por Cristina Miranda
A eutanásia é um pau de dois bicos. Se por um lado acode àqueles que foram condenados a sofrer o resto da vida acamados num hospital ou em casa, por outro abre as portas às mais perversas pessoas que "em nome do bem estar e dignidade", vão aliviando as contas públicas. Deixemo-nos de hipocrisias. Todos sabemos que o Estado não é pessoa de bem. Deveria ser. Mas não o é. Aproveita-se de todas as circunstâncias possíveis e inimagináveis para usar, enganar e tramar os mais fracos. Ou seja, o povoportuguês. Alguém duvida?
Comecemos. Quem é que paga a factura das irresponsabilidades políticas? Os políticos?Não! O povo. Quem é que vai preso se cometer alguma ilegalidade? Os colarinhos brancos corruptos ou os políticos? Não! O povo. Quem apesar de descontar a vida inteira durante décadas vê a idade de reforma a crescer e depois recebe reformas miseráveis? O Estado e suas clientelas? Não! O povo. Quem tem lista de espera para consultas, cirurgias, internamentos? O Estado e clientelas outra vez? Não! O povo. Quem tem filhos no ensino público com falta de auxiliares, comida nojenta e frio? Não, não é as elites deste país são os do costume: O povo.
Mas se somos todos contribuintes, porque o Estado, indo contra o seu dever Constitucional, discrimina a população dividindo-a em dois tipos de cidadãos: os de 1ª e os de 2ª? Eu respondo: porque o Estado não é pessoa de bem. Não se preocupa minimamente com o bem estar dos seus cidadãos. Só mesmo de alguns. Como nas ditaduras, estão a ver? Aqueles que lhes garantirão o pote do poder o mais tempo possível. Os outros? Esses são para explorar e enganar até ao tutano.
Assim, não é por acaso que somos visto como o país mais corrupto do que a média europeia (veja aqui). Sem qualquer escrúpulos, os salteadores do poder rodam entre si - num circuito fechado que fingem ser democrático - o poder, que distribuem conforme as suas conveniências. Como estamos agora a presenciar, todos os partidos têm rabos de palha por terem comido na mesma gamela. São inúmeros os casos. E depois, claro, quando é preciso agir contra esta escumalha, poucos têm coragem de lhes fazer frente. Não há oposição. E quando surge alguém disposto a mudar isso, "é corrido". Porque acham que TODOS estiveram unidos para que PPC se retirasse? Porque TODOS querem a substituição da Procuradora Geral da República actual? Simples: ninguém quer gente em cargos de poder que faz limpeza aos corruptos.
Somos uma espécie de Venezuela que só não caiu de vez na desgraça da fome e miséria porque está ainda atrelada à UE. Mas mesmo assim vai fazendo grandes estragos na sociedade portuguesa deixando a população vulnerável completamente atirada ao abandono. Daí termos entrado no top dos países que mais mal trata os seus idosos. E querem mesmo assim que acreditemos que a legalização da eutanásia não tem segundas intenções? Querem melhor solução para os idosos amontoados em macas nas urgências? Badamerda!
Analisando os países que já introduziram a eutanásia verificamos que as pessoas morrem sem serem a pedido delas, como aqui é relatado neste artigo: “O problema maior é que toda a eutanásia pressupõe que a pessoa pede para ser morta, mas isso não acontece na Holanda e na Bélgica: uma grande parte dos eutanasiados nunca pediram, são mortos por decisão de familiares, de médicos e de enfermeiros”, denuncia Walter Osswald." Ou seja, se é assim na prática com países melhor governados que nós, com um Estado pressupostamente mais responsável, como podemos nós confiar no nosso que é CORRUPTO até dizer chega?
Se em Portugal até crianças de gente pobre são LEGALMENTE entregues à IURD (o escândalo do século) como o denunciou e bem Alexandra Borges, jornalista da TVI, como podemos nós garantir que nossos idosos mais pobres e abandonados pelos filhos não sejam "despachados" para poupar o erário público que tanto precisa de dinheiro para continuar a sustentar os corruptos?
Sem uma limpeza dos vermes que ocupam o Parlamento. Sem uma mudança cultural drástica e profunda que nos transforme nos "Japoneses da Europa" cuja cultura é ímpar no respeito pelas pessoas, a eutanásia não pode em circunstância alguma ser autorizada.
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