Vasco Câmara
15 de Dezembro de 2017
“Foi uma altura tão fértil para a rebelião, em todos os sentidos. Socialmente, politicamente, sexualmente, artisticamente… Foi muito formativo para mim. Os anos 60 estão-me nos ossos”, dizia ao Ípsilon Yvonne Rainer, 83 anos, dias antes de mostrar no Museu de Serralves, no Porto, parte daquilo em que se tornou: numa das mais influentes coreógrafas do século XX (o Judson Dance Theater, que também foi dela, foi responsável por uma revolução a que se chamou dança pós-moderna, abrindo os corpos ao quotidiano, aos gestos banais e imprevíveis), mas também escritora e activista política.
Sábado dá uma conferência, Revision: A Truncated History of the Universe for Dummies. A Rant Dance (Revisão: Uma História Truncada do Universo para Totós. Uma Dança Inflamada), com leitura do seu livro de poesia, Poems. No domingo apresenta The Concept of Dust: Continuous Project – Altered Annually. Confirmaremos o que Mariana Duarte escreve no tema de capa deste suplemento: Yvonne continua a ser a rebelde com causa que nas décadas de 60 e 70 saía para as ruas em protesto. Ei-la nesses anos:
Qual é a nossa história? Star Wars pode contá-la. Pode contar-nos. Na altura em que chega a Portugal Os Últimos Jedis, Joana Amaral Cardoso faz a intersecção dessas duas trilogias, de uma terceira em curso e de uma quarta a caminho com o que importa dentro de nós: A atracção do lado negro: crescer com Star Wars.
Mas é tudo isso, ou é apenas um filme como os outros? É sempre a mesma galáxia?
É de luz que continuamos a falar: esteve atrás da câmara em Apocalypse Now, O Último Tango em Paris ou O Último Imperador e explica ao Ípsilon como constrói a fotografia de um filme, no caso, Roda Gigante de Woody Allen. É Vittorio Storaro à conversa com Jorge Mourinha.
Gonçalo Frota conversa com Filipe Melo e Juan Cavia, os da saga Dog Mendonça e Pizzaboy, que, depois de Os Vampiros, se aventuram por uma BD em que o espectacular cede terreno para a ambiguidade: Comer/Beber.
Isabel Lucas leu o primeiro dos dois volume das cartas (mais de 1400) de Sylvia Plath, uma obra gigantesca que dificilmente será editada em Portugal. São quase 1400 cartas que a autora escreveu desde os oito anos até às vésperas da sua morte, a 11 de Fevereiro de 1963, quando aconchegou os dois filhos, fechou a porta da cozinha e pôs a cabeça no forno. Mas The Letters of Sylvia Plath desafia o mito: revela uma mulher ambiciosa, com sentido de humor, relação obsessiva com a comida, que gostava de moda e queria ser feliz.
E damo-vos música. Melhor: Neil Young disponibiliza-nos toda a sua música. Até 30 de Junho de 2018, através do seu serviço de streaming de alta fidelidade, ela é toda nossa. Mário Lopes conta-nos essa vida.
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