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sábado, 30 de junho de 2018

As cortinas de fumo e os spin doctors de serviço

Novo artigo em Aventar


por Bruno Santos

A agressão de que terá sido vítima uma cidadã portuguesa na cidade do Porto, agressão essa cujo autor foi, alegadamente, um elemento do corpo para-militar privado contratado pelos STCP para efectuar serviço de segurança, suscitou, como não podia deixar de ser, uma reacção imediata dos spin doctors do costume. A função desses spin doctors foi a de reduzir instantaneamente o acontecimento a um fenómeno racista, ocultando, distorcendo e falseando factos essenciais, sendo que o primeiro desses factos é que a responsabilidade pelos acontecimentos cabe, em primeira instância, aoConselho de Administração dos STCP, que já deveria ter sido exonerado e accionado criminalmente pelo sucedido, procedimento após o qual caberia analisar a responsabilidade solidária da tutela, designadamente dos seis municípios da Área Metropolitana do Porto responsáveis pela gestão da empresa.

Não podendo negar-se, à partida, a possibilidade de estarmos, na verdade, perante um crime com motivações racistas, hipótese que deve ser plenamente investigada, essa seria sempre uma qualidade acessória de um acto muito mais grave do ponto de vista penal, o de ofensa à integridade física qualificada, com a agravante de ter sido perpetrado por um agente ao serviço de uma empresa pública, crime cuja sanção pode chegar aos 12 anos de prisão.

Querer transformar este episódio, de gratuita e bárbara violência, em mais um argumento em favor daqueles que lutam diariamente pela destruição da memória e do legado universalista português e o significado profundo da sua História, comparando-a à de qualquer Reich sanguinário e racista, é uma ignóbil traição, essa, sim, com laivos discriminatórios e até racistas, aos nossos valores civilizacionais autênticos e uma inaceitável falta de respeito pela dignidade histórica dos portugueses e de todos os povos em comunhão com os quais esses mesmos portugueses evoluíram no mundo.

Decidam-se:

A pessoa no chão é Nicol Quinayas, 21 anos, nascida na Colômbia, desde os cinco anos em Portugal.
Diário de Notícias, 27 de Junho de 2018

Nicol Quinayas, de 21 anos, nascida em Portugal, mas de ascendência colombiana
Diário de Notícias, 29 de Junho de 2018

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