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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

A vida às cores

Ricardo Marques

RICARDO MARQUES

JORNALISTA

12 de Janeiro de 2018


De que cor é este Expresso Curto? Negro como as letras que está a ler? Ou branco como o fundo em que elas aparecem? Talvez cinzento, como vai estar o dia?

Começa em tons de laranja, ou não terminasse a corrida à liderança no PSD. É certo que não há nenhum debate marcado - Santana dá uma entrevistaà Rádio Renascença e ao Público - mas os dois que querem o mesmo, e se tratam por tu, já mostraram que não precisam de marcação para discordar. E, bola para cá bola para lá, é quase certo que o assunto diretas esteja por todo o lado.

Ontem estiveram na rádio à conversa e não passaram ao lado das declarações de Miguel Relvas (uma pitada de verde, aqui).Encontra aqui um resumo do combate / embate / debate. Aproveite a embalagem e siga para a análise ao encontro televisivo de anteontem.

A nação laranja vota amanhã e quando chegar odomingo só um deles estará nas notícias de corpo inteiro e a cores. O outro remeter-se-á provavelmente ao mundo preto e branco a que gostamos de chamar “longe das luzes da ribalta”. É para lá que também parece caminhar Pedro Passos Coelho - o ainda líder do PSD anunciou que vai renunciar ao mandato de deputado e deixar o Parlamento em fevereiro.

Há sondagens mais favoráveis a Santana Lopes e outras bastante mais simpáticas para Rui Rio. Há 70 mil militantes em condições de votar - no início de dezembro, como notou ontem Pacheco Pereira na Quadratura do Circulo, na SIC Notícias, eram muito menos.

A revelação maior de Pacheco Pereira (que esta semana fala da sua biblioteca / arquivo / estação documental na revista E, do Expresso), porém, foi contar que em 2011 Santana o desafiou a criar um partido rival do PSD, que considerava morto. Encontraram-se num hotel na Lapa. Santana já disse que não é verdade. A discussão prossegue dentro de momentos.

Esta noite, Rui Rio fecha a campanha em Vila Nova de Gaia. Pedro Santana Lopes almoça em Lamego, vai ao fim da tarde a Viseu e acaba a jantar na Maia. Além de tudo o resto, e o que vão fazer se o PSD perder as eleições para um PS minoritário, haverá ainda no fim do caminho 20 quilómetros a separá-los… Não faltarão notícias sobre os repastos, mas aposto que ninguém lhe vai falar de Miguel Pereira.

Sabe quem é? Pois. Só que é impossível perceber Rio Santana sem perceber quem é Miguel Pereira - e é também para isso que serve o Expresso Curto. De outro modo, como poderia saber que se trata de uma cidade, com cerca de 25 mil pessoas, baptizada com o nome de um médico (Miguel Pereira, 1871-1918), neto de agricultores, que lutou pelo saneamento básico no Brasil. Mas acima de tudo, falar de Miguel Pereira é falar do Rio Santana, das suas águas transparentes e geladas.

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