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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O direito a não aprender nada

Estátua de Sal

Posted: 11 Oct 2017 01:43 AM PDT

Pedro Passos Coelho saiu já tarde, mas eis que Pedro Santana Lopes saiu a terreiro para defender... Pedro Passos Coelho.

"Não parece bem que o partido possa ser entregue a quem, numa altura tão dificil para o país, passou a vida a pôr em causa o trabalho de salvação nacional que quase era feito. Para mim, é algo absolutamente incongruente. Devo dizer: não consigo compreender que isso possa acontecer. Porque, tal como os seres humanos, não concebo que a generalidade dos militantes do PSD, que defendeu e foi solidária com o Pedro Passos Coelho, possa agora dizer: "Ai Passos Coelho saiu? Então vamos agora escolher aqueles que o quiseram deitar abaixo e disseram mal o tempo todo. E por isso acho que tenho esse dever".  (Na SIC, ontem à noite)

Depois de 400 mil postos de trabalho destruídos, de toda a pobreza gerada e a que as Misericórdias tiveram de dar apoio, depois de se criarem 1,5 milhões de pessoas subutilizadas, a querer trabalhar sem encontrar; depois da queda do investimento a níveis pré-históricos; depois de toda a desarticulação dos serviços públicos de que não há memória e de que a Direita agora tira proveito para se queixar da geringonça; depois do rolo compressor nos direitos laborais que deitou abaixo a contratação colectiva quase ao zero; depois de uma emigração sem paralelo de quadros qualificados formados com o dinheito dos portugueses, Pedro Santana Lopes voltou ao seu modo de governação desajeitado e sem pensamento estratégico de 2004.
Agora que o PSD queria tanto seguir as pisadas do CDS e lavar a cara com alguém mais jovial que fizesse esquecer o maior trambolhão da sua história - enfim, dar um passo em frente - , eis que surge quem o quer prender de novo ao passado.
Bloco Central? Não. Antes que o CDS nos roube o eleitorado, façamos de novo uma aliança PSD/CDS que tão mau resultado teve. O que fazer para o futuro? "Os partidos têm de ser pessoas de bem". Façamos o mesmo que fizemos no passado, queiramos ser CDS enquanto o CDS quer ser PSD e, se calhar, teremos resultados diferentes...
Haja, pois, uma direita orgulhosa do mal que fez!

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