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quarta-feira, 12 de julho de 2017

Sobre o Estado da Nação



por estatuadesal
(Por Estátua de Sal, 12/07/2017)
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Depois de assistir, atentamente ao debate do Estado da Nação, fiquei com a ideia que não houve debate e que o Estado da Nação não foi discutido, e esta é a pergunta que urge fazer: para que servem os deputados da Nação? Eu explico.
1. Discutiu-se o que fazer no emprego, na produção, no investimento, na economia e a forma de tudo isso melhorar? Não.
2. Discutiu-se como aumentar a qualidade dos serviços públicos e a necessidade das pessoas a eles acederem e terem uma resposta à altura? Não.
3. Discutiram-se as dificuldades da vida das pessoas que todos os dias lutam com afã para sobreviver? Não.
4. Discutiu-se a angústia dos velhos e o desencanto dos mais novos que perdem todos os dias a esperança por não terem presente e não vislumbrarem futuro? Não.
Então, mas afinal o que é que se discutiu, e o que é que o Governo e a oposição trouxeram para o palco do debate? Comecemos pelo governo.
António Costa começou a sua intervenção pelo incêndio de Pedrogão. Assumiu o compromisso de restaurar a região na sua capacidade produtiva, de investigar até ao fim o apuramento de responsabilidades, e de promover a reformulação da legislação de forma a permitir a o desenvolvimento do interior e o reordenamento da floresta. Depois listou os sucessos económicos da actual conjuntura, no emprego, no investimento, nas exportações, na confiança, e no deficit público. E apontou como causa de tais sucessos a mudança na política económica que este governo levou a cabo, em oposição ao governo anterior, concluindo, numa síntese feliz, dizendo que "não, não é necessário empobrecer".
E que trouxe a oposição? A oposição tentou resumir o Estado da Nação aos acontecimentos da agenda mediática dos últimos dias. Os incêndios, Tancos, a fuga do enunciado do exame de português, os bilhetes para a bola e a demissão dos secretários de Estado, o inquérito à CGD. Neste particular ouvi a intervenção mais oportunista que alguma vez me foi dado ver produzida pelo deputado Montenegro. Acusou Costa e o governo de tudo e mais alguma coisa: de fraqueza, de falta de norte, de falta de legitimidade. E não podendo deixar de reconhecer os sucessos do governo na área económica veio dizer - veja-se lá o ridículo -, que tais sucessos são devidos à herança deixada pelo governo da direita e pela favorável conjuntura internacional, concluindo que se a PAF fosse governo os sucessos seriam ainda maiores.  Passos Coelho deve ter entregue este papel de avançado-centro no ataque ao governo a Montenegro porque, tendo sido a intervenção tão virulenta, se fosse Passos a fazê-la, a ser coerente só lhe restaria apresentar uma moção de censura ao governo que seria seguramente rejeitada pelos votos da esquerda e só reforçaria a actual solução governativa.
Passos guardou-se para o fim e quis fazer um discurso de estadista. Extraordinário. Baseou-se em vários tópicos: que o sucesso do governo na frente económica se deve às reformas do governo da direita; que se ele, Passos, ainda fosse governo os sucessos seriam ainda maiores; que afinal só há sucesso porque o Governo mudou de programa e faz agora tanta austeridade quanto ele teria feito.
O ridículo é que Passos, agora, quer reverter a austeridade e acusa o governo de a fazer!! Quer mais dinheiro para a saúde, mais dinheiro para as escolas, mais dinheiro para a tropa. O que ele não diz é que quer menos dinheiro para os salários dos trabalhadores, e para as pensões dos pensionistas. Se a falta de vergonha queimasse Passos teria também ardido no fogo do Pedrogão.
Depois veio a D. Cristas. Também montou o cavalo do fogo e surfou pelos paióis de Tancos. E continua a querer as cabeças da ministra da Administração Interna e do ministro da Defesa, ameaçando que, caso não sejam demitidos e errem de novo, a responsabilidade será então de António Costa a quem pedirá contas. Costa foi rápido na resposta. Não há demissões de ministros, ponto.
PCP e BE vinham preparados para não criarem grandes problemas a António Costa. Foram até úteis ao governo e sovaram a direita em vários momentos do debate. Reafirmaram as suas posições quanto à Europa e ao deficit e devem estar a guardar os cartuchos para fazerem valer as suas posições por ocasião das negociações próximas do orçamento de Estado para 2018. Nesse aspecto, o discurso final de Catarina Martins foi uma listagem das áreas em que se exige uma intervenção imediata do Estado, mesmo que seja necessário bater o pé a Bruxelas no que toca aos objectivos do deficit, e no que concerne a uma imperativa revisão da legislação laboral herdada do governo da direita e ainda não revertida.
Em suma, a direita fala de um país que não existe. Insegurança, dizem eles. Mas alguém se sente menos seguro hoje do que há um mês, por terem desaparecido 34000€ de armamento, ainda por cima, e ao que parece, obsoleto?  A direita fala de desagregação do Estado e da fragilidade do governo. Mas será que o Estado está desagregado por 3 generais se terem demitido num universo de 250? Por 3 secretários de estado se terem demitido devido a um processo mais que inócuo e ridículo que a Justiça retirou da gaveta, um ano depois de terem ocorrido os supostos ilícitos que pretende punir?
E a prova de que tal país não existe é o clima de confiança que demonstram os últimos indicadores relativos aos consumidores e aos investidores quer nacionais quer internacionais. Bem como as últimas sondagens em que o discurso desta oposição derrotista e tremendista se acha cada vez mais arredado das escolhas dos portugueses.

