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sábado, 5 de maio de 2018

ALIVIADOS DO EMPECILHO…finalmente!

por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 05/05/2018)

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A verborreia de alguns dirigentes do PS levou um já politicamente cansado JOSÉ SÓCRATES a bater com a porta da militância de um Partido do qual foi durante anos seu Secretário Geral. Cansado de tanta falta de solidariedade dos seus pares que o viam como um empecilho e um tipo carregado de sarna que convinha esquecer e abandonar à sua sorte.

Mas esta direcção do PS equivocou-se e enganou-se rotundamente quanto ao triste sarnento. E esqueceu-se igualmente de um pequeno mas muito importante pormenor: é que um Partido é composto pelos seus militantes, pelos seus apoiantes e simpatizantes e, almejando o poder, os seus votantes.

Esqueceu-se e esse esquecimento, ou muito me engano ou ser-lhe à fatal.

Tenho acompanhado nas redes sociais as reacções de imensos militantes e simpatizantes e, chegando à imediata conclusão de que o PS se transformou num Partido sem memória, menorizou, apoucou e nunca se deu ao trabalho de ouvir o bater do coração dos seus militantes que, ao contrário dela, manteve sempre o seu apreço por JOSÉ SÓCRATES e também, ao contrário dela, nunca se esqueceu do que foi talvez o melhor Primeiro Ministro da nossa democracia.

E vejo Amigos meus, de sempre militantes fervorosos do PS, pessoas de inequívoco sentimento de Esquerda, desgostosos, desanimados e dispostos a não mais militar nem votar no seu Partido de sempre. Eu não sei se a dita direcção tem noção disto, nem se tem noção de que eu, por exemplo, que não sou do PS mas fui às Directas e votei em António Costa, nele não voltarei a votar.

Digamos então que a direcção do PS não tem memória, mas os seus militantes e simpatizantes têm e não gostam, mas não gostam mesmo nada, de serem tratados por néscios.

Ouvimos recorrentemente os políticos usarem a gasta frase “À Justiça o que é da Justiça e à Politica o que é da Politica”quando, não querendo tomar qualquer comprometedor partido, a utilizam como subterfúgio. O politicamente correcto!

Mas vamos então à dita frase, e se ela tem algum sentido prático, pois tem que ter, façamos um pequeno exercício : vamos abstrair-nos do “À Justiça o que é da Justiça” pois, por muito que actualmente tal não pareça, ela tem timings e desideratos diferentes dos da Politica, e vamo-nos ater apenas ao “ à Politica o que é da Politica”.

Pois é este exercício, suas cabecinhas pensadoras e elucubradoras de infalíveis tacticismos, tacticismos esses que, para além da sua perfeita geometria, vêm carregados de doses maciças de vergonha e ética, que os militantes, e eu também, dão à dita frase: é não misturarem alhos com bugalhos! E, assim sendo, levarem a frase à letra, como deve ser!

E, assim sendo e continuando o raciocínio, concluo que a direcção do PS se sente envergonhada pelos Governos dirigidos por JOSÉ SÓCRATES, em que muitos deles até colaboraram. Mas os militantes e os simpatizantes não e, não disponíveis para este novel “tratado sobre o esquecimento” que a sua direcção decidiu adoptar, não se esquecem, por exemplo, ter sido o 1º Governo de JOSÉ SÓCRATES o mais revolucionário e reformador Governo da nossa democracia.

Dado que já muita gente escreveu sobre os outros aspectos da questão, eu limito-me a este adjacente “pormaior” e mando daqui um abraço a todos esses meus Amigos desiludidos, que se sentem ultrajados no seu fervor e militância. E perdoem-me todos os restantes, dedico este texto ao meu bom Amigo Joaquim Seixas, velho e activo militante de Caminha.

Pergunta final: será que vão apear a fotografia de JOSÉ SÓCRATES na sede do Rato? Não será uma “vergonha” mantê-la lá?

Tudo isso a Direita agradece!

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