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sexta-feira, 11 de maio de 2018

Entre as brumas da memória


Vem aí o 13 de Maio

Posted: 11 May 2018 01:03 PM PDT

/(Hugo van der Ding no Facebook)
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Uma rua para os assassinados pela Pide em 25 de Abril de 74

Posted: 11 May 2018 08:14 AM PDT

João Arruda, 20 anos, estudante açoriano a viver na capital. Fernando Gesteiro, 18 anos, transmontano empregado num escritório. Fernando dos Reis, 24 anos, soldado da primeira companhia de Penamacor, de licença em Lisboa. José Barnetto, 37 anos, natural de Vendas Novas.

Os quatro foram assassinados pela PIDE no dia 25 de Abril de 1974. Os quatro deveriam fazer parte do nosso dédalo de ruas, travessas e praças, resgatando-os ao silêncio e à indiferença por onde a cidade os leva há demasiados anos. Levados pelo entusiasmo do "dia inicial inteiro e limpo", rumaram entre dezenas de outros populares à Rua António Maria Cardoso, topónimo de péssimas memórias e esperanças de sobra. Naquele dia, sacrificaram as vidas à liberdade que então começava, abatidos por gente acossada e sem futuro. Uma revolução de cravos no lugar das balas, e no entanto.

44 anos depois, os abaixo-assinados põem à consideração da Câmara Municipal de Lisboa, e respectiva comissão de toponímia. a proposta de atribuir os nomes de João Arruda, Fernando Gesteiro, Fernando dos Reis e José Barnetto a um arruamento ou lugar da capital. Por dever de memória para com aqueles que viveram a liberdade durante apenas algumas horas e que podem ajudar-nos a dar a essa palavra um significado maior. São eles os heróis improváveis da revolução. Não permitamos que se lhes junte o adjectivo "esquecidos".

Pedem deferimento, os abaixo-assinados:

