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O stock de sardinha na costa portuguesa mais do que duplicou, para 120 mil toneladas, em 2017. A pesca de sardinha está proibida desde outubro.
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
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- Agência Lusa
O ‘stock’ de sardinha na costa portuguesa, cuja pesca está proibida desde outubro, mais do que duplicou para 120 mil toneladas em 2017, segundo os resultados do cruzeiro científico divulgados esta segunda-feira pela associação da pesca do Cerco.
Os resultados do cruzeiro científico realizado em dezembro pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) apontam para 120 mil toneladas de sardinha entre Caminha e o Cabo Espichel, um acréscimo de 110% face à biomassa que tinha sido avaliada em dezembro de 2016″ (57 mil toneladas), refere em comunicado a Associação das Organizações de Produtores da Pesca (ANOP) do Cerco.
Os dados foram divulgados na reunião de quarta-feira da Comissão de Acompanhamento da Sardinha, no Ministério do Mar.
Para a associação do setor, os resultados são “globalmente muito positivos” e “vêm ao encontro das medidas de gestão do ‘stock’ nos últimos quatro anos”, com reduções anuais de capturas abaixo das 15 mil toneladas, quando entre 2000 e 2010 eram superiores a 60 mil toneladas.
A ANOP Cerco acredita que os dados da evolução do ‘stock’ de sardinha a recolher pela investigação programada para abril “irão ser ainda mais positivos”, tendo em conta a paragem da pesca que se iniciou em outubro e que se estende até ao final de abril.
Se a evolução do ‘stock’ se confirmar em abril, a ANOP Cerco defende que a quota de pesca a propor para 2018 – 14.600 toneladas – deverá sofrer uma “ligeira melhoria”, uma vez que foi calculada em função das 146 mil toneladas de biomassa avaliadas para Portugal e Espanha.
No final de janeiro, a ministra do Mar alertou para o risco de a sardinha ficar sujeita a uma quota comunitária, caso Portugal e Espanha não façam uma gestão rigorosa dos volumes de captura da espécie. A pesca da sardinha está proibida desde outubro e vigora até abril, período durante o qual o Ministério do Mar paga aos pescadores para não trabalharem.
Um parecer científico do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), divulgado a 20 de outubro do ano passado, concluiu que a pesca da sardinha deveria ser proibida este ano, em Portugal e Espanha, face à redução acentuada do ‘stock’ na última década, que caiu de 106 mil toneladas em 2006 para 22 mil em 2016.
Já há dois anos, em 2016, o mesmo organismo científico recomendou uma paragem completa da pesca da sardinha em Portugal, durante um período mínimo de 15 anos, para que o ‘stock’ de sardinha regressasse a níveis considerados aceitáveis.
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