O Debate do Estado da Nação–12/07/2017

O Debate do Estado da Nação (2017)

Acompanhei o debate sobre o Estado da Nação realizado, hoje, na Assembleia da República e, do que ouvi, fiz a seguinte análise:
1 – O Primeiro Ministro, Dr. António Costa, mostrou-se desinibido, bem seguro de si e fez um discurso verdadeiro e elucidou bem o estado em que se encontra a Nação. Referiu os sucessos económicos, a redução do desemprego, o aumento do número de empregos criados, o que melhorou nas diversas áreas, tais como no ensino, na saúde, no aumento das pensões de reforma mais baixas, nos apoios sociais, a subida do investimento e do crescimento económico. Em suma, foi a inversão total da política seguida pelo anterior Governo do PSD/CDS que conduziu a estes resultados. Reafirmou a sua confiança na Ministra da Administração Interna, Constança Urbano Sousa, e no Ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
2 – Da oposição, a primeira intervenção ficou a cargo do deputado do PSD, Luís Montenegro, que fez um discurso próprio de uma direita radical e extremista, como nunca se viu em democracia. Só veio confirmar que já não existe centro-direita, mas existe uma extrema-direita, confirmação que veio na intervenção da deputada do CDS, Assunção Cristas, também ela numa posição de direita extremista, pedindo ao Dr. António Costa a demissão dos ministros acima referidos e que o Governo estava com falta de liderança.
3 – Do que ouvi da oposição, as intervenções resumiram-se aos factos ocorridos na segunda quinzena de junho, o incêndio e as mortes ocorridas em Pedrógão Grande e o assalto!? aos paióis de Tancos. Para a oposição, o ano resumiu-se a apenas duas semanas.
4 – O deputado Passos Coelho tentou fazer um discurso de estadista, mas caiu na demagogia, afirmando que os êxitos se devem ao Governo que liderou e que, se ainda fosse primeiro ministro, Portugal estaria em melhor.
5 – Dos partidos que que apoiam o Governo BE, PCP e PEV saíram diversos e incisivos ataques à Oposição, confirmando o seu apoio ao Governo do Partido Socialista.
Em conclusão, o Primeiro Ministro levou a Oposição ao tapete. Do meu ponto de vista, o governo já não tem Oposição, mas dois agrupamentos de franco-atiradores.

Ovar, 12 de julho de 2017
Álvaro Teixeira

Clique para ler:
O Discurso do Dr. António Costa na íntegra

Junta de Freguesia de Válega fornece material de limpeza às escolas

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No passado dia 7 de julho de 2017, foi celebrado o protocolo de colaboração entre a Junta de Freguesia de Válega e o Agrupamento de Escolas Ovar-Sul para apoio de atividades de natureza educativa consideradas de interesse para a freguesia. Nesse apoio, está, nomeadamente, o fornecimento do material de limpeza às Escolas do 1.º Ciclo Ensino Básico e estabelecimentos do Pré-escolar da freguesia de Válega, designadamente, ao Centro Educativo da Regedoura, à Escola Primária de Paçô e ao Jardim de Infância de Carvalho. O fornecimento tem o montante total de 2330 euros (dois mil trezentos e trinta euros), correspondente a 10 euros (dez euros) anuais, por aluno. Para o cálculo da supra referida quantia teve-se por base o número de alunos que fazem parte do Agrupamento de Escolas Ovar-Sul (nos estabelecimentos de ensino acima referidos) com o total de 233 alunos. A Educação constitui o pilar basilar do desenvolvimento e progresso de uma sociedade, pelo que, a Junta de Freguesia de Válega continua a cumprir com as suas competências ao fornecer o material de limpeza às escolas.

