por estatuadesal
(Por Estátua de Sal, 24/12/2017)
Coelho convida "catavento" para beberem uma garrafa de ginja na Tecnoforma.
A tradição já não é o que era. Antigamente mandavam-se postais de Natal. Ele era o presépio, o menino nas palhinhas e o bafo do boi, os Reis Magos, ou o trenó do Pai Natal puxado por robustas renas.
Hoje já não há postais. É por isso que os CTT se queixam e vão despedir 800 trabalhadores, dizem eles. Hoje há SMS e mensagens no Whatsapp, e-mails e beijinhos electrónicos via Skype.
Resta-nos o perú, o bacalhau, as rabanadas e as filhós para os que não ganham o salário mínimo e que tem emprego.
Resta a missa do Galo para os católicos fazerem a digestão da ceia, missa essa que a minha avó dizia ser a mais linda do ano. Ela nunca explicou porquê mas jurava a pés juntos que assim era.
Resta essa tradição das famílias se reencontrarem e, por vezes, os desavindos se reconciliarem mesmo que a contragosto, mas já sem cara para se oporem a um certo espírito da época.
É por isso que aqui deixo o meu postal de Natal para o Presidente Marcelo, ele que, católico, apostólico e romano, sempre elogiou as virtudes da reconciliação e dos valores sagrados da família.
É certo que Passos Coelho o tratou muito mal. Chamou-lhe catavento, e colocou-o no fim da lista dos presidenciáveis da direita. Mas é altura de perdoar, meu caro Marcelo. O Passos é da família e é altura de fazeres as pazes.
É lindo o postal, caro Marcelo. Tens uma ginjinha das antigas à tua espera nas instalações da Tecnoforma. E em nome dos valores da família e do Natal exorto-te, caro Marcelo, que não digas como Cristo no final da Última Ceia: "Pai, afasta de mim esse cálice".
Fico pois, à espera das tuas sábias e doutas palavras sobre a qualidade da ginja. De preferência antes dos Reis Magos chegarem.
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