Adília Rivotti, antropóloga / Afonso Gonçalves, desenhador / Afonso Moreira, médico / Agostinho A. Gaspar Gralheiro, reformado / Albertina Costa, assistente social / Alda Barreto, reformada / Alda Rocha, comunicadora de ciência / Alexandra Silvestre Coimbra, psicóloga / Alexandre Abreu, economista / Alexandre Café, operário / Alexandre Martins, jornalista / Alfredo Poeiras, mestre vidreiro / Alice Carvalho, professora / Alice Vieira, escritora / Alina Silva, assistente social / Álvaro de Abreu, operário fabril e militante comunista / Amadeu Baptista, escritor / Amaro Franco, alfarrabista / Ana Amélia Bouça Monteiro, bancária reformada / Ana Benavente, professora / Ana Berkeley Cotter, tradutora / Ana Catarino, antropóloga / Ana Deus, psicóloga / Ana Luísa Rodrigues, jornalista / Ana Mafalda Pires, arquitecta / Ana Margarida de Carvalho, escritora / Ana Maria Monteiro, trabalhadora independente / Ana Matos Pires, médica psiquiatra / Ana Moreira, designer / Ana Neves, psicóloga / Ana Nunes, professora / Ana Nunes Cordeiro, jornalista / Ana Paula Meneses, técnica de teatro na reforma / Ana Ramos, animadora socio-cultural / Ana Reis Saramago Matos, galerista e curadora / Ana Sofia Costa, antropóloga / Ana Sofia Fonseca, jornalista / Anabela Aguiar, professora / Anabela Mota Ribeiro, jornalista / André Abreu, estudante/livreiro / André E. Teodósio, actor / Andreia Azevedo Moreira, funcionária pública / António Alberto Alves, livreiro e sociólogo / António Bettencourt, professor bibliotecário / António Cabrita, escritor / António Castanheira, biscateiro / António Diogo d’Orey Capucho, arquitecto / António Gamboa, maquinista ferroviário / António Gouveia, contador de histórias / António Mariano, estivador / António Neto Brandão, advogado / António Rosado da Luz, economista e coronel reformado / António Sérgio Curvelo Garcia, engenheiro químico / Armanda Paula Silva, técnica de farmácia /Augusto Brito, funcionário público / Barbara Baldaia, jornalista / Bárbara Reis, jornalista / Belandina Vaz, professora / Bernardo Mendonça, jornalista / Bruno Carapinha, funcionário público / Bruno Rebelo, técnico comercial / Bruno Simões Castanheira, fotojornalista / Carla Barroso, professora e tradutora / Carla Dias, educadora artística / Carla Fonseca, doméstica / Carlos Mendes de Sousa, professor / Carlos Moreira, reformado / Catarina Coutinho, professora / Catarina Félix, técnica superior de história / Catarina Homem Marques, assistente editorial / Catarina Rodrigues, psicóloga / Catarina Vieira e Castro, professora / Célia Costa, produtora cultural / César Laia, investigador / Céu Ribeiro, professora / Clara Farracho, socióloga / Cláudia Diogo, livreira / Cláudia Marques, designer / Claudia Martins, professora / Cláudia Santos Silva, arquitecta / Cristina Aragão Teixeira, consultora de Comunicação / Cristina Basílio, professora / Cristina Gameiro, arqueóloga / Cristina Paiva, actriz / Daniel Filipe Martins, consultor estratégico / Daniel Martins, arquitecto / Dário Duarte, informático / David Almeida, actor / David Crisóstomo, estudante / Denise Pereira, poeta / Diana Barbosa, gestora de comunicação / Diogo Coimbra, chef de cozinha / Duarte Pereira, livreiro / Duarte Rocha Martins, arquitecto / Edgar Medina, argumentista / Eduarda N. Pinto Basto, reformada / Eduardo Antunes, técnico de formação / Eduardo Viana, arquitecto / Eliana Tomaz, designer / Elisa Seixas, professora / Elsa Ligeiro, editora / Emiliana Silva, professora / Eugénia M. Pires, economista / Fábio Duarte, estudante / Fátima Pina Cabral, médica / Fernanda Neves, actriz / Fernanda Riflet, professora ensino secundário, reformada / Fernando Guimarães, professor / Fernando Pereira, artista /Filipa Alves Coelho, urbanista / Filipe Correia, professor / Filipe Homem Fonseca, guionista / Filipe Prior, técnico de informática / Filipe Rodrigues, alfabarrabista / Filipe Rosas, médico / Filomena Tavares, trabalhadora independente / Francisco Craveiro, estudante / Francisco Belard, jornalista / Francisco Pedroso, engenheiro / Francisco Rebelo, assistente técnico / Francisco Ribeiro, bancário / Gabriela Lourenço, jornalista / Gabriela Ruivo Trindade, escritora / Gaspar Matos, bibliotecário / Glória Franco, educadora de infância / Gonçalo Calado, professor / Gonçalo Frota, jornalista / Gonçalo Mira, editor / Gonçalo Santana, director criativo e autor / Guilherme Pires, editor e tradutor / Hélder Beja, jornalista / Hélder Gomes, jornalista / Helena Abreu, professora reformada / Helena Ales Pereira, assessora de comunicação / Helena Alves, Gestora / Helena Alves Velho, psicóloga clínica / Helena Araújo, engenheira química / Helena Dias, jurista / Helena Mendes, pintora / Helena Romão, musicóloga / Henrique Dória, escritor / Humberto Rocha, escritor / Hugo de Sá Nogueira, operador de som / Ilda Roquete, actriz / Inês Bernardo, produtora / Inês Castro, professora / Inês Lago, antropóloga / Inês Meneses, desempregada / Inês Pinto, estudante / Inês Rodrigues, professora e revisora / Inês Subtil, jornalista / Irene Alexandra da Silva Duarte, técnica de vendas / Irene Flunser Pimentel, historiadora / Isabel A. Ferreira Gould, investigadora / Isabel Caldeira, professora / Isabel Godinho, professora / Isabel Leiria, professora universitária aposentada / Isabel Minhós Martins, editora / Isabel Sofia Carreira, advogada / Isabel Vasconcelos Ferreira, professora aposentada / Isaura Lobo, produtora cultural / Jaime Rocha, escritor / Joana Lobo Antunes, comunicadora de ciência / Joana Lopes, gestora reformada / Joana Manuel, actriz / Joana Oliveira, psicóloga / Joana Teixeira Silva, trabalhadora independente / João Albuquerque, investigador / João Almeida, químico / João Bacelo, biólogo / João Branco, engenheiro / Joao Carlos Lages, advogado / João Carlos Martins, investigador / João Carvalho Pina, fotojornalista / João Costa, produtor gráfico / João Eduardo Costa, programador web / João Fazenda, ilustrador / João Freitas, empresário /João Gaspar, biólogo / João Louçã, antropólogo / João Manuel Rocha Pinheiro, trabalhador agrícola / João Miguel Louro, gestor de equipa / João Miguel Pires Ventura, professor / João Monteiro, estudante de doutoramento / João Paulo Baltazar, jornalista / João Paulo Roubuad, professor / João Pico, editor de vídeo / João Ribeiro, professor universitário / João Silvestre Lima Andrade, empresário agrícola / João Vieira, guionista / João Villalobos, consultor de comunicação / Joaquim Carreira, cidadão / Joaquim Gonçalves, livreiro / Joel Neto, escritor / Jorge Almeida e Pinho, professor / Jorge Carneiro, engenheiro informático / Jorge Carvalho, funcionário público / Jorge Freitas, professor / Jorge Martins Rosa, docente universitário / Jorge Morais, professor universitário / Jorge Pinto, engenheiro e utopista / José Alexandre Ramos, técnico administrativo financeiro / José Armando Mendonça Carmo, aposentado / José Bandeira, cartoonista / José Carlos Tavares, jardineiro / José Júlio Curado, árbitro, professor e organizador de torneios de bridge / José Luís Cardoso, instrutor / José M. Carvalho, professor / José Manuel Duarte Fernandes, professor do ensino secundário / José Manuel Ferreira dos Santos, empregado de escritório / José Manuel Marques da Silva Tavares, designer e cenógrafo / José Mário Silva, jornalista / José Nuno Pimentel, jornalista freelancer / José Rui Ferreira, engenheiro electrotécnico / José Silva Pinto, jornalista / José Vale, museólogo / José Viana, vendedor / Judite Lopes, desempregada / Juliana Maar, fotógrafa / Laura Faia, assistente editorial / Laura Ramos, jornalista / Lena d'Água, cantora / Leonardo Conceiçao, psicólogo / Leonor Cintra Gomes, arquitecta / Lígia Esteves dos Santos, professora / Liliana