Translate

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Entre as brumas da memória


Da série «Grandes Capas»

Posted: 27 Jun 2018 01:59 PM PDT

«Ports interdits, frontières grillagées, murs de séparation… Le Conseil européen qui s’ouvre ce jeudi est celui d’un continent d’exclusion qui se replie sur lui-même.»

.

Maria Velho da Costa, 80

Posted: 27 Jun 2018 09:36 AM PDT

Com um imperdoável dia de atraso, não quero deixar de assinalar que a «minha» escritora portguesa mais do que preferida, que conheci como Fátima Bívar bem antes de tudo o que veio a celebrizá-la, chegou ontem aos 80.

Maria de Fátima de Bívar Velho da Costa nasceu em 26 de Junho de 1938. Andámos por aí, na noite de Lisboa, em grupos improváveis que já se foram esvaziando pelas leis da vida – e do fim da mesma.

Se foi sobretudo a sua colaboração nas célebres Novas Cartas Portuguesas, que escreveu a seis mãos com Isabel Barreno e Teresa Horta e que a trouxeram, com estrondo, para a ribalta da perseguição da PIDE e dos tribunais, ela é para mim, antes de mais e acima de tudo, a grande autora de Maina Mendes(1969) que li de um trago e já reli nem sei quantas vezes. Muitos outros livros vieram, talvez com destaque para Missa in Albis (1988).

Parabéns, Fátima!

.

E não há racismo em Potugal?

Posted: 27 Jun 2018 06:13 AM PDT

(Fotografia divulgada no Facebook)

"Preta de merda, queres apanhar um autocarro, apanhas no teu país"

A ler, nem comento.
.

O nosso VAR

Posted: 27 Jun 2018 03:06 AM PDT

«Imaginemos, por momentos, que havia um VAR na política nacional. Que, após uma decisão qualquer, intervinha, e deixava ministros, deputados e cidadãos em suspenso. Sobre se existia um fora-de-jogo num concurso público, um penálti duvidoso numa nomeação, uma simulação na distribuição de fundos públicos. O VAR, no futebol, prometeu o fim dos fingimentos e a nobre vitória da verdade sobre a mentira. Repara-se, neste Mundial de futebol, que ele democratiza o erro. Tentando acabar com os erros, erra tanto como os mortais árbitros. E, além disso, destrói a emoção e a dúvida, a sorte e o azar, que são a essência do futebol. E que, de alguma maneira, também o são da política. Se o VAR se aplicasse ao modo austero como a selecção nacional tem jogado neste futebol, diríamos que Portugal ainda não saiu da tutela da troika. Portugal não investe, poupa. E, muitas vezes, esquece-se de jogar futebol. Não arrisca, não tem fibra, defende em vez de ousar, atacar. Fernando Santos, ao colocar Ricardo Quaresma em campo, tinha uma ideia: que ele cruzasse para que a cabeça de Ronaldo marcasse golo. Não aconteceu assim.

No sábado defrontamos um tenaz Uruguai, também ele sôfrego em busca da bola, e com melhores talentos do que o Irão ou Marrocos. Se contra estes Portugal viu jogar, teme-se o que aí vem. Sofrimento e fado, como é habitual. E crença em Ronaldo. Só que Portugal não sabe jogar ao ataque, dentro da engenharia conservadora de Fernando Santos: Bernardo Silva, por exemplo, está mais preocupado em defender do que em criar rupturas ofensivas. Não há desmarcações, nem fibra. Portugal gere o jogo de longe, sem pôr o pé, à espera que Ronaldo, num dia sim, resolva. Mas esta foi sempre a táctica do seleccionador. Uma cultura táctica que não é diferente daquela que encontramos na política portuguesa: o tempo, ou a sorte, há-de resolver os problemas mais sérios. O caso do Infarmed é exemplar: decisões tomadas a medo são potenciadoras de desastres futuros.»

Fernando Sobral

Sem comentários:

Enviar um comentário