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terça-feira, 10 de abril de 2018

Endividamento das famílias: até o FMI reconhece o seu impacto perverso!

Ladrões de Bicicletas


Posted: 09 Apr 2018 01:11 PM PDT

O FMI acaba de publicar um estudo intitulado «Compreender o impacto macro-financeiro do endividamento das famílias: Uma perspectiva global», da autoria de Adrian Alter, Alan Xiaochen Feng e Nico Valckx que estuda, a partir de dados de 80 economias avançadas e emergentes para o período 1950-2016, a relação entre o endividamento das famílias e o crescimento do PIB e encontra evidência empírica da relação inversa que existe entre a dívida das famílias e crescimento económico.
Esta correlação negativa deve-se a três mecanismos complementares:

i) O endividamento das famílias enfraquece o seu consumo, com implicações significativas sobre a procura agregada quando os choques negativos ocorrem;

ii) O sobreendividamento das famílias aumenta a probabilidade de crises bancárias ocorrerem, o que afecta significativamente a intermediação financeira;

iii) O risco de colapso é sistematicamente negligenciado devido às expectativas superoptimistas dos investidores que sustentam a expansão do endividamento.

Vários factores institucionais, como regime de taxas de câmbios flexíveis (que a zona euro não tem mas necessita para a periferia) ou um maior grau de desenvolvimento e inclusão financeira, podem mitigar o impacto negativo sobre o crescimento. Por outro lado, os países em que o peso dívida pertencente a famílias de baixos rendimentos é mais significativo, indício de sobreendividamento, sofrem uma maior penalização sobre o crescimento do PIB.
Em termos de magnitude, um aumento de um desvio padrão do rácio de endividamento familiar está associado, em média, a uma redução do crescimento do produto nos três anos seguintes de 1.2 pontos percentuais. Aspecto que é mais significativo nas economias avançadas onde existe um maior grau de endividamento das famílias de rendimentos mais baixos.
Ainda acha que não precisamos de provisão pública do direito à habitação e que este despovoamento do centro da cidade para dar lugar a magotes de touristas, alugueres de curta duração, cafés hipster e lojas gourmet é indício de desenvolvimento económico sustentável?

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