(In Blog O Jumento, 09/12/2017)
(O que é demais enjoa. Em tempos que já lá vão comentava uma vez por semana em diálogo com a Tia Judite. Hoje comenta todos os dias e em qualquer lado. Até no barbeiro, se preciso for.
Estátua de Sal, 09/12/2017)
Este Presidente (ainda com letra grande) é o mesmo que há um par de meses parece ter feito um julgamento privativo de Mário Centeno, tendo mesmo chamado a Belém o seu conselheiro Lobo Xavier, a crer na comunicação social, para lhe mostrar as mensagens SMS privadas de Mário Centeno. Isto é, Marcelo está muito preocupado porque o tal ministro, que poderia ser achincalhado pelo seu conselheiro, poderá agora ter menos tempo para o país.
Não estará Marcelo Rebelo de Sousa mais preocupado com o protagonismo internacional de Mário Centeno, o que condicionará a linguagem de um Presidente da República, que não se cansou de dizer que iria analisar o OE com muito cuidado, isso umas semanas depois de falar em eleitoralismo?
Sejamos honestos, com todo este protagonismo do ministro das Finanças ninguém vai sugerir que o crescimento da economia é motivado pelos likes, afetos, beijinhos, jantares dos pobres e abracinhos do Presidente. O Marcelo da Linha de Cascais ganha imagem no meio rural português, enquanto o provinciano Mário Centeno ganha destaque internacional, reduzindo o primeiro à sua verdadeira dimensão.
Um bom exemplo das dificuldades de Marcelo lidar com esta situação está no facto de ainda hoje ter feito comentários em relação ao OE para ... 2019. Isto é, ainda não promulgou o de 2018, ainda nada se disse sobre 2018, e depois de tantas ameaças de análise pormenorizada e atenta do OE acabado de aprovar, já lança a sugestão de que o OE de 2019 pode ser eleitoralista.
Parece que sem incêndios e sem jantares de sem-abrigos o Presidente da República tem de inventar temas e o melhor que encontrou foi um em que pode dizer umas patacoadas que parece serem dirigidas a Centeno.
«A eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo trará “consequências inevitáveis” para a condução do Ministério das Finanças em Lisboa. Esta é a leitura feita pelo Presidente da República que, segundo o Jornal Expresso, está preocupado com o impacto que a dupla missão terá na equipa das Finanças, sobretudo na preparação do próximo Orçamento do Estado. Este processo será marcado pelo ambiente pré-eleitoral e por um crescendo nas reivindicações por parte dos sindicatos, funcionários públicos e parceiros à esquerda.» [Observador]
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