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sábado, 14 de abril de 2018

Começou a guerra contra as armas químicas. Síria está sob fogo

Tornaram-se reais as ameaças de Trump, que esta noite, juntamente com o Reino Unido e a França, protagonizaram um ataque conjunto contra o regime de Bashar Al Asad.

Começou a guerra contra as armas químicas. Síria está sob fogo

© Reuters

Notícias ao Minuto

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Tornaram-se reais, esta noite, as ameaças que o Estados Unidos já vinham protagonizando há vários dias, e que visavam a Síria.

Esta noite, EUA, Reino Unido e França lançaram uma ofensiva contra o Governo de Bashar Al Asad e que consistiu em três ataques contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.

O primeiro dos ataques, perto de Damasco, teve como objetivo um centro de investigação científica utilizada, segundo o chefe de Estado Maior Conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, para a "investigação, desenvolvimento, produção e testes de armas químicas e biológicas".

O segundo objetivo dos EUA e aliados europeus foi um depósito de armas químicas situado a oeste de Homs, que segundo Dunford armazenava as principais reservas de gás sarin nas mãos do governo de Asad.

Por último, os três países atacaram um outro armazém de armas químicas e um "importante centro de comandos", ambos situados perto do depósito de armas químicas a oeste de Homs.

Os ataques dos aviões foram feitos depois de se ter confirmado que aquela base militar era usada pelo regime de Assad "para guardar precursores de armas químicas que estavam a ser armazenados infringindo as obrigações da Síria pela Convenção de Armamento Químico".

O presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou ter ordenado as forças armadas a intervir na Síria, num ataque conjunto com o Reino Unido e os EUA. referindo que "não podemos tolerar a banalização do uso das armas químicas".

Rússia alerta para consequências

Em resposta ao ataque, o embaixador da Rússia em Washington, Anatoli Antónov, avisou hoje que o ataque lançado contra a Síria pelos EUA, Reino Unido e França "não ficará sem consequências".

"Os piores presságios cumpriram-se. Não ouviram as nossas advertências. Voltaram a ameaçar-nos. Tínhamos advertido de que estas ações não ficarão sem consequências. Toda a responsabilidade recai em Washington, Londres e Paris", afirmou Antonov numa declaração oficial difundida pela embaixada, em que considera, ainda, "inadmissíveis" as palavras do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a responsabilidade de Vladimir Putin no suposto ataque com armas químicas contra a cidade síria de Douma.

Já o ministério da Defesa russo indicou que foram disparados mais de 100 mísseis nas últimas horas sobre a Síria, tendo sido intercetados "um número significativo destes".

Segundo a agência oficial síria SANA, o regime sírio criticou a "agressão bárbara e brutal" do ocidente, após os ataques realizados pelos EUA, França e Reino Unido contra bases militares.

A agência síria cita uma fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros que acusa o ocidente de procurar assim esconder "as suas mentiras".

Ataque recebe apoio da NATO

Entretanto, o secretário geral da NATO, Jens Stoltenberg, mostrou o seu apoio ao ataque conjunto dos EUA, Reino Unido e França a instalações de armas químicas na Síria.

Stoltenber considerou que tal "reduzirá a capacidade do regime" de Asad de voltar a atacar a população com este tipo de armas, sublinhando também que o uso de armas químicas "é inaceitável" e os seus responsáveis devem ser responsabilizados por isso.

Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, exortou os estados membros a exercerem moderação e se absterem de qualquer ação que possa levar a uma escalada após os ataques contra a Síria.

Apesar de considerar que "qualquer uso de armas químicas é horrível", Guterres apelou a "todos os Estados membros para que exerçam contenção nestas circunstâncias perigosas e para evitar todos os atos que possam agravar a situação e agravar o sofrimento do povo sírio".

Síria já reagiu

A presidência da Síria reagiu, entretanto, na rede social Twitter, garantindo que "boas almas não serão humilhadas".

Imediatamente após o ataque, centenas de sírios começaram a reunir-se na histórica praça Omayyad da capital síria. Muitos acenaram bandeiras sírias, russas e iranianas e outros bateram palmas e dançaram.

A televisão síria adiantou que três civis ficaram feridos num dos ataques liderados pelos Estados Unidos contra uma base militar em Homs, embora a incursão tenha sido alegadamente intercetada.

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