Novo artigo em BLASFÉMIAS
por vitorcunha
Iniciamos a manhã com o anúncio da morte do tenente-coronel Arnaud Beltrame, o policia que substituiu uma refém no sequestro terrorista de Carcassonne de ontem. Os epitáfios dirão que foi um herói, o que só indica o estado decrépito da ética europeia: o homem cumpriu a sua função, executou o seu trabalho com zelo, dedicação e perdeu a vida, como a um militar compete, por inerência da sua função, não por heroísmo.
Ouve-se constantemente que o bombeiro Sicrano e o polícia Beltrano foram heróis após se colocarem em situação de perigo. Já os que foram mandados para o Ultramar são uns bandidos para a esquerda pensante (adoro oxímoros).
Só um mundo asfixiado na sua própria banha de confortavelmente infantilizado poderia achar que lidar com a sujidade, com tudo o que é feio, com a ameaça à paz, com a revolução, é um acto de heroísmo. Não é: é uma necessidade. Tratar o tenente-coronel como herói é desrespeitar o que estes homens representam, porque não representam heroísmo, representam a obrigação que têm para com os outros, os seus compatriotas e os seus companheiros, os que sobrevivem para escreverem romances de Facebook.
Mais respeito, se faz favor.
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