Há coisas que, embora escritas há muitos anos, são mais actuais do que nunca. Por exemplo esta: “Hoje em dia, no hemisfério Norte, o ar anda gelado. Chegou a nova barbárie, com a sua imbecil exaltação do sucesso individual, da competição brutal, saudando como uma vitória do espírito o esmagamento do fraco pelo forte, a recusa triunfante de todas as formas de solidariedade. Sejam calculistas e pragmáticos. O rico tem razão, o pobre está errado. Um vício secreto explica, certamente, a sua pobreza. O pensamento da totalidade? Uma velha mania. Que apenas serve para ocupar os ócios de alguns esquerdistas atrasados. Um pensamento crítico? Nem pensem nisso. O pensamento deve atingir o melhor resultado, por conseguinte, ser funcional. Para o homem instrumentalizado pela racionalidade mercantil existe unicamente um só pensamento “justo”: o que é, justamente, produzido pela razão instrumental. E, de resto, a “instrumentalidade” é o verdadeiro objecto da história.” ZIEGLER, Jean; COSTA, Uriel da (1992) Até amanhã, Marx!, Lisboa: Puma Editora. (Tradução de José Carlos Gonzalez) |
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