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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Montenegro acusa Rio de ter pressionado deputados do PSD

O líder parlamentar considera que Rio "atentou" contra a história do PSD ao sugerir que estava a "fazer um enorme esforço para não impor a disciplina de voto" aos deputados do partido.

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"Ouvir Rui Rio dizer que estava a fazer um enorme esforço para não impor a disciplina de voto é para a nossa história um atentado"

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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Luís Montenegro, antigo líder parlamentar do PSD e assumido opositor de Rui Rio, acusou o presidente social-democrata de ter pressionado os deputados sociais-democratas a votarem favoravelmente a despenalização da morte assistida.

No espaço de debate que divide com Carlos César na TSF, o social-democrata criticou a gestão que Rio fez de todo o processo.

[O líder do PSD] acusou não sei exatamente quem de estar a pressionar os deputados do PSD, com isso estando ele próprio a fazer uma pressão direta sobre os seus deputados para seguirem a posição dele”, afirmou Montenegro.

O social-democrata chegou a mesmo a dizer-se “indignado” com “a forma desajeitada, desastrada, como o líder do PSD enfrentou o debate nos últimos dias”. “Ouvir Rui Rio dizer que estava a fazer um enorme esforço para não impor a disciplina de voto é para a nossa história um atentado”, condenou o ex-líder parlamentar do PSD.

Recorde-se que Rui Rio defendeu abertamente a despenalização da eutanásia (contra a vontade maioritária da sua bancada parlamentar) e criticou publicamente as manifestações de várias figuras ligadas ao partido (Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Pedro Santana Lopes ou Paulo Rangel, por exemplo) contra os quatro projetos de lei que foram a discussão na terça-feira. O “chumbo” dos diplomas acabou por representar, por isso mesmo, uma derrota para Rui Rio.

Carlos César, esse, não deixou de aproveitar a falta de sintonia entre Rui Rio e a bancada social-democrata, classificando de “errática e pouco esclarecida” a liderança do ex-presidente da Câmara do Porto.

“Temos aqui uma nova fase que se inicia ao centésimo dia do calvário de Rui Rio. Um partido que não se entende é um partido que dificilmente se poderá entender para governar o país”, resumiu o socialista.

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