Pacheco, coordenadora editorial / Lina de Lonet Delgado, jornalista / Luís Bernardo, técnico de projectos / Luís Brântuas, contabilista / Luis Carlos Tavares Severo, arquitecto / Luis Ferreira, designer gráfico / Luis Filipe Cardoso, empresário / Luís Gomes, mediador de seguros / Luís Gomes, marinheiro e jornalista / Luís Graça, linguista e professor / Luís Guerra, jardineiro de livros / Luís Januário, médico pediatra / Luís Leiria, jornalista / Luis Manuel Santos Silvestre, reformado / Luís Martins Pote, psicólogo clínico / Luis Miguel Oliveira, crítico e programador de cinema / Luís Pimenta Lopes, professor/investigador / Luisa Borges, professora e investigadora / Luisa Lobão Moniz, professora / Luísa Sol, arquitecta e investigadora / Lutz Bruckelmann, arquitecto / Madalena Silva, funcionária pública / Mailis Gomes Rodrigues, investigadora / Manuel Barbosa, comercial / Manuel Cruz, reformado / Manuel Graça Dias, arquitecto / Manuel Henriques, arquitecto / Manuel Lourenço de Castro Rodrigues, director comercial / Manuel Marcelo Curto, embaixador jubilado / Manuel Vieira, assistente social / Manuela Brito e Silva, reformada / Manuela Carvalho, professora aposentada / Manuela Correia, psiquiatra / Manuela Rombo, farmacêutica / Márcio Mendes, arquitecto / Marco Dias, director de arte e artista / Margarida Belchior, professora / Margarida Duarte, documentalista / Margarida Ferra, assessora de comunicação / Margarida Louro, professora / Margarida Pino, bibliotecária / Margarida Rendeiro, professora e investigadora / Margarida Salema, investigadora química, reformada / Margarida Varela, professora / Maria Abranches, advogada / Maria Adelina Alves Coelho, reformada / Maria Catarina Horta Salgueiro, tradutora / Maria da Graça Moreira, comerciante / Maria de Lourdes Baginha, professora / Maria de Lourdes Delgado Raínho, dona de casa / Maria de Lurdes Guerra, professora / Maria do Rosário Pedreira, editora / Maria Estudante, terapeuta / Maria Eugénia Alves, professora / Maria Helena Pato, professora / Maria Inês Gameiro, investigadora / Maria João António, pós-produção de filmes / Maria João Luis, actriz / Maria João Pessoa, advogada / Maria Jorgete Teixeira, professora / Maria João Carvalho, professora / Maria João de Sousa Caetano, jornalista / Maria José Almeida, guia intérprete / Maria José Vitorino, professora e bibliotecária / Maria Leonor Castro Nunes, criativa / Maria Leonor Lourenço da Costa, publicitária / Maria Leonor Pereira, gestora / Maria da Natividade Esteves, professora / Maria Manuel Viana, escritora / Maria Manuela Ramos, professora / Maria Ofélia Janeiro, gestora de reclamações / Maria Otília Teixeira Barbosa, psicóloga / Maria Ribeiro, professora / Maria Rosa Pinto, assessora de imprensa / Maria Soledade Alves, reformada e avó / Maria Teresa Dias Pereira, escritora / Maria Tomaz, assistente social / Mariana Avelãs, tradutora / Mariana Garcia, guionista / Mariana Pinto dos Santos, historiadora de arte / Mário Cunha, argumentista / Marisa Filipe, empresária / Markus Almeida, jornalista / Marta Carreiras, cenógrafa e figurinista / Marta Martins, gestora cultural / Marta Rema, produtora / Marta Romana, gestora de formação / Marta Serra, marketing / Miguel Barros, técnico especialista no gabinete MAI / Miguel Gonçalves Mendes, realizador / Miguel Lima, sonoplasta/técnico de som / Miguel Marujo, jornalista / Miguel Morais, desempregado / Mónica Pereira, jurista / Nelson Almeida, customer service manager / Nelson José Paiva, músico / Noélia Oliveira, jornalista / Nuno Artur Silva, autor / Nuno Félix, consultor / Nuno Filipe Ribeiro, bancário / Nuno F. Coelho, consultor de comunicação / Nuno Garcia, knowledge manager / Nuno Martins Ferreira, Professor / Nuno Miguel Guedes, jornalista / Nuno Miguel Madeira Beato Alves, técnico superior jurista / Nuno Oliveira, agricultor / Nuno Rapaz, engenheiro / Nuno Rendeiro, engenheiro civil / Nuno Saraiva, ilustrador / Nuno Serra, geógrafo / Pamela Peres Cabreira, historiadora e investigadora / Patrícia Gonçalves, cientista / Paula Cabeçadas, técnica de Informação / Paula Godinho, professora universitária / Paula Pereira, investigadora científica reformada / Paula Vasconcelos Machado, advogada / Paulo Ferreira, consultor / Paulo Galindro, ilustrador / Paulo Garcia, arquitecto / Paulo Gil, docente universitário / Paulo Granjo, antropólogo / Paulo Jorge de Jesus Topa, professor / Paulo Jorge de Sousa Pinto, historiador / Pedro Baptista-Bastos, advogado / Pedro Diniz de Sousa, técnico de informática / Pedro Filipe Oliveira, actor / Pedro Fiuza, escritor e encenador / Pedro Lascasas, jurista / Pedro Mendonça, dirigente do LIVRE / Pedro Miguel Caetano Martins, psicólogo / Pedro Miguel Esteves Fernandes, professor / Pedro Miguel Pereira, psicólogo / Pedro Miguel Silva, consultor / Pedro Miguel Silva, jornalista e promotor de eventos / Pedro Sérgio Marques Álvares Pereira, professor / Pedro Sousa, publicitário / Pedro Ventura, historiador / Pedro Vieira, guionista e ilustrador / Prazeres Filipe, administrativa / Raquel Gonçalves, jornalista / Raquel Misarela, conservadora-restauradora / Raquel Patriarca, bibliotecária / Raquel Ribeiro, professora e jornalista / Raquel Rocha, estudante / Raquel Simões, designer / Raquel Sofia Moutinho Magalhães, professora /Raquel Varela, historiadora / Renato Costa, advogado / Ricardo Alves, sem profissão / Ricardo Duarte, jornalista / Ricardo Espírito Santo, realizador / Ricardo Fernandes dos Santos, arquitecto / Ricardo Gonçalves, editor/realizador/argumentista / Ricardo J Rodrigues, jornalista / Ricardo Paulino, arquitecto / Ricardo Santos Morte, empresário / Rita Bettencourt Rodrigues, livreira / Rita Correia, psicóloga / Rita Brutt, actriz / Rita Sá Marques, antropóloga / Rita Tomás, assessora de comunicação / Rita Veloso, linguista e professora / Rosa Azevedo, produtora / Rosa Barreto, bibliotecária / Rosa Rebelo, professora aposentada / Rosa Ruela, jornalista / Rosário Freitas Paiva, administrativa / Rosário Melo, produtora de eventos / Rui Alves de Sousa, blogger e podcaster / Rui Anselmo, livreiro / Rui Almeida, auxiliar administrativo / Rui Cardoso Martins, escritor / Rui M. Pereira, antropólogo / Rui Tavares, historiador / Rui Zink, professor universitário / Rute Coelho, advogada / Safaa Dib, dirigente do LIVRE / Samuel Alcobia, arquitecto paisagista / Sandra Alvarez, tradutora / Sandra Barreira, advogada / Sandra Borges, produtora / Sandra Gonçalves, jornalista / Sandra Monteiro, jornalista / Sandra Rocha, fotógrafa / Sara Figueiredo Costa, jornalista / Sara Gamito, advogada / Sara M. Barbosa, professora / Sara Rodi, escritora / Sérgio Lemos, médico / Sérgio Letria, programador cultural / Silvia Alves, designer / Silvia Bentes, farmacêutica / Sílvia Margarida de Leão Borges, enfermeira / Sílvia Moldes Matias, administrativa / Sofia Henriques Cardoso, professora ensino secundário / Sofia Lorena, jornalista / Sónia Oliveira, tradutora /Sónia Marques da Silva, livreira / Soraia Martins, tradutora / Susana André, jornalista / Susana Carvalhinhos, ilustradora / Susana Duarte, programadora cultural / Susana Saraiva, professora / Susana Verde, guionista / Tânia Raposo, consultora editorial / Teresa Nicolau, jornalista / Teresa Sampaio, editora / Teresa Sousa de Almeida, professora universitária aposentada / Tiago Mota Saraiva, arquitecto / Tiago Patrício, tarefeiro / Tiago Reis, estudante / Tiago Rodrigues, encenador / Tiago Simões, arquitecto / Vanda Baltazar, empregada bancária / Vanessa Almeida, investigadora / Vanessa Filipe, arqueóloga / Vânia Maia, jornalista / Vera Silva, alfarrabista / Victor Barros, livreiro / Vítor de Sousa, investigador / Vitor Rodrigues, livreiro / Vitor Sérgio Ferreira, sociólogo

