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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Jair Autoritário

Novo artigo em Aventar


por Sotero

Nem um mês de governo e Jair Bolsonaro ja acumula autoritárismo, censura, e medidas que poem em risco milhões de brasileiros. Isso sem falar na operação para blindar o motorista de um dos seus filhos, suspeito de um esquema caixa 2 millionario. Dentre as ações mais recentes a liberação de posse de armas, passe livre para a polícia matar, fiscalização em cima de ONGs cujo papel é fiscalizar ações do governo e empresas. Representantes da Human Rights Watch, criticaram todas as medidas deflagradas pela nova gestão e já o considera um dos governos autoritários do mundo.

Fonte Jornal GGN

A irrelevância de Luís Montenegro

por João Mendes

LM

Fotografia: Lusa/Cofina Media@Sábado

Disse um dia que nunca faria a Rui Rio aquilo que Costa fez a Seguro. Fez pior.

Não teve coragem de se candidatar à liderança do partido, apesar da indisfarçável ambição, refugiando-se por trás de uma barriga de aluguer, que, entretanto abandonou o seu partido para formar o seu próprio núcleo de oposição à direita.

Não teve a decência de deixar o líder eleito disputar uma eleição que fosse, optando antes por atirar o partido para (mais) uma crise interna, ridicularizando e descredibilizando o PSD. Outra vez Ler mais deste artigo

Luís Montenegro clarificou posição de Passos Coelho

Novo artigo em Aventar


por Carlos Araújo Alves

Deixou de se saber o que vai pensando Passos Coelho sobre a política do PSD e do país, se regressará ou quando regressará o afinal vencedor das últimas eleições legislativas.

Passos-coelho

Poderá o assunto não ser relevante para muitos, mas a sua juventude, a sua experiência enquanto Primeiro-Ministro e o facto de ter sido o último a ganhar eleições no PSD, leva-me a crer que, sempre que houver eleições legislativas em breve horizonte, será ainda o mais sério candidato a líder e o mais bem-vindo entre militantes, simpatizantes e eleitores.
Ora, esta atitude extemporânea para muitos de Luís Montenegro, seu indefectível número 2, clarificou que Passos Coelho não pensa apresentar-se a líder da oposição em 2019, preferindo aguardar por 2024 onde tem a avisada esperança de
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Recordar… é aborrecer direita

  por estatuadesal

(Carlos Esperança, 17/01/2019)

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Sempre considerei que a constituição de políticos arguidos de bagatelas penais era mais uma humilhação para destruir carreiras e, eventualmente Governos, do que uma atitude com consequências penais, para salvaguardar a decência e a ética na política.

Quando o ministro Mário Centeno pediu ao clube em cujo estádio tem camarote, para assistir com um filho a um jogo de futebol da tribuna da presidência, o que sucedeu, a central de intoxicação da direita partiu para o insulto, com a suspeita de que o ministro das Finanças, em troca, favorecesse fiscalmente o presidente do clube e a família deste. O Ministério Público chegou a investigar o ministro e atual presidente do Eurogrupo do ilícito que o pudor levou a arquivar, e até o inefável PR produziu um comentário infeliz.

A memória é curta, mas quiseram destituir o ministro, enquanto a PGR (com a atual e a anterior titular) ignora os edis do PSD, Marco António, Luís Filipe Meneses, Agostinho Branquinho, Hermínio Loureiro, Virgílio Macedo e Valentim Loureiro, que a Visão n.º 1278 (31/8 a 6/9 de 2017) refere, com provas aparentemente evidentes de faturas falsas, empresas de fachada, contratos públicos viciados, tráfico de influências, negócios simulados, fraudes em subsídios, manipulação de contas e iniciativas fictícias.

Quando a GALP, como era hábito, convidou políticos do que a direita chamava arco do poder, Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira, secretários de Estado, aceitaram o convite para assistirem à final do Euro 2016, em que Portugal era finalista. Não deviam, e fizeram-no. Pediram a exoneração ao primeiro-ministro, antecipando que iam ser constituídos arguidos pelo alegado crime de recebimento indevido de vantagem.

