Translate

sábado, 2 de dezembro de 2017

um impensável triunfo

por rui a.

e741fbd83d43aceec6cf1b8e77517171-783x450«Um dia, o teu lugar será meu!»

Mário Centeno faz-me lembrar um herói saído das páginas de Tom Sharpe, o melhor humorista inglês do século XX: sem a plena consciência dos sarilhos em que se mete, utilizando meios quase sempre insensatos, acaba invariavelmente por triunfar e obter resultados que nem ele imaginava possíveis nos seus sonhos mais abençoados.

Pois bem, se Centeno for, na próxima segunda-feira, eleito presidente do Eurogrupo, a minha teoria sairá reforçada. Na verdade, quem julgaria possível que um ministro de um governo apoiado por dois partidos que querem o fim do euro pudesse alcançar o mais alto posto da governança desse instrumento económico e financeiro? E quem suporia alguma vez possível que a Alemanha de Merkel lhe desse o apoio?

Seja qual for a opinião que se tenha do governo de António Costa, há que convir - e digo-o, agora, sem ponta de ironia - que fazer de Centeno presidente do Eurogrupo será, a confirmar-se, um feito politicamente notável. Mas isso deixará ao governo da geringonça aquela que poderá vir a ser a sua fatalidade: como poderão o Bloco e o PC continuar a apoiar um governo em que o ministro das finanças passará a ser o inevitável rosto da austeridade europeia? Não pode durar muito tempo: ou salta o Centeno do governo, ou saltam o Bloco e o PC.

Sem comentários:

Enviar um comentário