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sábado, 9 de junho de 2018

As notícias falsas ao mais alto nível

por estatuadesal

(Carlos Esperança, 07/06/2018)

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Quem acreditava num módico de honradez dos chefes de Estado e de Governo de países estimáveis, ficou destroçado com as armas químicas que Bush, Blair, Aznar e o mísero mordomo inventaram para invadir o Iraque.

As armas químicas tinham, aliás, existido e sido usadas por Saddam contra os curdos, e a proveniência era de quem o acusou e sabia que já não existiam. Esvaiu-se a reputação dos referidos políticos e a confiança em que o enorme poder devia adequar um mínimo de ética.

Hoje, uma década depois da invasão do Iraque, não paramos de nos surpreender com as mentiras, e de pôr em dúvida eventuais verdades.

Na Síria, após sete anos de guerra, 350 mil mortos e mais de 3 milhões de deslocados, a acusação a Bachar Al-Assad, de ter usado armas químicas, que usara no passado, para a retaliação adrede preparada, foi decerto falsa, pois tanto os radicais do Estado Islâmico (DAESH), como os da Al-Qaeda, designada Jaysh al-Islam, também as possuíam e as utilizaram em vários momentos. Esta informação foi dada por Erdogan, “califa” turco, em plena conferência de imprensa, irritado pela pergunta de um jornalista sobre o financiamento das atividades do Daesh, no Iraque e na Síria, responsabilizando os americanos (TV France 24, 15-03-2018).

O caso do espião Skripal e filha, num cenário de conflito entre o Ocidente e a Rússia, foi uma acusação cujo ónus da prova continua a ser do Reino Unido para descrédito da Sr.ª May, ainda menos credível do que o frio e perigoso Putin, e depois de ter provocado a valsa dos embaixadores dos países da Nato.

Recentemente, a Ucrânia simula o assassinato de um espião e acusa outro País, no caso, a Rússia. Esta desmente, a UE solidariza-se contra a Rússia, e o presidente declara que foi genial o embuste. O aldrabão ucraniano gabou-se e a UE rumina a humilhação.

Depois disto, alguém se admira de que a dúvida paire sobre a acusação à Rússia quando o avião do voo MH 17 foi derrubado por um míssil, ao sobrevoar a Ucrânia, em 2014, causando 298 mortos? Sobre a origem do crime continua a pairar a dúvida.

Quando os líderes dos países considerados referência da nossa civilização se comportam como os que incriminam e se tornam também suspeitos, os eleitores preferem os biltres populistas, vendedores de utopias, aos categorizados mentirosos que descredibilizam os partidos tradicionais.

Esta é a tragédia em que mergulhou a Europa, em sucessivos saltos para o abismo.

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