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sábado, 3 de março de 2018

Em Lisboa não se morre

por helenafmatos

Sempre que se coloca a possibilidade de se construírem capelas funerárias temos polémica e invariavelmente nessa polémica surge o argumento do trauma das crianças. Agora é em Telheiras. Já foi em Alvalade... Enfim em Lisboa não se morre. Ou pelo menos não se morre em alguns locais porque naqueles em que já existem capelas mortuárias estas e os seus mortos convivem sem problema algum com escolas, cafés, paragens de autocarros, lojas de roupa, padarias, jardins de infãncia cheios de vivos.

Estou em crer que para as criancinhas não se traumatizarem o melhor será doravante e para o futuro ninguém morrer assim de forma desregulada quando calha. As pessoas depois da intervenção da morte assistida  - ou derradeira liberdade como lhe chama uma daquelas manas cujo pai segundo elas fazia atentados a brincar e nessa por assim dizer brincadeira proporcionou ele e os seus amigos morte assistida por bala a um pobre que teve o azar de se cruzar entre o referido paizinho + amigos e respectivos intentos. Mas deixando de lado esta ditosa família voltemos às vantagens  de uma nova política para a morte:  depois de devidamente assistidos somos de imediato reduzidos a cinzas e pronta e higienicamente empacotados e minimizados. Depois nesse discreto preparo lá se fará a passagem do embrulho para a família que coitadinha a par das criancinhas é poupada ao trauma da morte.

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