Escrito por Adérito Caldeira em 29 Setembro 2017
Enquanto o partido que governa Moçambique há mais de quatro décadas está reunido na Matola auto avaliando-se positivamente e em vangloriando-se de feitos supostamente brilhantes o Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês) divulgou o seu Ranking de Competitividade onde a “Pérola do Índico” afundou para o 136º lugar, dentre 137 países avaliados. Com uma pontuação de 2,9, contra 3,1 do ano passado, só é pior do que o nosso País o Iémen.
Depois de um tombo que só encontra precedente há 15 anos atrás, no Ranking de 2012 – 2013 o nosso País ocupou o lugar 138 em 144 países avaliados, Moçambique caiu para o penúltimo lugar devido a fragilidade das instituições do Estado, ao ambiente macroeconómico que piorou, ao difícil acesso a financiamentos bancários e a corrupção.
Os pagamentos irregulares, o suborno, o favoritismo nas decisões dos membros do Governo, a falta de eficiência dos gastos do Estado, a falta de transparência na elaboração de políticas públicas, o crime organizado a falta de confiança na Polícia são alguns dos quesitos que contribuem para o aumento da fragilidade das instituições do Estado moçambicano, neste pilar o nosso País passou da posição 124, com pontuação de 3,2, para o lugar 127, com pontuação 3,1.
Mesmo nas instituição privadas a prestação de contas piorou como resultado da fraqueza das auditorias, incumprimento dos standards dos relatórios, pouca protecção dos interesses dos accionistas minoritários a falta de protecção de investidores.
A degradação do ambiente macroeconómico contribuiu negativamente para a classificação global de Moçambique - da anterior posição 125, com pontuação 3,5, caiu para o lugar 137, com pontuação 1,9 - influenciado pela alta inflação, pela Dívida Pública e ainda pela rating do nosso País que afundou-se no lixo desde a descoberta dos empréstimos ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM.
Leis laborais restritivas, inflação, falta de ética dos trabalhadores moçambicanos
Contrariamente ao que tem sido propalado pelo partido Frelimo, que a guerra com a Renamo afectou o ambiente de investimentos e negócios, esse é um dos quesitos que menos pesou negativamente na avaliação do Fórum Económico Mundial.
São problemáticos em Moçambique, para esta instituição organiza os encontros anuais em Davos, a força de trabalho com deficiente formação, a instabilidade de políticas públicas, as inadequadas infra-estruturas, as leis laborais restritivas, a alta inflação, as taxas de câmbios, a falta de ética por parte dos trabalhadores moçambicanos, os apertados regulamentos sobre divisas, a fraca Saúde Pública, a insuficiente capacidade de inovar e a legislação de impostos.
Quiçá antecipando-se a divulgação deste Ranking, e porque o males que afectam a economia moçambicana não são novos, o presidente do partido Frelimo desafiou aos seus camaradas, no seu discurso inaugural do Congresso que decorre na Matola, a trabalharem para atrair investimento e facilitar o financiamento à iniciativa privada. “Não podemos ter serviços públicos que, em vez de serem parte da solução, encorajam a burocracia, os jogos de influência e a troca de favores”, afirmou Filipe Nyusi.
Segundo o “Ranking de Competitividade” do WEF, a economia mais competitiva do mundo é a da Suíça, pelo nono ano seguido, os Estados Unidos da América vêm na 2ª posição, seguido por Singapura. O País africano melhor colocado é as Maurícias na 45ª posição.
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