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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

greve fiscal

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por rui a.

Os mesmos partidos e os mesmos sujeitos que aprovam legislação que manda para a cadeia um desgraçado de um empresário que, para pagar salários aos seus trabalhadores, atrase o pagamento das contribuições sociais e impostos sobre o trabalho noventa e um dias consecutivos são os mesmos sujeitos que aprovam legislação fiscal privilegiada para si mesmos. De facto, como se não bastassem já as isenções do IMI e do miserável imposto da menina Mortágua, o parlamento aprovou quase secretamente, com as honrosas excepções do CDS e do PAN, uma lei que confere aos partidos a devolução do IVA e outras regalias fiscais. A isto chamam eles «os custos da democracia», que consideram ser produto caro e de excelência, que nós, pobres mortais, temos que pagar sem chiar. Mas qualquer pessoa normal percebe, sem esforço, que estes são os custos da plutocracia e de um regime velho e anquilosado, que se deixou manchar por quase todos os vícios e, se calhar, por mais alguns ainda, do regime que há mais de quarenta anos depôs.

Com a colecta extorquida a quem trabalha, estes sujeitos gastam em cartolas carnavalescas, festanças de fim de ano, centenas de assessores pagos regiamente e demais prebendas variadas para os amigalhaços, enquanto lacrimejam sobre a falta de recursos para acudir aos incêndios e à segurança das pessoas ditas «comuns».

À falta de melhor maneira para moralizar o regime, só há uma forma de lhe impor alguma decência: uma greve cívica ao pagamento de impostos. Doutro modo, tal como os viciados de casino e em droga, que só deixam de gasto mal gasto quando não têm, estes sujeitos, para nossa desgraça colectiva, nunca aprenderão.

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rui

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