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Recebido para publicação em “Divagar e Conversar” em 12/07/2017

O salazarismo anda à solta na freguesia de Esmoriz, em Ovar

Eu mesmo

Desde 2013, ano em que a extrema-direita populista se instalou na Câmara Municipal de Ovar, em eleições autárquicas, a parte norte do concelho de Ovar tem sido avassalada por uma onda bafienta (pafiosa) que pensava estar dissipada há muitos anos.
Vem isto a propósito dos ataques e devassa da vida pública ao candidato do Partido Socialista, Rogério Ferreira  , à presidência da Junta de Freguesia de Esmoriz através do Facebook e que foi iniciada por um conhecido “faceboqueiro” da cidade de Ovar. Usar estes métodos para levarem a efeito o assassinato político de um candidato de um outro partido é o mesmo sistema que foi utilizado pela PIDE de má memória. Aliás, um dos comentadores mais activo é um salazarista convicto, tendo assumido essa postura em outros comentários a artigos publicados na referida rede social.
Alerto todos os democratas do nosso concelho e de todos os leitores do meu Blogue, felizmente muitos, que tudo isto se insere numa campanha nacional levada a cabo por partidos extremistas, infelizmente com representação parlamentar, e pela maior parte da nossa Comunicação Social manipulada pelo grande capital nacional e internacional tendo em vista o derrube do nosso Governo. O exemplo disto foi a comemoração da aniversário da elevação de Esmoriz a cidade que se transformou, de forma descarada e vergonhosa, num comício de propaganda do PSD, tal como era levado a efeito pelo antigo regime caído no dia glorioso de 25 de abril de 1974.
Considero que isto é demasiado grave num país democrático, num país em que uma larga maioria votou nesta solução governativa cujos sucessos são evidentes a todos os níveis, reposição de rendimentos aos trabalhadores e pensionistas, aumento do emprego, aumento das exportações, maior qualidade e condições no ensino, estabilidade governativa e social, excepto algumas organizações corporativas que se intitulam sindicatos, que deveriam ser isentas, mas que prosseguem a sanha da perseguição a tudo o que lhes cheira a PS.
Esta gente está aproveitar-se para, de uma forma vergonhosa, descredibilizar o nosso país e a nossa democracia.
Apelo aos eleitores do concelho de Ovar que, nas próximas eleições autárquicas, dêem uma resposta democrática a toda esta gente.
Ovar vive num autêntico marasmo em que não há investimento nem desenvolvimento, mas só festas, para entreter o pagode.
Não me alongo mais, embora tivesse muito mais a dizer.

As minhas saudações a todos os democratas.
Ovar, 12 de julho de 2017
Álvaro Teixeira

terça-feira, 11 de julho de 2017

Demissão dos Secretários poderá afectar Saúde Pública

por Carlos Araújo Alves


Vamos lendo e ouvindo que enquanto, para uns, a coisa não mereceria tamanho estardalhaço, para outros, isto é tudo um bando de corruptos, mas tenho para mim que nem uma coisa nem outra. É verdade que acho estes pedidos de demissão muito tardios, mas, simultaneamente, não vejo mal algum que um governante aceite brindes de empresas privadas, desde que se demita antes!
Sim, por mais simbólico que o brinde seja, não deve um funcionário ou representante do Estado aceitá-lo, não por desmerecimento, mas por princípio e regra de vida, embora saiba que essa coisa de princípios é coisas caduca e muito fora de moda.
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No entanto, a decisão de constituir como arguidos, que se advinha por parte do Ministério Público, poderá acarretar uma razia avassaladora entre os profissionais de medicina, colocando em sério risco todos os sistemas de saúde pública aquém e além fronteiras!
A fazer jurisprudência em caso de condenação, o que irá acontecer àqueles abnegados médicos que, em prol da ciência e da saúde, dão inúmeras conferências por todo o mundo, têm acções de formação por todo o planeta, muitas vezes, coitados, obrigados a levar a família com eles, aviam milhares de ensaios clínicos valiosíssimos sobre químicos mais que testados e internacionalmente aprovados nos seus pacientes, sempre, mas sempre, sob o alto patrocínio da indústria farmacêutica?
Com temor vos digo que estas demissões poderão arrasar com o nosso sistema de Saúde Pública, a não ser que o Estado providencie, mui atempadamente, a deslocação das unidades de saúde públicas e privadas, de cuidados paliativos e continuados, para os estabelecimentos prisionais!

Fonte: Aventar