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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

(re)Volta ao mundo em três economias



por estatuadesal
(Sandro Mendonça, in Expresso Diário, 03/08/2017)
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Sandro Mendonça
Sobre desportos de alta velocidade diz-se por vezes que quem pestaneja perde tudo. Mas a economia global é mais como um lento jogo de Xadrez…. Neste caso quem não esfregar os olhos de vez em quando é quem perde a noção do que está a ver. Muitas vezes é mesmo preciso meter de molho as velhas ideias e mandar os pressupostos ir de férias.
Não faltam exemplos sobre grandes surpresas em câmara lenta que deveriam levar o mais atento observador a pensar que está na hora de actualizar as suas premissas. Senão vejamos.
ALEMANHA: O PAÍS DOS CARTÉIS ANTI-TECNOLÓGICOS
Um país tão poderoso baseado numa indústria de bandeira pertencente ao século XIX é um declínio à espera de acontecer. O sector automóvel representa 1/5 das exportações e quase um milhão de empregos na Alemanha. Porém, guiar pelo retrovisor não é prudente. Por exemplo, mudanças na mobilidade (desde os veículos autónomos da Google até à aposta da electricidade chique da Tesla) já não são sinais fracos de mudança: são alertas fortes de que a verdadeira concorrência vem agora de fora da indústria.
Depois de se ter percebido que o construtor n.º 1 (a VW) desenvolvia novas maneiras ardilosas para mentir a testes de poluição, descobre-se agora que várias grandes marcas fizeram um conluio negativo para evitarem concorrência tecnológica entre si. E continuam: tentam à força salvar soluções do passado. Portanto, Sr. Schäuble: o orgulho é mau combustível… Tanta fé nas habilidades germânicas de conduzir a economia para quê?!
CHINA: MAIS QUE UM PAÍS FABRIL E DE TURISTAS OBCECADOS COM COMPRAS
Antes era barato e rápido, mas agora a China quer vender qualidade e inovação. Essa é a campanha “Made in China 2025”. Também muitos países se queixavam que os turistas chineses tinham dinheiro mas não maneiras, mas agora ir às compras está a deixar de ser a sua prioridade: e, sim, terem experiências e conhecer. Por exemplo, os jornais que se referiram aos chineses que vieram no primeiro voo assumiram demasiado facilmente que seria o simples turismo a sua motivação dominante. Porém, não se aperceberam que muitos vinham fazer negócios a Portugal e que outros tantos vinham de propósito para programas de estudo e trabalho de investigação em Portugal.
EUA: O GRANDE PERDEDOR DA GUERRA FRIA?
Pensava-se que a Rússia tinha sido a clara derrotada do confronto Este-Oeste. Pura ficção! Quando se olha para a América e se vê um (im)provável caso de um “traidor” (como atira o economista Paul Krugman) ter usurpado a Presidência com uma “pequena ajuda” da potência rival, então, de repente parece que a vingança se serve fria! Nixon foi apenas um acepipe… e agora sim temos o prato principal. E é de se lhe tirar o chapéu: uma klepto-russo-cracia à distância e com toda a gente a ver é obra. Ao terem inventado o sub-prime bem se viu os bons exemplos económicos que a América inventou. Mas agora com a casa branca ter-se transformado num “surreality show” estamos a elevar a credibilidade do “Mundo Livre” a novas profundezas. A implicação para Portugal é simples: isto não é altura de levantar a questão da Base das Lajes, e muito menos de dar ideias esquisitas a gente que parece vir de uma série como Os Sopranos. Por vezes não-acção é melhor que acção. Por vezes, o melhor que a política externa tem a fazer é mesmo ir de férias durante uns tempos.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Passeio de cicloturismo / III Encontro de Bicicletas Antigas (Pasteleiras)

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Passeio de cicloturismo / III Encontro de Bicicletas Antigas (Pasteleiras)
A Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes/Museu Escolar Oliveira Lopes, organizou o tradicional passeio de cicloturismo na freguesia de Válega, no concelho de Ovar. O evento foi, uma vez mais, um grande sucesso, tendo registado a presença de 140 cicloturistas. Simultaneamente, realizou ainda pela terceira vez, um encontro de bicicletas antigas (pasteleiras). A Vila de Válega foi invadida por dezenas de bicicletas antigas, cujos proprietários decidiram mostrá-las ao público.
José Almeida

Onde fica o Canadá?

