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sexta-feira, 8 de junho de 2018

Entre as brumas da memória


Dica (767)

Posted: 07 Jun 2018 12:11 PM PDT

Italy’s Crisis: Democracy And The Euro (Andrea Lorenzo Capussela)

«So, to state the obvious conclusion, the main roots of Italy’s malaise are domestic. The country may have met the Maastricht criteria for joining the euro but it failed to shift onto a fairer and more efficient equilibrium. Hence her need to see political alternatives better than the present ones arise.

These observations invite one last remark on those confident critiques, rapidly relayed across the web. Italy’s stability hangs on the delicate balance of powerful opposing forces. It can be compared to a china shop with too few customers, whose bankruptcy could ruin the whole neighbourhood. The elephants that entered it last Monday might, upon reflection, have spoken more advisedly.»

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Sporting

Posted: 07 Jun 2018 12:37 PM PDT

Mesmo que não se queira, o Sporting «invade-nos».
Parece que Mário Machado, (ex-líder da Frente Nacional e que está agora numa coisa chamada «Nova Ordem Social»), quer substituir alguém que dá pelo nome de Mustafá. Ainda bem que moro no outro extremo da segunda circular.

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China: quase um Portugal para entrar nas universidades

Posted: 07 Jun 2018 07:19 AM PDT

Mais de 9 milhões de alunos chineses participam do vestibular nacional.

Cerca de 9,75 milhões de estudantes devem participar do exame para se candidatarem às vagas nas universidades. Dentro de poucos anos, serão, pelo menos, dez vezes mais.

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O “bloco central da agonia"

Posted: 07 Jun 2018 03:09 AM PDT

Conjecturas sobre o nosso futuro próximo, com as quais apenas concordo parcialmente, mas que ajudam a pensar.

«1. Parece claro que o PS não sofreu o mesmo destino dos seus congéneres da Europa do Sul. Ao contrário do Pasok grego, do PSOE espanhol, do PSF francês e do centro-esquerda italiano, o PS continua de boa saúde e recomenda-se. As explicações dividem-se entre a tese do “pedro-nunismo” (deve-se à “gerigonça” de António Costa) e de Vital Moreira (foi a direita a aplicar o programa de ajustamento e o PS conseguiu descolar da bancarrota de 2011). Creio que ambos têm razão. Se tomarmos os 20% do PSOE nas últimas sondagens (antes dos acontecimentos da semana passada), podemos sugerir que a diferença entre esses 20% e os 32% das legislativas de 2015 é o “efeito austeridade” (em muito devido à estratégia de António José Seguro, que, muito provavelmente, salvou o PS do declínio e a quem o partido insiste em não agradecer) e dos 32% de 2015 aos cerca de 40% das sondagens atuais temos o “efeito geringonça” (tenho muitas dúvidas que o PS passe dos dois milhões de votos em 2019, se isso são 40% ou menos, depende da abstenção; pode até gerar uma maioria absoluta de mandatos, caso haja um enorme aumento da abstenção acompanhado de uma assinalável dispersão de votos em brancos, nulos e pequenos partidos sem representação parlamentar).

2. António Costa é o hábil estratego do "efeito geringonça”. Se o PS tivesse dado ouvidos a Assis, Sousa Pinto e outros, hoje seria uma muleta da direita e dificilmente estaria agora nos 40%. Muito provavelmente estaria mais perto dos 20% do PSOE. Evidentemente que a solução encontrada permitiu a Costa ser primeiro-ministro. Mas, para além do óbvio interesse pessoal, há um elemento estratégico fundamental. Como disse ao Expresso uns dias depois das eleições de 2015, “só engolido o BE, o PS pode ganhar eleições”. E acrescentava: “Há diversas formas de engolir: ou os 500 mil [votos] voltam para o PS, ou fazem uma coligação, ou este traz o BE para dentro, à semelhança do que o SPD fez na Alemanha com os Verdes.” E foi o que Costa fez.

3. Com a experiência da “geringonça”, e pela sua própria sobrevivência, o PS não pode dispensar o BE. Ou melhor: poder, pode. Mas arrisca-se a que o BE se torne um Syriza ou um Podemos, comendo uma enorme fatia do eleitorado socialista, que, por exemplo, não compra a nova campanha do ADN anticorrupção e da transparência. Uma (muito improvável) maioria absoluta do PS seria um horizonte de crescimento para o BE a prazo. E, sem maioria absoluta, o PS não pode trocar o BE pelo “bloco central dos interesses” sem arriscar uma “pasokização” quase imediata.

4. A relação entre o PS e o BE é agora, pois, absolutamente umbilical. Já a relação com o PCP não é. Primeiro, até ao momento, não há constância de grandes transferências de votos do PS para o PCP (a existirem, foram em sentido contrário, como parece ter sido o caso nas autárquicas). Segundo, o PCP não pode integrar um Governo, sob pena de se diluir e sofrer o destino dos eurocomunistas (não por acaso, o PCP não sofreu o destino dos comunistas espanhóis, franceses e italianos). Logo, a quebra da ligação entre o PS e o PCP é provável e até desejável do ponto de vista de ambos. A transformação do BE num Verdes alemão também facilita um Governo PS/BE sem o temor do PCP, como já vemos na autarquia de Lisboa.

5. Mas, se o PS não pode largar o BE, também não pode largar o PSD e Rui Rio. Porque, quando um cair, cai o outro. O PSOE afundou-se, mas o PP também. No novo sistema partidário espanhol, segundo as sondagens, ambos vão ser partidos secundários (por isso, fogem de eleições). O PSF desapareceu, mas o LR está a ponto de entrar em colapso. Ambos são agora atores muito pouco relevantes num novo sistema dominado pelo partido de Macron, FN e La France Insoumise. Na Itália, o centro-esquerda e o centro-direita estão a minguar para o M5S e Lega Nord, respetivamente. Mesmo na Grécia, onde a implosão do Pasok não contagiou (ainda) a Nova Democracia, temos de recordar dois aspetos cruciais. A reorganização do centro em curso (Kinima Allagis, ao qual se juntou o To Potami e os restos do Pasok) pode prejudicar seriamente a Nova Democracia nas próximas eleições. E a própria Nova Democracia, após crise interna do seu baronato profundamente corrupto, foi buscar Samaras em 2009, um personagem sempre pouco amado no partido e com um percurso muito curioso (fundou o seu próprio partido, Politiki Anixi, onde militou entre 1993 e 2004). Este trouxe consigo uma nova geração que, de alguma forma, refundou o partido.

PUB 6. A solução para esta geometria é complexa. O PS e o PSD não podem amarrar-se um ao outro, porque isso leva ao crescimento dos extremos, deixando o BE à solta (em muito menor medida, o CDS, pois, não acredito que consiga mobilizar abstencionistas). Mas o PS e o PSD dependem um do outro para manter o atual sistema partidário intacto, coisa única na Europa do Sul (quase mesmo em toda a Europa). Resta o “bloco central da agonia”: um PS que finge que governa enquanto faz a espargata entre o PSD e o BE. Veremos se aguenta toda a próxima legislatura assim.»

Nuno Garoupa

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