por rui a.
Há algum tempo que estava para escrever umas linhas sobre isto: o que se passa com o actual PP e o C's espanhóis pode bem ser uma repetição do que aconteceu, há mais de trinta anos, com a UCD - o então partido maioritário da direita espanhola, responsável por sucessivos governos e a que presidiu, por muitos anos, o mítico Adolfo Suarez - e a AP - o partido donde saiu o actual PP, liderado, nessa altura, por Manuel Fraga Iribarne, que não conseguia ganhar eleições. Percebendo isso mesmo, Fraga afastou-se da liderança, remeteu-se para a Galiza, onde ficou até morrer, e «deu» o seu lugar a um jovem que todos consideravam pouco carismático, que era presidente da Junta de Castela e Leão, chamado José Maria Aznar. Ao fim de sete anos, em 1996, o PP ganha as eleições, embora sem maioria absoluta, o que conseguiria nas legislativas do ano 2000. Por sua vez, a UCD já se tinha extinguido em 1983, ao fim de um longo calvário. Agora, com muitos anos de governo, escândalos diversos de corrupção e um líder cansado, apesar dos sucessos económicos do seu governo, parece que o eleitorado espanhol de direita quer coisas novas. Rajoy que se acautele. E António Costa que ponha os olhos nisto e perceba que, mesmo com a economia a andar bem, em democracia não há governos eternos.
Sem comentários:
Enviar um comentário