O Governo perdeu três membros e o MP reuniu indícios suficientes da prática de crime no chamado Galpgate. A PGR já confirmou que o MP tomou a decisão “de suspender provisoriamente o processo em relação a alguns dos arguidos”, com multas que variam entre os 600 e os 4500 euros, sendo os valores mais altos aplicados aos ex-titulares de três secretarias de Estado, Rocha Andrade (Assuntos Fiscais), João Vasconcelos (Indústria) e Jorge Costa (Internacionalização). O juiz ainda pode recusar o arquivamento do crime, feito às escâncaras, visto na RTP e noticiado nos jornais.

Nos jornais I, Correio da Manhã e Público, não vi que multa foi aplicada aos ex-líderes parlamentares sociais-democratas Luís Montenegro e Hugo Soares, talvez por serem os homens de mão de Miguel Relvas, Marco António e Passos Coelho, mas também foram convidados para o Euro 2016 e estiveram lá nas mesmas condições dos referidos.

Perante a aparente displicência com que foram investigados, ou ignorados, os casos dos submarinos, da Tecnoforma ou da permuta da vivenda Mariani pela Gaivota Azul, não se dúvida da igualdade da Justiça para todos, mas das consequências.

SIC reúne os seus dois melhores crânios para lidar com Vara

  por estatuadesal

(Por Valupi, in Aspirina B, 17/01/2019)

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O crânio da esquerda disse que o “tráfico de influências” é um “tipo de criminalidade actual, contemporânea” – ou seja, que não havia no passado, dita a lógica que o levou à escolha da adjectivação. Será verdade? Será que, e vamos esquecer toda a ordem dos primatas, existe algum mamífero em algum recanto do Planeta que ignore ser o tráfico de influências a mais antiga das práticas sociais, inerente aos laços familiares e à socialização em qualquer tempo e lugar? O que o mano Costa quis fazer foi o branqueamento da violência de Estado exercida sobre Vara através de alegadas “provas indirectas” para um suposto novíssimo tipo de crime que só assim, sem provas, daria para condenar. Mais acrescentou que “Em Portugal, seguramente que há muito tráfico de influências” – ou seja, assumiu conhecer por testemunho directo e/ou indirecto muito criminoso desta laia, dita a lógica que o levou à escolha do advérbio, do verbo e do substantivo. Porém, não consta que ele os tenha denunciado, servem apenas para se exibir na TV como um craque deste tipo de pseudo-jornalismo onde se defende a excepcionalidade de uma condenação só porque o alvo é tomado como inimigo político.

O crânio da direita disse que “poderia haver um outro julgamento, que envolveria José Sócrates” se certas escutas de Vara para o Diabo não tivessem sido apagadas. Ao seu lado, o director-geral de informação do Grupo Impresa consentiu calando e agitando a cachimónia. Isto é, validou institucionalmente o que ouviu e ouvimos. Afinal, tratava-se de uma declaração saída da mesma boca que semanas antes tinha usado a mesma SIC para defender a “pena máxima” para o tal bandido que já tinha levado com a pena máxima para o crime em causa, o que nos faz soltar a imaginação a respeito do castigo em que a senhora estava a pensar. Pista: talvez 25 anos de choça não chegassem para o seu palato.

O mano Costa foi sábio em anuir e despachar. Só quando inventarem computadores quânticos plenamente operacionais vamos conseguir contabilizar quantas vezes os decadentes já nos despejaram em cima a mesma denúncia nos últimos 10 anos. Até lá chegarmos, podemos ficar entretidos a descobrir o que nos estão a dizer estas inteligências.

