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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

“Reinvenção” e “confiança”: as reações dos partidos à mensagem do Presidente

PRESIDENTE MARCELO

EM ATUALIZAÇÃO

O PSD subscreveu o apelo do Presidente da República para a “reinvenção do país”. Já o PCP afirmou que “tem muita confiança” nos trabalhadores e “na sua capacidade de lutar e transformar”.

RUI OCHÔA/LUSA

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O secretário-geral do PSD, Matos Rosa, subscreveu esta segunda feira o apelo do Presidente da República para a “reinvenção do país” em 2018, considerando que “foi inegável que o Estado falhou às pessoas”.

Já o PCP afirmou que “tem muita confiança” nos trabalhadores e “na sua capacidade de lutar e transformar” e reiterou a necessidade “de respostas imediatas” para todos os que foram atingidos pela tragédia dos incêndios no ano passado.

O BE concordou com Marcelo sobre a necessidade de Portugal se reinventar, percebendo em que medida o Estado falhou na questão dos incêndios, mas sublinhou a necessidade de consolidar o caminho económico percorrido.

PSD diz que foi inegável que o Estado falhou e subscreve apelo para a “reinvenção”

Numa declaração na sede do PSD, em Lisboa, José Matos Rosa considerou que o ano de 2017 “trouxe contradições” e que as “tragédias foram demasiado pesadas para que o balanço do ano seja positivo”.

Para o PSD, “foi inegável que o Estado falhou às pessoas”, o que exige “refletir sobre como o Estado, o Governo e a classe política podiam ter respondido melhor às necessidades do país”.

Na sua tradicional mensagem de Ano Novo, o Presidente da República defendeu que 2018 terá de ser o “ano da reinvenção” da confiança, advertindo que os portugueses precisam de ter a certeza de que, “nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham”.

“Reinvenção da confiança dos portugueses na sua segurança, que é mais do que estabilidade governativa, finanças sãs, crescente emprego, rendimentos. É ter a certeza de que, nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham nem se isentam de responsabilidades”, exigiu Marcelo Rebelo de Sousa.

José Matos Rosa considerou que “Portugal podia e devia estar melhor”, frisando que o ano começa com a certeza de que “a austeridade escondida e disfarçada tem afetado áreas essenciais” como a saúde e a educação.

Na avaliação do PSD, o governo PS “não sabe o que quer para Portugal” e não está disponível para a “reinvenção” que o Presidente da República pediu, considerando que prova disso foram as opções inscritas no Orçamento do Estado para 2018.

“Esperamos que, em 2018, o governo socialista arrepie caminho quanto ao seu eleitoralismo. Os portugueses merecem mais do que a gestão para o imediato”, defendeu.

PCP “tem muita confiança” nos trabalhadores e “na sua capacidade de lutar e transformar”

Num comentário à mensagem do chefe de Estado, Dias Coelho, membro da comissão política do comité central, destacou dois pontos.

O primeiro “sobre a tragédia que assolou o país, para manifestar de novo a solidariedade do PCP para com as pessoas atingidas, mas também para dizer que há causas e causadores e que as causas decorrem de décadas de políticas de abandono do interior, de abandono da floresta”, afirmou, sublinhando “a necessidade de respostas imediatas para todos aqueles que foram atingidos pelas tragédias”.

Dias Coelho apontou que “também que são precisas medidas de fundo, políticas de fundo que alterem aquilo que ocorreu durante essas décadas”.

“O PCP tem muita confiança, confiança nos trabalhadores, confiança no povo, confiança na sua capacidade de lutar e de transformar”, sublinhou

Dias Coelho referiu ainda “o caminho que tem sido seguido de reposição de direitos, de reposição de rendimentos, a necessidade de dar resposta aos problemas, designadamente do emprego, do aumento dos salários, da produção nacional, mas também das políticas sociais, no que diz respeito à saúde, à educação, à segurança social, à justiça, havendo mais médicos, mais enfermeiros, mais pessoal auxiliar nos hospitais, nas escolas, mais professores, com estabilidade de emprego, políticas que respondam às necessidades dos trabalhadores e do povo português”.

BE concorda com reinvenção do país mas adverte para necessidade de consolidar economia

“No que diz respeito, estritamente, à questão dos incêndios, é necessário perceber onde é que o Estado falhou. E o Estado falhou. É preciso retirar lições, não apenas pondo em prática aquelas que foram as leis aprovadas para o ordenamento do território e da floresta, mas também investir a sério no interior, investir a sério na proteção civil. Aí, creio, que poderemos estar a falar de um cenário de reinvenção”, disse esta segunda feira a eurodeputada do BE Marisa Matias.

A antiga candidata a Presidente pelo Bloco, que falava na sede do partido, em Lisboa, reagia assim à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Pagámos uma fatura muito cara, muitas pessoas perderam a vida, a suas propriedades e os seus rendimentos e isso exige uma certa dose de reinvenção. Quanto mais não seja, no sentido de tentar voltar a colocar os serviços públicos de onde eles nunca deveriam ter saído”, disse a dirigente bloquista.

Marisa Matias reiterou que o Bloco considera que Portugal desmantelou a rede de serviços públicos e “os incêndios mostraram, da forma mais dolorosa, a falta que esses serviços públicos fizeram”.

“Mas, creio que há outra palavra para o próximo ano, não é apenas a reinvenção, que é a consolidação. A consolidação do caminho económico e social que está a ser feito, mas que falta ainda chegar a tanta gente (…). Estamos num país de salários baixos, de pensões baixas, em que é preciso investir nos serviços públicos. Um país com muita precariedade, muita pobreza, muita desigualdade, por isso é preciso consolidar o caminho que está a ser feito”, salientou Marisa Matias.

A eurodeputada do BE disse ainda que a análise de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o percurso económico percorrido por Portugal no último ano “é uma analise correta”.

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