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terça-feira, 26 de junho de 2018

O que escondem as bagatelas judiciais?

  por estatuadesal

(Carlos Esperança, 26/06/2018)

justiçax

Os ex-líderes parlamentares sociais-democratas Luís Montenegro e Hugo Soares vão ser constituídos arguidos pelo alegado crime de recebimento indevido de vantagem no caso das viagens do Euro 2016 (Ver notícia aqui).

Não tendo a mínima simpatia pelos referidos políticos, não me sinto confortável com a sua perseguição, com o que julgo serem bagatelas penais, quando há crimes graves cuja hierarquia devia ser estabelecida pela PGR, sem prejuízo da autonomia dos magistrados a quem cabe a investigação.

Inquirir um ‘crime’ feito às escâncaras, com fotografias, horários e locais de pernoita e repasto conhecidos, para irem ver um jogo de futebol da seleção nacional, supondo que isso os corromperia, afigura-se tão grave como a aparente displicência com o caso dos submarinos, a Tecnoforma ou o desaparecimento de 3 mil milhões de euros já depois da ruinosa decisão da resolução do BES.

Aceitar que um deputado ou um membro do Governo se deixa subornar à vista de toda a gente é pior do que admitir que no BPN, Banif, BES e BPP não houve subornos ocultos.

É chocante saber que Luís Montenegro e Hugo Soares vão ser constituídos arguidos por aceitarem a boleia para um jogo de futebol e nada se saber dos autarcas do PSD, Marco António, Luís Filipe Meneses, Agostinho Branquinho, Hermínio Loureiro, Virgílio Macedo e Valentim Loureiro, que a Visão n.º 1278 (31/8 a 6/9 de 2017) refere, em 21 páginas, com provas aparentemente irrefutáveis de faturas falsas, empresas de fachada, contratos públicos viciados, tráfico de influências, negócios simulados, fraudes em subsídios, manipulação de contas e iniciativas fictícias.

Não duvido de que a Senhora Procuradora Geral da República esteja a recolher provas, mas causa alarme nada se saber, quando há pessoas mal-intencionadas que duvidam de quaisquer investigações, dado o silêncio dos jornais com acesso a todos os processos.

Que a PGR procura averiguar estes casos, não há dúvidas. Basta ver o medo que o PSD mostra da sua recondução, apesar de a própria considerar único o mandato de seis anos.

O que o País teme é que enquanto se investigam idas à bola ou as boleias para os jogos, falte o tempo ou os meios para investigar os referidos autarcas ou para reabrir o processo Tecnoforma, arquivado pelo MP, como admitiu depois de a União Europeia ter exigido a devolução de 6,7 milhões de euros da fraude que o gabinete antifraude da Comissão Europeia garantiu haver.

Ninguém acredita que para poupar incómodos a Miguel Relvas, que concedeu a verba, e ao gestor Passos Coelho que a recebeu, a PGR vacilasse. O ora relicenciado e o recente catedrático não gozam de foro especial.

Portugal empata com Irão e está nos "oitavos" do Mundial2018

Rui Mendes - RTPComentários 25 Jun, 2018, 21:17 / atualizado em 25 Jun, 2018, 21:59 | Mundial 2018

Portugal empata com Irão e está nos oitavos do Mundial2018

Legenda da Imagem | Paulo Novais - EPA

A Seleção Nacional está nos oitavos de final. Portugal empatou com o Irão, 1-1, no último jogo do grupo B do Mundial de 2018. Com este resultado, a equipa das "quinas" ficou em segundo lugar no grupo e vai medir forças com o Uruguai.

A Seleção Nacional entrou bem na partida e aos 3 minutos surgiu o primeiro remate de Ronaldo, o primeiro calafrio para o Irão. William Carvalho abriu bem para João Mário, na esquerda, que tocou para a entrada de Ronaldo. O capitão rematou para defesa a dois tempos do guarda-redes iraniano.