É uma de duas coisas, terceira opção excluída. Ou que existem provas nessas tais escutas referidas que eram válidas para condenar Sócrates em tribunal, no mínimo fazer uma acusação minimamente séria; ou que não existem provas válidas nas escutas apagadas, mas que mesmo assim daria para fazer uma acusação fajuta cujo objectivo seria o de meter Sócrates em tribunal, o desfecho sendo indiferente porque já se teria ferido de morte o animal. Para a primeira hipótese ser aceite como verosímil, os cérebros desses infelizes têm de consumir toneladas de açúcar pois as tais escutas apagadas nunca foram realmente destruídas e existem por aí à disposição até ao final dos tempos. Isso significa que os magistrados de Aveiro, procuradores e juiz de instrução, conhecem por inerência o seu conteúdo. Se eles o conhecem, os jornalistas a quem passaram as informações que invadiram caudalosamente a indústria da calúnia a respeito do “Face Oculta” idem e aspas. Se esta maralha leu essas transcrições, assim os políticos do PSD e do CDS, pelo menos. Pergunta: com tanta, tão zeloza e tão valente gente a tomar conhecimento desses indícios inequívocos de um “atentado contra o Estado de direito”, por que razão nunca se lançaram no espaço público essas “provas”? Foi a pergunta que Noronha do Nascimento fez nas várias ocasiões em que os jornalistas lhe rosnaram e morderam nas canelas com essa calúnia. Pinto Monteiro repetiu a evidência de outra forma, criticando Sócrates por não ter permitido a sua divulgação dado nada lá estar de incriminatório (embora estivesse de privado, e daí a exploração tentada e alcançada). Podemos ainda chegar a outra inferência. Se em Aveiro os seríssimos e impolutos magistrados descobriram que um primeiro-ministro em funções cometeu um crime, e que esse crime foi apagado pelo Procurador-Geral da República e pelo Presidente do Supremo, por que razão essa inaudita e colossal sequência criminosa que atingiu os pilares do regime não recebeu do Conselho Superior do Ministério Público, do Conselho da Magistratura, do Presidente da República e da Assembleia da República a devida resposta, ou sequer uma qualquer resposta? Porque são todos corruptos e todos às ordens de Sócrates; é isso, Manela? Quanto à segunda hipótese, dois neurónios dão para o gasto. Poder espiar um primeiro-ministro socialista que parece invencível nas urnas é o sonho mais húmido do direitola decadente, e isso foi alcançado simulando uma captação fortuita entre o alvo e uma pessoa da sua intimidade, Vara. Simples de pensar e de montar, desde que não haja escrúpulos e se usufrua de uma blindagem garantida pelo próprio regime. A ilegalidade que permitiu captar conversas de merda entre dois amigos e parceiros políticos ofereceu trunfos potencialmente devastadores contra Sócrates e contra o PS mesmo em cima das eleições legislativas e autárquicas de 2009. 10 anos depois, os mesmos continuam a usar essa golpada como arma de arremesso ao mais alto nível informativo, não havendo ninguém no PS, ou fora dele, que desmonte o obsceno sofisma. Sequer perdem tempo a explicar como é que Mário Lino nem arguido foi no “Face Oculta”, e isto apesar de se garantir ter sido Ana Paula Vitorino quem permitiu apanhar Vara – a tal testemunha cujo depoimento “decisivo” consistiu na reprodução de uma conversa que teve com… [introduzir aqui sons de tambores a rufar]… Mário Lino, o ministro de quem era secretária de Estado. Faz isto algum sentido jurídico? Faz, quando o objectivo é fazer uma vingança e obter um troféu.

Ver Ricardo Costa ao lado de Manuela Moura Guedes, ambos a debitar o seu sectarismo cínico e empáfia odiosa contra Vara (ou seja, contra Sócrates) é uma daquelas cenas em que o Universo nos parece o tal relógio divinamente afinado. Nasceram para ficar assim juntinhos, fazem o mais tétrico dos casais. Dois crânios que definem o que é a imprensa ao gosto do militante nº 1 do PSD.