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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Entre as brumas da memória


Trump desvaloriza ataques aos direitos humanos na Coreia do Norte: “Kim é um tipo duro”

Posted: 14 Jun 2018 01:51 PM PDT

«“Quando tomas conta de um país duro, com uma população difícil, e herdas isso do pai, não quero saber quem és, que privilégios tiveste - há uma em cada dez mil pessoas que conseguiriam atingir o mesmo aos 27 de idade." É esta a caracterização que Donald Trump, Presidente dos Estados, faz de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte com quem se encontrou na terça-feira, em Singapura, para discutir o fim do arsenal nuclear do regime. E foi assim que tentou desviar a pressão de Bret Baier, jornalista da FOX News, que lhe perguntou insistentemente porque é que tinha escolhido não abordar os abusos cometidos pelo regime norte-coreano contra os direitos humanos quando se encontrou com Kim. A esta análise acrescentou que Kim é "um tipo muito inteligente", "um grande negociador" e que os dois se irão "entender muito bem".

Vários ativistas e também numerosas vozes dissidentes norte-coreanas a residir em outras partes do mundo, mostraram a sua indignação face à ausência de qualquer referência aos abusos cometidos por Kim e pelos seus subordinados no exército e nos serviços de informações contra milhões de norte-coreanos.

Num vídeo gravado para o diário norte-americano "The New York Times", Yeonmi Park, que fugiu da Coreia do Norte aos 13 anos, fala das torturas cometidas pelo regime e pergunta a Donald Trump: "Senhor Presidente, encontrar-se-ia com o Hitler?".

Os números da ONU sobre a situação humanitária no país não oferecem muito espaço de manobra a Kim mas Trump deu-lhe um pouco mais, dizem os responsáveis da Human Rights Watch na Ásia. Segundo a ONU, duas em cada cinco pessoas estão malnutridas na Coreia do Norte, e cerca de 120 mil estão presas por motivos políticos em instituições onde os abusos aos seus direitos são constantes e muito violentos: abusos sexuais, execuções públicas, tortura física, trabalho forçado e refeições insuficientes são alguns dos exemplos explícitos no último grande relatório da ONU, com data de 2015.

Donald Trump foi e veio a Singapura, apertou a mão a Kim Jong-un, convidou-o para visitar a Casa Branca, apesar de o líder norte-coreano se encontrar numa lista negra de pessoas que não estão autorizadas a entrar nos Estados Unidos, e várias vozes, incluindo aquelas do seu campo político se têm mostrado bastante críticas com a complacência de Trump. Um exemplo das fissuras a nascer no próprio partido foi a cobertura feita pelo George W. Bush Presidential Centre, um instituto de análise política, museu e instituição de solidariedade social estabelecido pelo ex-Presidente republicano, que durante toda a conferência focou a sua atenção na questão dos direitos humanos. Como seria de esperar, os Democratas foram menos contidos e acorreram ao Twitter em avalanche para criticar Trump. Chris Murphy, senador democrata do Connecticut escreveu: "Os gulags do Kim, as execuções públicas, a fome premeditada legitimadas no palco do mundo. Que raio é isto?"

Pressionado ainda mais uma vez pelo entrevistador da FOX sobre as "coisas muito más que o regime [norte-coreano] faz", Trump respondeu que, sim, que isso é verdade mas que "muitas outras pessoas fizeram coisas" e que "é possível fazer uma lista de várias nações que fizeram coisas más". Num comentário pouco depois de terminada a conferência, Christopher Green, analista especialista em assuntos das duas Coreias do Crisis Group falou com o Expresso e, não dando razão a Trump, disse não estar surpreendido com esta omissão porque se Trump falasse da questão da abertura do regime poderia perder para sempre a linha de contacto com o regime e anular qualquer possibilidade futura de diálogo para esse fim.»

Mafalda Ganhão, no Expresso diário, 14.06.2018

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José Mário Branco: como o compreendo…

Posted: 14 Jun 2018 11:11 AM PDT

Daqui.
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Vistos Gold? Não, obrigada

Posted: 14 Jun 2018 08:04 AM PDT

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Trump: da idiotice pura e dura

Posted: 14 Jun 2018 06:59 AM PDT

Make North Korea Great Again?
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O Mundial do Goldman Sachs

Posted: 14 Jun 2018 03:08 AM PDT

«Como todos os mais famosos treinadores de bancada, o Goldman Sachs também achou importante dar o seu prognóstico sobre o Mundial de futebol. Fez uma milhão de simulações para todas as equipas presentes no torneio e chegou a algumas conclusões extraordinárias. Foi um esforço inglório. O polvo Paul, que adivinhava os resultados do Mundial de 2010, só precisava de duas caixas. O banco fica claramente a perder. Mas, mesmo assim, partilha connosco a ideia de que o Brasil vencerá a Alemanha na final e será campeão. Portugal chegará às meias-finais, vencendo nos quartos-de-final a Argentina. Ficamos aliviados. Vivemos, nas vésperas do início do Mundial, um período de euforia. É um sinal dos tempos: Portugal está imerso no seu esplendoroso passado (ser campeão europeu) sem reconhecer a realidade de hoje. E nada condiciona mais uma selecção do que isso. Há dois anos, Portugal, seguindo a engenharia conservadora de Fernando Santos, vivia de uma defesa muito sólida e da vontade genial de Cristiano Ronaldo. Ele resolvia. Foi assim, entre este esquema rígido e a sorte, que Portugal venceu.

Dois anos depois, Portugal está diferente. Ronaldo já não é super-homem e não resolve tudo. E a defesa já não tem a frescura de então. A chegada de médios criativos de grande qualidade (Bernardo Silva, Gelson, Bruno Fernandes, Gonçalo Guedes) implica que a curto prazo, com o eclipse de Ronaldo, o estilo da selecção terá de se adaptar. Ou seja, estamos perante um outro conceito estético. Neste Mundial, Portugal ainda jogará dividido entre estas duas culturas tácticas. Mas há uma satisfação: se o futebol permite o orgulho, a satisfação com as coisas bem-feitas e a comunhão de valores, hoje a selecção já não vive só de vitórias morais. Geralmente os portugueses choravam a derrota como se ela tivesse sido uma vitória. Havia sempre desculpas. Havia sempre o fado. Havia sempre a sorte arredia. Hoje há uma outra cultura, mesmo com um Fernando Santos avesso ao risco. Este é o fim de um ciclo. E o início de outro.»

Fernando Sobral

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