por estatuadesal
(In Blog O Jumento, 26/02/2018)
Rui Rio decidiu brincar aos governos e empossar-se como primeiro-ministro de faz de conta para se entreter até às próximas legislativas, vai dar posse ao seu governo sombra. Já só falta perceber se os encontros semanais que parece ter com o Presidente são já na categoria de primeiro-ministro ensombrado ou ainda na qualidade de líder da oposição desastrado. Em relação ao local da posse e para evitar conflitos institucionais não deverá ser em Belém, tendo em conta a decisão de descentralizar a sede do PSD, é bem possível que o Marcado do Bulhão seja temporariamente arvorado em Belém do Norte.
Uma coisa é certa, Rui Rio parece estar a imitar António Costa e decidiu ter a sua própria Geringonça, já que depois do chumbo do Negrão como líder parlamentar, é óbvio que o governo-sombra nem vai ter maioria parlamentar dentro do grupo de deputados do PSD. Digamos que se no tempo de Passos Coelho tínhamos um devoto do diabo, agora as coisas evoluídas e com Rui Rio temos um líder do PSD ensombrado.
É caso para dizer que a escolha do líder parlamentar foi feita com base no nome, agora está tudo no escuro e o líder parlamentar que apoia um governo sombra só podia ser um Negrão.
Já que vamos brincar aos parlamentos e às geringonças Rui Rio poderia ensaiar uma velha proposta que fez em tempos, substituindo os deputados que votaram em branco no Negrão por cadeiras vazias, ficando sentados apenas o que votaram no nulo do Negrão. Até poderia aplicar as suas velhas ideias sobre votos nulos e no lugar dos deputados que votaram nulo poderia colocar cadeiras partidas, distinguindo-as desta forma das cadeiras dos brancos.
Passaríamos a ter um parlamento sombra onde a geringonça do Rio seria apoiada pelos deputados negrões, uma minoria ensombrada por tantos ministros na oposição que até parece que o verdadeiro governo sombra não vai ser o por si empossado, mas pelos ex-ministros de Passos Coelho que estão no parlamento para ajeitar o ordenado ou até arranjarem melhor emprego.
Resta agora saber com quem se aliaria Rui Rio para viabilizar a sua própria geringonça. Para já parece estar a perder em relação a António Costa, o primeiro-ministro sentado no setor do sol desta tourada política conseguiu o que todos pensavam impossível, trazer o PCP para uma aliança de apoio parlamentar a um governo. Em contrapartida, Rui Rio saiu de um congresso com o partido unido e duas semanas depois não conseguiu unir sequer metade do seu próprio parlamento sombra. Aliás, Rui Rio uniu o partido juntando os seus aos do Santana que afinal não passavam de sobras de apoiantes de Passos.
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