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por j. manuel cordeiro
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Falta-me pachorra para dissertar sobre moção de censura do CDS. Por isso, telegraficamente, limito-me a três notas: 1. Obviamente que há motivo para uma moção de censura. Se a incapacidade de resposta nesta situação não serve, não vejo que outros motivos se possam evocar no futuro. 2. É de uma escandalosa hipocrisia ser o CDS a lançá-la, ou não tivesse sido a respectiva líder diretamente responsável pela pasta que, durante cinco anos, nada fez para resolver um problema de longa data. Perdão, fez. Piorou o panorama com a sua lei do eucalipto. Estivesse a direita no governo e já o PCP ou o Bloco teriam tomado a dianteira neste campo. Ou até talvez mesmo o PS o tivesse feito. 3. Se para o CDS a moção de censura era premente, porque é que não a fez logo depois de Pedrogão Grande? Há um número de mortos a partir do qual tal iniciativa se justifica? Deve haver, porque, segundo Cristas, nenhuma calamidade aconteceu durante os seus mandatos, como se não tivessem morrido, por exemplo, 9 pessoas em 2013 e 6 em 2012. Sim, há uma questão de escala. Mas, como muito bem lembraram diversas vozes a propósito de Pedrogão Grande quando dissertavam sobre se havia 64 ou 65 mortos, algumas delas ligadas ao CDS inclusivamente, "um morto é uma tragédia". Excepto quanto se está no governo, assim se pode depreender. [Gráfico baseado no extracto do Relatório da Comissão Independente, disponibilizado no DN] |
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