MARTA CERQUEIRA
04/03/2018 20:28
O mau tempo não tem dado tréguas ao país e parece que veio para ficar. Só no Algarve, a Proteção Civil registou mais de 50 ocorrências.
Os últimos dias têm sido marcados por imagens de mau tempo. São aviões que não levantam da Madeira, um Portinho de Arrábida sem acessos, marginais cortadas, escolas encerradas e hoje, um Algarve varrido por um mini tornado.
Apesar da Proteção Civil ter categorizado o tornado como sendo de baixa intensidade, foi suficiente para provocar estragos e deixar em alerta a população.
Nas cidades de Faro e Olhão, houve registo de cortes de eletricidade e árvores caídas. O muro do estádio do Moncarapachense colapsou e caiu em cima de viaturas estacionadas no local. Na Estrada Nacional 2, vidros, telhas e painéis publicitários atingiram viaturas que foram forçadas a parar e há relatos de zonas que ficaram sem eletricidade e telecomunicações.
No shopping Fórum Algarve há registo de vidros partidos na zona da restauração e de cadeiras arrastadas pelo vento. Apesar do susto, que levou a que as pessoas se refugiassem dentro de lojas, não houve registo de feridos e o shopping continuou aberto, ainda que com algumas zonas interditas.
Ao final da tarde de ontem o presidente da camara de Faro deu conta ainda de que o tornado desalojou uma comunidade cigana de cem pessoas, que estavam numa das estradas de acesso à cidade. Além desta comunidade, cujo realojamento está a ser tratado pelos serviços de Ação Social da Câmara, há ainda a registar dois desalojados na freguesia do Montenegro – um casal que, entretanto, já foi realojado numa estalagem na Praia de Faro -, e uma mulher, que vai ficar instalada na casa de familiares.
Este é o segundo tornado a atingir a região esta semana. Na última quarta-feira, houve registos de pelo menos dez barcos virados, vidros de carros estilhaçados e uma esplanada destruída. O mau tempo obrigou ao encerramento de praticamente todas as barras marítimas.
De norte a sul E até nas ilhas. Aliás, na Madeira, o mau tempo fez com que oito mil passageiros ficassem retidos na ilha. Só no sábado, 58 voos, entre chegadas e partidas, foram cancelados devido ao vento forte que ultrapassaram muitas vezes os cem quilómetros/hora. Ontem, o movimento do aeroporto voltou à normalidade, mas devido à quantidade de pessoas acima da prevista para sair da ilha, há quem esteja há mais de uma semana à espera de oportunidade para voar.
No continente, a Proteção Civil registou 28 ocorrências na madrugada de ontem, com os distritos de Coimbra e Lisboa a serem os mais afetados. Entre as ocorrências registadas estão quedas de árvores, deslizamentos de terra ou queda de estruturas (caso de quedas painéis informativos e postes).
Mau tempo continua O vento e chuva não vão dar tréguas. Para amanhã, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê vento, precipitação, por vezes em forma de granizo, e trovoada. A agitação marítima vai manter-se com ondas que podem atingir os cinco metros no litoral centro e sul do país.
Até sexta-feira a chuva será constante em quase todo o país e espera-se, mais para o final da semana, uma ligeira subida da temperatura. Até lá, a chuva prevista, pode ser neve acima do mil metros.
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