na passada quarta-feira na imprensa americana que davam conta de que Trump estava a ser investigado por obstrução à justiça.

"Inventaram uma falsa conspiração na história com os russos, encontraram zero provas, agora apontam para obstrução da justiça numa história falsa. Boa.". Foi desta forma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu, primeiramente, à notícia ontem publicada pelo Washington Post.
O jornal norte-americano afirma que Donald Trump está a ser investigado por uma eventual obstrução à justiça na investigação que está a ser feita pelo procurador especial que lidera a inquérito sobre a possível ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas, em 2016, Robert Mueller.
Mas o Trump não se ficou por aqui. Uma hora depois, o presidente americano voltou a recorrer ao Twitter para classificar a notícia como a "maior caça às bruxas na história política americana - liderada por pessoas muito más e conflituosas".
Na semana passada, na sua audição do antigo diretor do FBI, James Comey, perante a câmara alta do Congresso, declarou que o Presidente o despediu com o objetivo de interferir na investigação sobre a alegada ingerência da Rússia nas presidenciais de 2016 e respetivas ligações à campanha de Trump.
"No meu entender, fui despedido por causa da investigação sobre a Rússia. Fui despedido para, de alguma forma, alterar - ou o objetivo era o de alterar - a forma como a investigação estava a ser conduzida", disse Comey sob juramento.
Numa declaração escrita enviada ao Congresso, James Comey tinha adiantado que Donald Trump lhe sugeriu que abandonasse a investigação a Michael Flynn, ex-conselheiro envolvido no caso da alegada ingerência russa nas presidenciais. Comey disse depois na audição que o Trump não lhe ordenou, especificamente, que parasse a investigação, mas que entendeu a conversa de Trump como "uma instrução" nesse sentido.
Na audição, Comey deixou poucas dúvidas sobre se acredita ou não nos relatórios de espionagem que confirmam a ingerência da Rússia nas presidenciais de novembro último. "Não deveria haver qualquer dúvida sobre isto. Os russos interferiram. Aconteceu", disse Comey, sem hesitações.
O Presidente Trump tem vindo a sugerir que não acredita que a Rússia tenha algo a ver com o resultado das eleições de novembro, afirmando que todo o tema é uma "artimanha" e classificando a investigação como "uma caça às bruxas".

Fonte: 24.Sapo.pt