Translate

segunda-feira, 26 de março de 2018

Vem aí o Partido da Sofia Afonso Ferreira

Novo artigo em BLASFÉMIAS


  por Cristina Miranda

Portugal sempre esteve preso aos mesmos partidos durante décadas. Ora PS ora PSD com ou sem coligação com CDS, o certo é que tem sido sempre isto: vira o disco e toca o mesmo. Em resultado, o país andou estes anos todos a parecer um elástico, a esticar até quase falir com uns e  com outros a retomar um pouco a  forma no ano seguinte, sem nunca progredir senão em acumulação de dívidas, cada vez maiores, cada vez menos sustentáveis. Ou seja, uns a estragar, outros a remendar, mas nenhum a resolver verdadeiramente.

E isto tudo porque desde que nos livramos da ditadura este grupo - sempre os mesmos, composto de políticos pseudo-intelectuais - encontraram um meio de sobrevivência confortável à conta dos contribuintes onde inclusivamente "fabricaram" lugares para os familiares e amigos. Com favores distribuídos por todos os segmentos de actividade com o  intuito de perpetuar a estada no Parlamento, ficaram todos de rabo preso em negociatas que prejudicaram o erário público anos a fio. Daí o facto de nenhum deles tomar todas as medidas estruturais necessárias, quando chegam ao poder,  para endireitar o país.

Por isso é com agrado que vejo nascer novos partidos. Porque já o disse várias vezes, Portugal só muda quando alguém fora da política, dos vícios, da corrupção, do compadrio, dos favores, se meter à estrada e rasgue um caminho rumo a uma governação responsável e transparente totalmente dirigida à Nação, ou seja: NÓS!

Porque é na sociedade civil que está a chave para sair deste pântano. Porque é na sociedade civil onde estão aqueles que partiram as unhas a trabalhar para ter algo na vida. É na sociedade civil que estão as pessoas que sabem o quanto custa ganhar a vida a pulso e sem favores. É na sociedade civil que se aprende a ter resiliência, a lutar sem meios, a sobreviver a tudo para pôr pão na mesa. É na sociedade civil que estão os vencedores que não precisaram do Estado para ser alguém. Por isso, é na sociedade civil que está a melhor casta de futuros governantes.

Está mais do que provadíssimo que crescer profissionalmente na política e seguir directo para o Parlamento é a pior das opções para um país. O resultado de quatro décadas  não podia ser mais claro. Políticos que nunca fizeram nada na vida real não têm a noção real de nada sobre o país, logo não possuem a valiosa experiência que ensina no terreno. Nunca sofreram desilusões nem fracassos, nunca perderam nada, nunca tiveram de recomeçar, de se superar. Por isso, são uns inaptos para decidir sobre a vida dos portugueses. Porque é caindo e levantando várias vezes que se ganha estofo para as batalhas e sabedoria para as vencer.

Eu não sei se a Sofia vai estar à altura do desafio. Mas agrada-me e muito saber que uma mulher com costela do norte empunha um projecto liberal de direita - o Democracia XXI -  numa altura de crise ideológica partidária como nunca se viu no nosso país onde o PS é comunista, o PSD socialista, o BE a ajudar a governar à direita e o CDS a querer ser alternativa SOZINHO ao centro direita. Uma "salganhada" de todo o tamanho onde grande parte dos portugueses não se revê de todo.

É preciso, sim, criar uma alternativa séria à miscelânea que agora vivemos para resgatar aqueles abstencionistas - são quase 50% - que não acreditam na política actual por não se reverem nos malabarismos destes incompetentes. Aqueles também que mesmo votando, andam à toa a fazê-lo, não por convicção, mas por falta de alternativas.

Se for um projecto capaz de servir as pessoas com excelência e devolver a economia TODA à sociedade libertando-a das grilhetas do Estado actual incompetente,  castrador e devorador de impostos. Se for um projecto que estimule a criar em vez de estimular a parasitar. Se for um projecto que dê sempre voz aos cidadãos antes de tomar decisões fracturantes  como o deve ser numa democracia. Se for um projecto onde o Estado presta contas do que faz com os impostos e os utiliza somente na sociedade. Se for um projecto onde só se permite a permanência daqueles que cumprem com honra seu dever de servir a Nação, então temos gente.

Sem comentários:

Enviar um comentário