Posted: 05 Jun 2018 02:20 PM PDT
Leis laborais: o PS onde sempre esteve. (Mariana Mortágua)
«António Costa abriu o Congresso a puxar pelos galões de Esquerda do PS e fechou-o jurando combater a precariedade. Dois dias depois era apresentado um acordo com os patrões que deixa quase tudo na mesma na legislação laboral. (…)
Para quem se governa? É esta escolha - e não os discursos identitários -, que define a latitude de um partido político no espectro ideológico. No seu discurso, António Costa respondeu também a quem se perguntava sobre o novo compromisso do PS com uma governação à Esquerda: "Estamos onde sempre estivemos e estaremos exatamente onde estamos". Que pena.»
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Posted: 05 Jun 2018 08:33 AM PDT
Em muitos murais do Facebook, e até em noticiários de TV, vejo gente indignada com títulos como este, escolhido por vários jornais porque é bem bombástico. Decidi ir ler rapidamente alguns textos e cheguei às seguintes conclusões.
Na prova de aferição de História e Geografia, 2º ciclo, 2017, os resultados até foram muito bons. Mas verificou-se que «os pontos cardeais não são um conhecimento consolidado e 23% dos alunos trocaram oeste com este. Na mesma lógica, 16% trocaram sudoeste com sudeste e noroeste com nordeste.» (cfr. Observador). Ora o que era pedido aos alunos de 10/11 anos era que situassem Portugal em relação ao continente europeu utilizando os pontos colaterais da rosa-dos-ventos. Ou seja: não conseguiram localizar o país no sudoeste da Europa. Grave? Talvez, mas não é bem a mesma coisa, para uma criança, do que olhar para um mapa da Europa e não saber localizar Portugal.
Além disso: os meus netos (que têm mais ou menos estas idades, embora não tenham feito esta prova), sabem muito mais de geografia do que eu sabia com a idade deles (embora eu tenha aprendido estações e apeadeiros da linha do Norte de Portugal, na escola primária, em Moçambique, o que me foi utilíssimo, como se imagina...). E, para eles, que já nasceram na era do GPS, a Rosa dos Ventos tem tanta utilidade prática como para mim o ábaco (embora até tenha um e já tenha sabido manipulá-lo em tempos).
Se todos os problemas da educação fossem esses…
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Posted: 05 Jun 2018 07:43 AM PDT
«“Estes lagostins foram já previamente preparados para o consumo na China. Após chegados aos estabelecimentos de consumo, basta aquecer por 5 minutos para servir à mesa”, disse Cai Xin, presidente do China National Agricultural and Development Group, a empresa responsável pelo envio. Devido aos diferentes paladares em todo o mundo, Cai Xin, refere que os lagostins foram preparados com diversas quantidades de picante e de condimentos, de modo a satisfazer uma base alargada de consumidores.»
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Posted: 05 Jun 2018 03:17 AM PDT
«Ao formarem governo, os socialistas espanhóis deram pretexto a uma comparação, agora bastante repetida entre nós: eis outra geringonça! Comparação errada, se é que se quis dizer que o PSOE conseguiu o mesmo que o PS português. Um partido governar não tendo maioria no Parlamento seria analogia melhor. Mas não é essa a que tem sido usada porque a simples circunstância - governar sem deputados suficientes para fazer sozinho maioria (o PSOE tem 84 eleitos, no total de 350 no Congresso dos Deputados) - já acontecera outras vezes, tanto em Espanha como em Portugal.
Porém, lançar a ideia de "geringonça à espanhola" pode vir a dar aos adversários do governo de António Costa uma vantagem: Pedro Sánchez tem fortes probabilidades de cair antes de acabar a legislatura portuguesa. E, então, lá se recordará daqui a pouco: a dos vizinhos já foi, agora só falta a nossa... Assim, a atual exportação do termo permitirá a chicana política que se pretendia que tivesse a invenção da "geringonça" por cá, mas nunca teve, ao ponto de os protagonistas dela, o PS, o PCP e o BE, a assumirem como uma alcunha simpática.
A palavra, lembro, foi inventada por um cronista, Vasco Pulido Valente, tão bom de frases límpidas quanto é desacertado em batizar políticas e políticos. Um dia, ele chamou a António Guterres "picareta falante". Ora, a imagem daquele que viria a ser secretário-geral da ONU indiciou sempre mais um político de falar cauteloso, aborrecido até, do que o violento e incisivo que a ideia de picareta fazia supor. Também foi de Vasco Pulido Valente o cunhar da "geringonça" para o governo PS, apoiado pelos comunistas e bloquistas. Ora, geringonça é aquilo que é mal-amanhado e precário. A imagem foi lançada logo a seguir a Costa ter chegado a São Bento e só aí poderia ter algum sentido, como previsão. O tempo tornou-a tola. Porque ela durou (provavelmente pela legislatura toda); e sobretudo pelo evidente benefício político que a geringonça trouxe ao país. Obrigou dois partidos, PCP e BE, que tinham sequestrado o voto de um terço dos portugueses, a responsabilizarem-se pelo governar e não só a dar bitates...
Outra coisa é o governo do PSOE, um remedeio, não mais, para Sánchez chegar ao poder. Ele foi só possível com o apoio de forças centrífugas e independentistas, do País Basco e da Catalunha, e vai ser curto. Em Espanha, sim, está a acontecer uma geringonça, coisa mal--amanhada e precária.»
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