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Pouco depois, aos 9 minutos, enorme oportunidade desperdiçada para a equipa das quinas. William Carvalho num passe longo para Ronaldo, atrapalhação na defesa do Irão entre o central Ezatolahi e o guarda-redes, a bola sobrou para João Mário, posicionado à entrada da área com a baliza deserta, o médio rematou forte, mas por cima.
Portugal continuou a pressionar, embora a jogar numa toada lenta e calculista. Ronaldo com oportunidade de aplicar o seu forte pontapé num livre direto. O remate saiu contra a barreira e Portugal ganhou um pontapé de canto.
O Irão apareceu aos 22 minutos pela primeira vez com algum perigo junto à baliza portuguesa. Foi através de um livre direto controlado por Rui Patrício.
Ao minuto 34, novo susto para Portugal. O livre foi bem cobrado e o desvio de cabeça saiu tenso, mas Rui Patrício estava bem posicionado e segurou.

À beira do apito para o intervalo surgiu a magia de Quaresma e o golo de Portugal e que grande golo. Adrien combinou com o "mustang", à entrada da área e descaído para a direita do ataque, Quaresma disparou uma das suas famosas trivelas e a bola aninhou-se no ângulo direito da baliza. O guarda-redes iraniano não teve qualquer hipótese de defesa. Estava aberto o marcador.

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Na segunda parte, Portugal entrou a controlar a partida e Ronaldo é rasteirado aos 52 minutos, penálti para CR7. O "capitão" permitiu a defesa do guarda-redes do Irão.
Depois do penálti o encontro tornou-se quezilento com muitas entradas mais duras dos jogadores iranianos. Mas, aos 72 minutos muito perigo para Portugal. Ghoddos rematou com a bola a passar perto da baliza de Rui Patrício.
Logo a seguir, aos 77, mais um remate de longe, mais uma bola fora do alvo. Agora foi André Silva a tentar a sua sorte.

Perto do final do jogo, grande penalidade contra Portugal. Karim da marca dos 11 metros não falhou e empatou a partida.

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Aos 90, muito perigo para Portugal, Mehdi ganhou espaço na área e quase marcou, o remate beijou a malha lateral.

Os muros na Europa

Opinião

Inês Cardoso

Ontem às 00:04

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Às vezes falamos dos problemas do vizinho porque isso nos distrai dos nossos próprios. Sobretudo se o vizinho for uma figura bizarra e sem crédito, que suscita críticas legítimas. As políticas de imigração da administração Trump justificam o olhar atento e preocupado do resto do mundo. Mas não devem distrair-nos do tanto que temos por resolver dentro de casa.

Depois do Aquarius, o Lifeline lembra-nos o movimento imparável de migrantes que procuram noutra latitude um recomeço. E enquanto as rotas prosseguem, alimentadas por traficantes e motivações nem sempre fáceis de traduzir, a Europa tem cada vez mais dificuldade em falar a uma voz.

No final desta semana, o tema das imigrações domina a agenda do Conselho Europeu. Mas o preâmbulo serviu-se já ontem, com a minicimeira convocada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Itália, palco da mais recente viragem antimigrantes, apresentou uma proposta para mudar as regras de acolhimento. Fora do encontro, que consideraram "inaceitável", ficaram os países do Grupo de Visegrado - Polónia, Eslováquia, República Checa e Hungria, que aprovou há poucos dias uma lei que penaliza quem ajuda migrantes.

Sabemos que nos fluxos migratórios se misturam causas complexas, de natureza económica, política e social. E não há respostas simples nem fórmulas mágicas para resolver a turbulência nos países de origem e evitar atritos de integração nos países de destino. Mas essa complexidade não pode servir de desculpa para criar bichos-papões ou justificações para novos muros.

Não pode haver hesitação na escolha de uma Europa humanista, que procura soluções conjuntas e solidárias, repartindo de forma equilibrada o esforço de acolhimento. E que toma posições claras quando algum dos seus estados-membros pisa linhas vermelhas na resposta humanitária. É daqui que deve partir toda a discussão.

