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domingo, 11 de março de 2018

Quo vadis, UE?

Ladrões de Bicicletas


Posted: 10 Mar 2018 12:08 PM PST

Ainda há quem pense que as reformas da Zona Euro que estão a ser negociadas são o caminho para dar futuro a esta zona de protectorados da Alemanha. Neste vídeo explicamos que, ao contrário do que os media dizem, a aplicação destas propostas (mesmo que apenas algumas) vai agravar as contradições existentes, apertando o colete de forças sobre as economias e os povos.
A política orçamental continua a ser diabolizada e o faz-de-conta-que-não-sabem que o orçamento do Estado é um resultado do funcionamento global da economia, não dependendo apenas do governo, continua a marcar todas as novas ideias sobre o controlo do défice por via do controle da despesa. Continua o obscurantismo que faz crer aos cidadãos que só pode haver investimento público financiado por impostos, quando o BCE todos os meses cria imenso dinheiro para manter as taxas de juro baixas, apesar de não conseguir alcançar o objectivo de uma inflação perto dos 2%. Não lhes ocorre que o relançamento sustentado de uma economia que esteve em recessão não pode ser feito apenas através da política monetária. Segundo a ortodoxia, evidentemente, a política orçamental é ineficaz.
Propõe-se também uma limpeza de toda a dívida pública do balanço dos bancos, fazendo depender o financiamento de qualquer défice público da emissão de obrigações com um estatuto de maior risco relativamente a um novo tipo de obrigações, a emitir pela UE, garantidas por uma carteira de obrigações dos vários Estados. Repare-se que não é o BCE, como prestamista de último recurso, que garantiria essas novas obrigações. Toda uma engenharia destinada a evitar que os alemães não fiquem assustados com o risco de o BCE monetarizar qualquer défice. E tudo o mais que se propõe é simplesmente trágico. Esta zona euro é mesmo uma aberração histórica.
Tudo o que poderia dar um retoque algo mais progressista à Zona Euro não faz parte das reformas propostas. Felizmente, as eleições em Itália deram o tiro de partida para a fase terminal deste projecto moribundo. Infelizmente, dado que a esquerda entregou a bandeira da luta contra o euro à direita, o fim deste projecto bárbaro será liderado pela direita. Tal como nos anos trinta do século passado, no continente europeu, a esquerda faz haraquiri. Triste.

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