Publicado por: OvarNews 7 Dezembro, 2017 Deixe um comentário
Trabalhadores da empresa Sorgal, unidade de rações em Ovar do grupo Soja de Portugal, manifestaram-se hoje à porta da empresa no âmbito de uma greve pela actualização dos salários, que dizem sem aumentos há 10 anos.
A paragem laboral teve início esta quarta-feira às 22 horas, abrange os três turnos da produção, prolonga-se até às 23:59 de hoje e, segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do Norte (STIANOR), está a registar uma adesão de 95% entre a força laboral da empresa – que contará, em Ovar, com um total de cerca de 60 funcionários. Para exigirem a actualização dos salários, que dizem sem aumentos há 10 anos, os trabalhadores da Sorgal, em Ovar, estiveram em greve.
“Estamos há 10 anos sem aumentos salariais e a ser nivelados pelo salário mínimo nacional, quando antes estávamos bem acima disso”, declarou o dirigente sindical Alfredo Teixeira, que é funcionário da unidade em greve, à Lusa. “A empresa tem dinheiro e está bem, mas prefere fazer festas de Natal em que paga a artistas de renome para lá irem quando devia é remunerar-nos a nós melhor”, defendeu esse responsável, para aprovação geral dos colegas que o rodeavam. José Lapa, que também é dirigente do STIANOR, mas não exerce funções na unidade, afirmou que “o objectivo da Sorgal é deixar caducar o contrato colectivo de trabalho”, porque “não há nenhuma negociação de jeito a decorrer”. “A administração anda a protelar o encontro para analisar as reivindicações dos trabalhadores e, com isso, quer arranjar forma de não actualizar o salário a ninguém”, acrescentou.
O aumento agora reclamado pelos grevistas é de 10%, valor que o sindicato reconhece como “diferente do habitual”, mas atribui à necessidade de “compensar os trabalhadores por 10 anos sem nenhuma melhoria nas suas remunerações”. Além disso, “este trabalho é penoso e um bocado complicado, e muitas pessoas foram saindo da unidade ao longo dos anos sem que se repusessem esses postos laborais”, pelo que “a empresa tem que começar a assumir as suas responsabilidades”. Já quanto à situação financeira da Sorgal, para avaliar se esse aumento salarial será possível, vários trabalhadores garantiram que “é boa” e que a unidade de Ovar “está muito bem”. “De segunda a sexta-feira a fábrica trabalha 24 horas por dia e estamos sempre a fazer horas extraordinárias para conseguir responder a todos os pedidos”, fundamenta Alfredo Teixeira.“A seca deste ano também serviu para aumentar o volume das vendas de rações”, salienta.
Contactada pela Lusa, a Sorgal – Sociedade de Óleos e Rações S.A. não tinha nenhum membro da administração disponível para comentar o assunto. A empresa produz rações para animais de criação, animais de estimação, peixes, aves e caracóis. Integra o grupo mais vasto da Soja Portugal, que, além da empresa homónima e da Sorgal, inclui ainda a Avicasal, Savinor, Granja Avícola de S. Tiago, Sociedade Avícola do Freixo e SPA, detendo as marcas Sojagado, Pronuti e Aquasoja.
Nota de Álvaro Teixeira:
Desde que este grupo de empresas foi comprado na Bolsa, numa OPA hostil, por um Fundo Predador (Luxpar), os direitos dos trabalhadores foram espezinhados, só se passou a ver dinheiro, as rescisões, por mútuo acordo, ludibriam-se os trabalhadores com 2.500 Euros, ficando o maior bolo das indemnizações, para o famigerado "saco azul", entre muitas outras atrocidades como o despedimento colectivo muito mal explicado e aceite. Conheço todos os autores desta "façanha", mas por ocuparem grandes cargos políticos ou económicos abstenho-me de pronunciar os seus nomes.
Força, trabalhadores da Sorgal. Estou e estarei, sempre, do vosso lado. Coragem!!!
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