Promulgada lei que torna o "Brexit" irreversível

Reino Unido

A primeira-ministra britânica, Theresa May, durante um encontro com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk

Foto: EPA/WILL OLIVER

A lei de saída do Reino Unido da União Europeia foi promulgada, esta terça-feira, tornando irreversível o processo do "Brexit", que está previsto acontecer dentro de 276 dias, em 29 de março de 2019

A Lei da União Europeia oficializa a saída da UE ao revogar a lei de adesão do Reino Unido à Comunidade Europeia em 1973 e transfere as normas europeias para o direito britânico, facilitando assim o processo.

O texto tinha sido aprovado na semana passada pelo Parlamento britânico, após mais de 250 horas de debate na Câmara dos Comuns (câmara baixa) e Câmara dos Lordes (câmara alta).

Deputados e lordes sugeriram alterações que iam contra o Governo, mas, no final, a quase totalidade da versão inicial prevaleceu, sendo a promulgação pela rainha Isabell II a etapa final do processo legislativo.

Mesmo assim, a primeira-ministra, Theresa May, foi forçada a aceitar um compromisso e oferecer um "voto relevante" ao parlamento sobre o acordo final para o 'Brexit' negociado com Bruxelas, o que implica que os deputados serão consultados antes de o acordo ser ratificado.

Os deputados terão também oportunidade de intervir no caso de se chegar a um cenário de "não acordo" até 21 de janeiro, mas não poderão influenciar a estratégia de negociações, como alguns pretendiam.

Na lei ficou escrito que o "Brexit" terá lugar às 23 horas de 29 de março de 2019.

É urgente tratar o SNS

Opinião

Mariana Mortágua

Hoje às 00:03, atualizado às 00:54

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O Sistema Nacional de Saúde está em declínio. O diagnóstico é do seu criador - António Arnaut - que com João Semedo assinou a proposta para uma Nova Lei de Bases da Saúde.

A degradação do serviço público de saúde não começou em 2015 por iniciativa deste Governo. PSD e CDS votaram contra a criação do SNS em 1979. Com Cavaco Silva estraçalharam a Lei de Bases da Saúde em 1990, quando tornam expressa a sua intenção de desenvolver um sistema privado paralelo, em concorrência mas dependência financeira do público. E pela mão de Passos e Portas cortaram 15% do orçamento da Saúde. A campanha que agora lançam contra o SNS, arrasando a sua - ainda assinalável - qualidade é tão oportunista como é hipócrita a súbita preocupação com serviço público.

Se queremos discutir como a nova Lei de Bases pode salvar o SNS, então PSD e CDS estão fora de jogo. Este não é o seu campeonato.

Dizer que o Governo não é o responsável pelo estado do SNS significa reconhecer que houve recuperação dos cortes da Direita, mas só isso. O PS tem as suas responsabilidades históricas - como as PPP - e este Governo não inverteu os problemas crónicos do SNS: a suborçamentação, a obsolescência e insuficiência dos equipamentos substituídos por contratações privadas, ou a fuga de profissionais.

O SNS luta para dar resposta às enormes responsabilidades que lhe foram atribuídas. No entanto, sem financiamento e uma lei que o proteja, continuará a canalizar 40% do seu orçamento para os privados, e definhará. Nesse dia o negócio terá ganho, e o direito constitucional que tanto acarinhamos e com que contamos nos momentos difíceis - o acesso de todas as pessoas a cuidados de saúde - deixará de existir.

Não há pequenos remédios. Precisamos de uma lei que assuma que não é possível ter um SNS forte, gratuito e universal em concorrência com o negócio da saúde. A proposta de Arnaut e Semedo, apresentada pelo Bloco, é clara nessa escolha, a de Maria de Belém, pelo Governo, não tanto.

O Governo tem nas mãos a possibilidade de negociar e aprovar uma lei histórica para salvar o SNS. E de o fazer com uma maioria parlamentar de Esquerda que tem orgulho e leva muito a sério o direito Constitucional a um SNS geral e universal. O PS cometerá um erro se desperdiçar esta possibilidade, adiando a discussão da Lei de Bases para fora desta legislatura no desejo de uma outra relação de forças, que o liberte de fazer os compromissos de que o SNS precisa.

* DEPUTADA DO BE