por jpfigueiredo |
Há quem se impressione com o número de crimes imputáveis a José Sócrates pelo Ministério Público mas, depois de assistir a esta entrevista, onde se terão enumerado os pontos fundamentais da acusação, apenas consegui adensar as minhas dúvidas sobre a sobrevivência deste processo judiciário tão pouco de judicioso. Não sendo a televisão um tribunal, muito embora tenha funcionado, nestes 3 anos de preliminares, como palco para um julgamento que já terá sido efectuado pelo público - ninguém quer acreditar que Sócrates não meteu dinheiro ao bolso -, o certo é que a representação do MP feita pelo jornalista de serviço apenas permitiu que o actor principal tenha dado um passo seguro para reconquistar o seu direito à presunção de inocência junto da opinião pública. Não se esperava que Vítor Gonçalves, que luta contra o estigma das suas supostas simpatias políticas, aguentasse o embate com este ex-primeiro-ministro, e nem mesmo que dominasse as 4.000 páginas da acusação (que trouxe ao ecrã para dar substância e clamor ao libelo, supõe-se...), como naturalmente o demonstrou fazer José Sócrates. Mas este espectáculo, a que mais uma vez assistimos neste campo, teve como único resultado a severa goleada de Sócrates ao Ministério Público.
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