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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Entre as brumas da memória


Dica (698)

Posted: 17 Jan 2018 01:44 PM PST

Philip Roth: “Ninguna de las conductas más extremas que han salido en los periódicos me sorprende”

«El autor analiza el movimiento #MeToo, la presidencia de Donald Trump y su retirada de la escritura en una entrevista con 'The New York Times'.»

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17.01.1944 – Françoise Hardy

Posted: 17 Jan 2018 09:10 AM PST

Françoise Hardy faz hoje 74 anos. Em 20015, em luta contra um cancro, anunciou que tinha posto fim à carreira. Mas venceu o dito cancro e não passou de mais um hoax uma notícia que circulou esta semana anunciando a sua morte. Pelo contrário, está bem viva e leio hoje que trabalha num novo álbum com doze canções, que, diz ela,  «parle de choses en rapport avec mon âge». Nada mal!

Seja como for, quando desaparecer, nós, «les garçons et les filles de son âge», ficaremos para sempre a dever-lhe memórias de ternura e de inocência. Voltar a ouvi-la, nos seus primeiros tempos, devolve-nos uma ingenuidade que parece hoje irreal, quase impossível que alguma vez tenha existido.

Do seu álbum de 2012:
E, inevitavelmente, o início de tudo (1962), a canção ícone que ficou para sempre, com letra e música de sua autoria:
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Mas que país é este?

Posted: 17 Jan 2018 07:27 AM PST

Ninguém me contou, isto está mesmo na página do Facebook da PSP:

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Toca a vender a alma ao diabo

Posted: 17 Jan 2018 03:31 AM PST

«A recomendação é de Ferreira Leite para o presidente-eleito Rui Rio e já deu que falar: desunhe-se, se preciso for venda a alma ao diabo para correr com a esquerda do estribo do gabinete do Dr. Costa, se não mesmo da sua mesa, sabe-se lá onde essa gente se instalou. A bem dizer, Rio já tinha dito isso, sem ter que invocar o inconveniente diabo, que tem entre os laranjas a má fama de nunca chegar a horas. A tomar por certo o que correu o risco de anunciar durante a sua campanha, o objetivo de Rio é mesmo esse. Perdendo dentro de dois anos, vai já adiantando que a moral e os bons costumes recomendam que dê uma mão ao estouvado do Dr. Costa para o aliviar das más influências.

PUB Imagino os sorrisos de auto-condescendência no Bloco e no PCP. Afinal de contas, se o intuito da direita ao renovar-se é condensar a sua política no objectivo estratégico de se aliar ao PS no temor de que, preso a acordos com a esquerda, aquele partido amanse os seus compromissos europeus e outros avulsos, a começar pelo patronato que ama as leis laborais troikistas e pelos interesses que estremecem quando se fazem contas às rendas, então as esquerdas não poderiam exibir melhor certificado de competência e vitória. Nunca a esquerda foi tão evidentemente definida como o eixo da política pela direita. É aliás cândido que Rio tenha feito dessa subserviência ao PS um mote de campanha, e é não menos arrebatador que os incentivos que recebe, já de vitória no bolso, lhe peçam que não saia dessa sua linha de rumo.

Claro que para o PSD isso é suicidário. Votem-em-mim-para-eu-apoiar-o-PS é uma frivolidade, para os eleitores mais crédulos mais vale então votar no PS. Isso já se verificou em minúscula escala na última eleição, noutro quadrante, e não deixa de ser curioso que o PSD, à direita, acredite que se reforça com uma política que anuncia o seu próprio fracasso como alternativa. Mas é assim mesmo e a realidade impõe-se contra os cálculos: para a direita económica, o único desígnio presente é dar a maioria absoluta ao PS, sozinho ou em bloco central, na esperança de o trazer ao redil da saudosa tradição liberal, os mercados a tomarem conta da segurança social e da saúde, já para não esquecer os transportes de Lisboa e Porto que estavam prometidos a quem de direito. O conforto de alma, o fim de sobressaltos e da incerteza sobre a relação de forças, que os ministros são tão volúveis, tudo advoga esse bloco central, para uma direita que prefere perder por cem a perder por mil.

Acresce que esta linha diabista tem muitos entusiastas. Para a esquerda, é o cenário de sonho: a haver incerteza sobre se o PS se alia a Rio, nem é preciso fazer campanha sobre a necessidade de uma posição forte para que Portugal não retorne à pasmaceira da austeridade. Para o PS também não é mau, os que acham que o bloco central é uma segunda pele ficam aliviados e os que acham que o PSD deve ser reduzido a uma periferia política ficam animados. Para o CDS, interessante, fica com algum espaço, mesmo se a catadura de Rio lhe pode ganhar alguma “classe média”.

Fica um problema, que não é de somenos. Tal estratégia tem um preço de regime. O bloco central é uma coisa nos anos oitenta, saídos da revolução e com aflições constitucionais, e outra nos tempos de crise dos partidos quarentões. Assim, o único bloco central que os poderes económicos pretendem é mesmo a maioria absoluta do PS para que o tempo volte para trás. Tanto pior para as direitas.

Por isso, sem querer desmerecer a primazia do conselho de Ferreira Leite, repito com ela: Dr. Rio, venda mesmo a alma ao diabo, que nesse comércio espiritual é de aproveitar o momento em que a cotação vai alta. É a lei do mercado, percebe?»

Francisco Louçã

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