14.03.1975 – «O dia em que o capitalismo se afundou» (M.Soares dixit)
Posted: 14 Mar 2018 11:32 AM PDT
As semanas que se seguiram ao 11 de Março de 1975 foram naturalmente ricas em acontecimentos e convulsões. Três dias depois, no dia 14, para além de ser criado o Conselho da Revolução, deu-se a nacionalização da Banca e dos Seguros.
Da imprensa da época:
«As nacionalizações são saudadas à esquerda e não são contrariadas à direita. O PPD apoio-as, aliás, embora previna que “substituir um capitalismo liberal por um capitalismo de Estado não resolve as contradições com que se debate hoje a sociedade portuguesa”.
Mário Soares mostra-se mais expansivo. Eufórico mesmo, considerando aquele “um dia histórico, em que o capitalismo se afundou”. Dirá, a propósito o líder socialista, num comício: “A nacionalização da banca, que por sua vez detém (...) a maior parte das acções das empresas portuguesas e, ao mesmo tempo, a fuga e prisão dos chefes das nove grandes famílias que dominavam Portugal, indicam de uma maneira muito clara que se está a caminho de se criar uma sociedade nova em Portugal”.» (Realce meu)
(Adelino Gomes e José Pedro Castanheira, Os dias loucos do PREC, edições Expresso / Público, 2006, p. 28.)
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Posted: 14 Mar 2018 07:16 AM PDT
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Posted: 14 Mar 2018 03:14 AM PDT
«É bom que acreditemos que os actuais dirigentes do PSD são devotos fãs de livros e filmes de ficção científica. Isso permitiria que acreditássemos que eles têm uma visão de futuro e não vivem fechados numa câmera de eco do passado.
Os últimos dias do PSD têm-se assemelhado à tentativa de realização de uma versão de série B do célebre filme de Stanley Kubrick, baseado na obra de Arthur C. Clarke, "2001, Odisseia no Espaço". A produção de Rui Rio e dos seus mais dedicados colegas tem origem nas mesmas perplexidades: existirá vida fora da Terra? Como reagiremos quando confrontados com algo que nos transcende? Teremos capacidade de compreender a realidade? O argumento da comédia rock espacial já tem argumento, e foi desvendado por um dirigente do PSD no Expresso: o objectivo da nova liderança é ganhar as autárquicas de 2021 e, depois, as legislativas de 2023. Se o PSD perder as várias eleições de 2019, não há drama. Perdão? Acreditando que a direcção do PSD não está neste momento a recriar uma comunidade hippie da década de 1960, podemos questionar-nos: acham os dirigentes do PSD que os seus militantes vão estar à espera de 2021 por uma vitória? É a mesma coisa que um dirigente do FC Porto, Benfica ou Sporting chegar junto dos adeptos e dizer-lhes: o nosso objectivo é ganhar o campeonato em 2021. Seria corrido com uma vaia e o arremesso de tomates.
O objectivo de um partido de poder, como é o PSD, é estar em S. Bento. Agora, amanhã, em 2019. Ou pelo menos acreditar nisso. De outra forma o melhor é procurar alternativas. Assunção Cristas tem uma nave espacial aberta a recolher náufragos espaciais. Como se não bastasse este delírio psicadélico, elaborado ao som do notável "White Rabbit" dos Jefferson Airplaine, o PSD de Rui Rio vai fazendo parte do universo ficcional de "Alice no País das Maravilhas". Nada que choque. O caso do secretário-geral Feliciano Barreiras Duarte como "visiting scholar" de Universidade de Berkeley já não espanta. Foi ali o quartel-general do movimento hippie nos anos 60.»
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Posted: 13 Mar 2018 03:07 PM PDT
A primeira directora da CIA tem historial negro de tortura.
«Haspel passou grande parte da sua carreira da CIA como agente clandestina e foi nesse papel que, entre 2002 e 2005, supervisionou um programa ultra-secreto da agência que sujeitou dezenas de suspeitos de terrorismo a interrogatórios que a revista New Yorker descrevia, num artigo do ano passado, como “selvagens”.
Como noticiou, também no ano passado, o The New York Times, Haspel liderou o primeiro local de detenção da CIA no âmbito deste programa no estrangeiro (um “black site”). Foi na Tailândia, e, nesse local, dois suspeitos de terrorismo, os sauditas Abu Zubaydah e Abd al-Rahim al-Nashiri, ainda hoje presos em Guantánamo, foram brutalmente torturados. Por exemplo, foi-lhes aplicado o chamado waterboarding (ou afogamento simulado). Abu Zubaydah, foi sujeito a essa tortura 83 vezes num mês e a sua cabeça foi repetidamente lançada contra a parede, entre outras agressões, até que foi concluído que o suspeito não tinha informações úteis a oferecer.»
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