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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

REPENSAR A PRESIDÊNCIA?

por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 19/01/2018)

marcelo_caricatura

Há já uns largos dias escrevi na minha página no Facebook que doravante deixaria de escrever acerca dos casos e casinhos que vão alimentando, com a ajuda solícita e pronta dos jornais e das televisões, a nossa Direita.

Que não daria mais para esse peditório e, por isso, mas não só por isso, fiz um pequeno hiato no meu hábito de escrever pois que, como já não escrevo mais por tudo e por nada, como os profissionais que disso vivem, me passou a faltar assunto.

Assunto de reflexão que até surgiu no final do ano no discurso de Marcelo, em que aquela sua frase é preciso reinventar a confiança me fez pensar e logo escrevi um rascunho de texto que intitulei precisamente de “ REINVENTAR A CONFIANÇA”.

Mas, à face de ulteriores acontecimentos ocorridos desde o início de ano, vi-me forçado a também eu reinventar o texto e, mais ainda, o seu título. Porquê? A seguir verão…

O discurso e a frase foram proferidos pelo Sr. Presidente da República, o “General” Marcelo de Sousa, o mais alto dignitário da Nação e, portanto, seu Chefe de Estado e principal responsável. Mas, Chefe de Estado, disse eu? Pois deveria sê-lo. Mas, quando as coisas correm bem e daí obtém louros, ele é-o. Mas, ao mesmo tempo, quando correm mal, deixa de o ser. Aí nada mais faz do que enjeitar responsabilidades…

É que durante deste controverso ano de 2017, como principal figura do Estado e seu principal responsável, confirmamos que só às vezes o foi. Naquelas questões a que a imprensa se fartou de afirmar serem “falhas do Estado”, aí ele já não constava como o seu mais alto dignitário remetendo, tal como toda a imprensa, a total responsabilidade para o Governo! Aí o Governo passava a ser o Estado…

E daí resulta do seu discurso que o País terá perdido a confiança nas suas Instituições e mais concretamente no seu Governo pelo que, no seu douto raciocínio, seria preciso “reinventar” essa mesma confiança.

Pelo que, sendo preciso que o País retome a confiança no seu Governo, ele terá que mudar. Isto é, terá que demitir esta maioria e eleger uma outra de Direita. Mais claro não pode ser. Mas ele está fora disso, pois nele, pensa ele, o País confia. Circunstancialmente até pode ainda confiar, mas nesta Direita, confiará mesmo?

Mas esta estratégia, que pretendia ser obscura, é bem clara. Até pode não ter sido combinada com a Direita, e mais propriamente com seu Partido, e daí as preocupações da Cristas, mas foi por ele sempre seguida.

Primeiro foi testar o Governo, impondo metas que o seu Partido achava impossíveis de alcançar. Assim o fez, mas falhou! Segundo, impondo consensos que tinha por  impossíveis e novamente falhou porque a maioria se manteve estável! Terceiro, jogando tudo no resultado das Autárquicas, onde rotundamente falhou e, quando no início afirmou que as Autárquicas seriam o seu barómetro, engoliu em seco e foi forçado a admitir que, afinal, a maioria era mesmo estável!

E chegaram os incêndios! O alfa e o ómega da sua montra e visibilidade. Fez de bonzinho e desfez-se em beijos e abraços. O Povo gosta? Claro que gosta! Mas que foi ele mais que isso? Capelão, apenas Capelão! O protector das almas, do conforto das almas e do “tenha paciência”. E também dos “culpados não ficarão impunes”! O Governo, claro está!

Mas, para mal dos seus pecados, não foi e o resultado das Autárquicas comprovou-o. E porquê? Porque o Povo, que conhece a Natureza como ele nunca conhecerá, reconheceu nessa mesma implacável Natureza, ultrajada durante dezenas e dezenas de anos, a principal responsável e dizia: “Não havia nada a fazer…”.

É que ele, velho intérprete das mais diversas traquinices, velho inventor de factos políticos, das mais diversas urdidelas e das mais que sabidas “vichissoises”, sob todos as suas capas e mantos, em tudo mudou e tornou a mudar, menos numa coisa: na sua matriz! Uma matriz que vem do seu berço, de uma linhagem que transitou do anterior regime: a sua Matriz de Direita. De uma Direita vetusta e reaccionária que, aceitando a Democracia, nunca aceitará que ela seja protagonizada pelas ESQUERDAS!

Mas factos são factos e por muito que reclame uma reinvenção da confiança do Povo no seu Estado, quer dizer Governo, os factos teimam em traí-lo. Na sua estratégia e na estratégia angustiada dos seus pares.

Porque, como também é bem patente, ISTO MUDOU! E tanto mudou que o nosso “Marechal” anda calado! Parece ter, ainda por cima, apostado no cavalo errado (Santana)! A estratégia falhou e agora o que se diz ser na política caseira premente é repensar a Direita. Uma Direita que, perante os sucessos crescentes do tal Governo que requer “reinvenção da confiança”, ficou sem discurso.

A não ser o de desalojar as Esquerdas, nem que para isso necessitem de “vender a alma ao diabo”!

E que tal REPENSAR a sua PRESIDÊNCIA, senhor “Marechal” sem tropas?


PS.:

É mesmo verdade que o seu orçamento, o da Presidência, se mantém nos tais 16 milhões? Igual ao de Cavaco? Mas Cavaco tinha a Maria! O O Sr. Presidente não tem! O Cavaco tinha 38 assessores! O Sr. Presidente tem? Para quê se não lhe ensinam nada? E para quê um cozinheiro se o Sr. não come?

Que faz S.Exª a tanto dinheiro? Terão tido ao menos as vítimas dos incêndios, para lá dos beijos, dos abraços e dos afectos, algo de visível, quer dizer palpável, assim daquilo com que se compram os melões, está a ver? Será? Não me diga que não. É que, sabe, nós depois iremos informar-nos das contas da Presidência!

V. Exª gasta o dobro que a Corte Espanhola? Que venha é um Rei! Pois, esqueci-me: é que o Sr. Presidente, além de “Marechal” também é Rei. De uma rica Corte, olá se não é! Bolas…

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