Fazendo um desenho para explicar

01/08/2017 por j. manuel cordeiro
A Sr.ª Cristina Miranda resolveu tecer umas quantas considerações tituladas “Porque Arde Tanto Portugal?“. Não sendo pessoa de deixar o assunto pela rama, assim me parece, encontrou um conjunto de explicações para este nacional desígnio dantesco.
Tal como acontece nos testes de escolha múltipla respondidos aleatoriamente, algumas opções estarão certas, outras estarão erradas. Entre as respostas, parece-me ler um dedo acusador ao Estado, negligente, se bem que esta tese não explique como é que as matas nacionais da orla costeira têm ardido menos, comparando com cenário nacional. Nem explica, também, como é que Mação voltou a arder, mesmo quando o Estado fez tudo bem, segundo dizem.
Querem ver que o clima influencia os incêndios?! O que nos leva ao caso do Canadá, evocado pela autora. “No Canadá, um país com grande mancha florestal densa, não arde como nós. Como é possível?”, escreve a Sr.ª Miranda, afirmando logo de seguida que “a resposta é simples”, sem que, no entanto, se evoque um conceito chamado “latitude” e o respectivo efeito, a par de outros factores, no clima e, em particular, na humidade e nas temperaturas de uma região. Como estamos cá para ajudar, deixamos aquele desenho ali acima e mais umas infografias.
Temperatura no Canadá a 31/07/2017. De registar as regiões escaldantes com uns amenos 25ºC a 30ºC.
Humidade no Canadá a 31/07/2017. Um claro panorama de seca húmida.
Perigo de incêndio no Canadá a 31/07/2017. Falta ali na escala o Portugal Dantesco, para as temperaturas superiores a 35ºC e as baixas humidades relativas.

Vem aí o menino Jesus



por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 01/08/2017)
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Parece que Passos Coelho se zangou com o diabo, agora está otimista e não me admiraria de em vez e anunciar a vinda do diabo anunciasse o regresso de Jesus. A sua conversão é tal que já perdeu a esperança em eleições antecipadas, em vez de apostar numa crise no governo sugere que este pode durar até ao fim da legislatura.
Começou por garantir o aumento do desemprego, depois desvalorizou a diminuição da taxa de desemprego, chegou a sugerir que o emprego criado era só de trabalhadores que ganhavam o salário mínimo, agora diz que com ele haveria mais emprego. Isto é, o senhor que se opôs ao aumento do salário mínimo queixa-se agora que alguns novos empregos sejam remunerados com esse salário, o mesmo que garantiu que um aumento do salário mínio resultaria em desemprego diz agora que com ele haveria mais emprego.
É mais uma mudança de estratégia política de Passos, já não questiona a legitimidade de um governo apoiado numa maioria parlamentar que até ao momento teve menos crises do que as que enfrentou o seu governo. Depois de um atuação execrável durante a crise dos incêndios e após um desaparecimento higiénico, Passos regressa com um novo discurso, o primeiro-ministro no exílio morreu queimado nos incêndios de Pedrógão, agora há um novo líder da oposição.
O problema de Passos é que volta a não ter ideias e propostas, vive o drama do passado e em todos os seus discursos limita-se a comparar o presente com o seu governo, o tal governo que se limitou a cumprir um programa discutido entre Sócrates e a Troika. O problema de Passos é precisamente esse governo, fez demasiadas coisas que possam ser esquecidas. Quando desvaloriza o emprego os desempregados não esquecem o corte nos apoios aos desempregados, quando está preocupado com o pagamento de pensões os pensionistas não se esquecem dos cortes que fez à margem das instituições.
O problema de Passos não está apenas no mau cheiro do seu passado, está na sua falta de inteligência, que se evidencia quando inventa suicídios, quando desvaloriza o desemprego ou quando se mostra preocupado com os pensionistas. De pouco lhe serve anunciar a vinda de Jesus, depois de dois anos em que não esconde o desejo de ver o país no inferno.



Ah e tal, os ciganos, os amigos que só não podem ter ligações quando são dos outros e as cigarras que se fartam de cantar




Recorte: TSF
Também, o que são 250 mil euros para um ex-patrão e amigo? Apenas dá para 10 BMs!
O que eu gostava mesmo de saber é porque raio são precisos anos, muito depois dos factos consumados e do dinheirinho entregue, para estas coisas se saberem e os organismos responsáveis actuarem. Faz lembrar, mesmo, uma tal de lei da rolha.
j. manuel cordeiro | 31/07/2017 às 20:00 |

Fonte: Aventar