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José Mário Branco

Posted: 11 May 2018 06:34 AM PDT

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Sócrates sem Rato

Posted: 11 May 2018 03:19 AM PDT

«Na passada semana, o Partido Socialista recebeu uma carta de José Sócrates, juntamente com o seu cartão de militante, e a justificação foi: "chegou o momento de pôr fim ao embaraço mútuo". Houve algum espanto na sede do PS, mas também algum descanso por ser uma carta normal e não um postal enviado das Bahamas.

Obviamente, o espanto do PS é um manifesto exagero. Depois de vários socialistas e defensores do ex-PM virem a público falar da "vergonha" para o PS por aquilo de que é acusado Sócrates, e conhecendo bem o partido a forma de reagir do engenheiro, custa-me acreditar que tenha havido espanto. Pelo contrário, acredito que a carta tenha sido aberta em ambiente protegido e com António Costa vestido com o fato "anti-antraz".

É uma carta que, de certa forma, dá jeito ao PS, uns dias do congresso do partido. Assim, o engenheiro Pinto Monteiro já nem pertence ao PS. Melhor só se, entretanto, Sócrates se inscrevesse no PSD. Isso era ouro sobre azul. Não nos podemos esquecer que Sócrates veio da JSD. Talvez fosse possível, durante o congresso, António Costa atribuir todo este comportamento de Sócrates a uma passagem pela Universidade de Verão do PSD.

Chego à conclusão de que, nisto das amizades, Sócrates devia estar no Guinness Book - tão depressa tem um super-amigo que o ama tanto que dedica uma vida a ganhar dinheiro para ele, como tem hiper-amigos que aproveitaram bem a amizade na altura que lhes deu mais jeito e desmarcaram-se quando já só servia para dar chutos no morto.

Sinto-me dividido com esta queima do Sócrates. Sinto tanta vergonha de alguns que agora levam isto ao Parlamento, dizendo "toda a gente já tinha topado, porque só agora falam", como dos que só agora deram por isso e se escandalizam. Muitos dos tais que só agora dizem "que vergonha", ainda não deram por nada no BPN, nos Submarinos, Macedos e Vistos, no Banif, na PT, na mercearia da esquina do Capelo Leite. Em todos os casos, são pessoas que vêem bem ao longe mas mal ao perto.

O meu receio é que isto faça de Sócrates aquilo que ele sempre quis ser. Não, não é ser sexy platina do Correio da Manhã, é ser uma vítima. Se ele quiser, até os Verdes ficam mal vistos por deixarem o PS tratar assim um animal político como o Sócrates, e nem um protesto. Peço desculpa pelo trocadilho, mas deixei-me levar pela maré, e até eu me sinto capaz de esquecer os meus princípios.

Claro que, como mete Sócrates, este movimento político tinha de dar em almoço. A cinco dias do congresso do PS, foi agendado um almoço de solidariedade organizado pelo Movimento Cívico "José Sócrates, Sempre". Se é Sempre, ou seja, até à eternidade, não é um movimento cívico, é uma religião.

Segundo entendi, a razão principal deste almoço de homenagem tem que ver com o facto de o ex-PM estar agora a ser maltratado e traído pelo seus colegas no PS. Acho bonito, mas se é para organizar uma festa a quem foi maltratado pelo próprio partido, relembro que nem um brunch de solidariedade pelo Tó Zé Seguro foi organizado.»

João Quadros

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Dica (759)

Posted: 10 May 2018 02:45 PM PDT

O romantismo revolucionário do Maio de 68 (Michael Löwy)

«O espírito de 68 é uma bebida poderosa, uma mistura picante e desejável, um cocktail explosivo composto por vários ingredientes. Um dos seus componentes - e não menos importante - é o romantismo revolucionário, isto é, um protesto cultural contra os alicerces da civilização industrial / capitalista moderna, o seu produtivismo e consumismo, e uma associação singular, única no seu género, entre subjetividade, desejo e utopia.»

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